De forma sistemática, dev explica como funcionam as Valquírias de God of War
Em uma extensa thread no Twitter, Jason de Heras, dev de Fallen Order, explicou como funciona o game design das guerreiras
Como exatamente funcionam as Valquírias de God of War? É com este questionamento em mente que Jason de Heras, designer de combate de Star Wars Jedi: Fallen Order, criou uma extensa publicação no Twitter a fim de sanar esta dúvida.
Heras tem explorado bastante o game design de God of War nos últimos dias — da última vez explicou sobre a didática de um chefe do game. Agora, o designer detalha na íntegra os padrões de ataque das guerreiras Gunnr, Kara e Geirdriful, bem como movimentos, comportamentos e muitas outras informações.
How do Valkyries in God of War share moves/behaviors, yet offer unique challenges? The combination of altering attack roles/properties/composition forces the player to RELEARN the familiar. Let’s compare the behaviors between Gunnr, Kara and Geirdriful. #gamedesign #combatdesign pic.twitter.com/rWhaD817Zs
— Jason de Heras 🎮 (@jasondeheras) March 28, 2021
Como as Valquírias em God of War compartilham movimentos/comportamentos, mas oferecem desafios únicos?
A combinação de alterar as funções/propriedades/composição do ataque forçam o jogador a reaprender [movimentos] familiares.
Vamos fazer uma comparação de movimentos entre Gunnr, Kara e Geirdriful.
Em suma, Heras explica diversas mecânicas da inteligência artificial das guerreiras. Quando fala sobre o moveset de Gunnr, por exemplo, ele deixa bem claro que o padrão da boss é incentivar Kratos a dar Parry (defesa + contra-ataque). Isso força o Deus da Guerra a ficar muito tempo na defensiva — o que pode ser perigoso.
No que diz respeito a Kara e Geirdriful, o designer diz que as guerreiras têm seis e oito ataques autônomos, respectivamente. Kara, por sua vez, também consegue usar o dash de Gunnr (que incentiva o parry). Como a arena também conta com alguns Draugrs, lutar na defensiva é uma péssima ideia, pois deixa Kratos vulnerável ao ataque dos inimigos — que, segundo Heras, adicionam elementos de tensão na briga.
O designer também compartilhou uma tabela na publicação. Nela, ele explica que, dependendo da ordem que as Valquírias são enfrentadas, as diferenças nos movesets podem confundir o jogador. Isso poderia aumentar ou diminuir o desafio:
Geirdriful shares some moves from both Gunnr and Kara, but adds 2 unique attacks for a formidable/well-rounded moveset. Since the player can encounter these three Valkyries in any order, their moveset differences could throw the player off or increase/decrease challenge. 3/3 pic.twitter.com/XVWvGtftB8
— Jason de Heras 🎮 (@jasondeheras) March 28, 2021
Geirdriful compartilha alguns movimentos de Gunnr e Kara, mas adiciona 2 ataques únicos para um conjunto de movimentos formidável/completo.
Uma vez que o jogador pode encontrar essas três Valquírias em qualquer ordem, suas diferenças de moveset podem confundir o jogador ou aumentar/diminuir o desafio.
Sistemático, não? Já parou para pensar na infinidade de mecânicas e ações de um único boss do game? Bom, segundo o próprio Cory Barlog, diretor de God of War, cada inimigo desse precisa de uma equipe com aproximadamente 50 pessoas e um ano e meio de desenvolvimento. Haja trabalho!
Jogador derrota a última Valquíria de God of War só com os punhos
Às vezes, alguns jogadores simplesmente ignoram todas as regras do game design para realizar feitos inusitados. Recentemente, um player foi além da brutalidade tradicional do Deus da Guerra e conseguiu derrotar Sigrún, a rainha das Valquírias, apenas com os punhos (e a força do ódio). Veja o vídeo!