Sol Nascente: Ghost of Tsushima transforma história em arte jogável
Com liberdade para mesclar ficção aos fatos históricos, Sucker Punch busca fazer mais do que só recriar as invasões mongóis ao Japão
Agora que você já conheceu, nos outros capítulos da série Sol Nascente, o básico sobre samurais, Xogunatos e as invasões mongóis ao Japão, um aviso: nem tudo isso será representado fielmente em Ghost of Tsushima. O jogo será, sim, inspirado por esse período histórico, mas não limitado aos fatos que realmente aconteceram.
É a chamada “liberdade criativa” que os desenvolvedores têm e, sinceramente, é excelente para deixar a aventura de Jin Sakai, o Fantasma de Tsushima, imprevisível. Chris Zimmerman, um dos co-fundadores da Sucker Punch, falou sobre o assunto em entrevista ao site GameSpot em 2018.
“O desafio para nós, num jogo com história original, mas em um período histórico de verdade, é termos uma narrativa com a qual as pessoas consigam se relacionar. Quando nos desviamos um pouco destas verdades históricas, fazemos intencionalmente, ouvindo nossos consultores culturais, para evitar que você fique focado demais em algumas coisas”, explicou.
“Não é um tufão, é um homem”
Até mesmo a história dos ventos divinos que ajudaram a espantar os mongóis do Japão não irá ser bem assim. Em entrevista ao site Mashable, o diretor criativo do título, Nate Fox, explicou a ideia por trás dessas adaptações.
“Esse jogo é inspirado pela história, mas não estamos querendo reproduzi-la. A invasão original dos mongóis foi derrotada pelo kamikaze, o vento divino. Os barcos foram afogados por ele. Jim não é um tufão, é um homem. Mas citamos isso na espada dele, que é decorada com uma forma de tempestade de vento”, contou.
O ponto principal é entender que essa é uma história original, de ficção, não um livro de história ou documentário. Por isso, é bacana entender o que aconteceu, de fato, até para ter uma noção do que será modificado e de possíveis easter eggs no jogo – como essa questão da espada.
Visual estonteante
Explorar a grande Ilha de Tsushima promete ser um dos principais atrativos do game. Ele é de mundo aberto, então o jogador terá a liberdade de passar por diversos ambientes e admirar as lindas paisagens criadas pela equipe da Sucker Punch – como já vimos nos trailers.
O próprio Shuhei Yoshida, ex-presidente da Sony Interactive Entertainment Worldwide Studios, fez um hands-on do game e não poupou elogios.
“Ghost of Tsushima é fantástico. O jogo é tão lindo que as minhas mãos param. Existem muitas cenas que tornam os cenários Japoneses ainda mais belos”, disse, em entrevista à Famitsu em 2019.
A própria empresa destaca esse aspecto no site oficial do jogo. A ideia é deixar o jogador ir além dos campos de batalha.
“Trilhe por paisagens vastas e terrenos amplos, encontrando personagens riquíssimos, descobrindo monumentos antigos e revelando toda a beleza oculta de Tsushima. Explore regiões meticulosamente criadas que mostram toda a diversidade dessa enorme ilha. De campos ondulantes e santuários tranquilos a florestas ancestrais, vilas e montanhas com paisagens de brilhar os olhos. Encontre paz na quietude serena da natureza e alívio nos momentos partilhados com as pessoas que ajuda ao longo de sua jornada”, diz a página.
Algo que também é salientado é como essa ambientação não é somente para se admirar, mas também faz a diferença no gameplay.
“Um cenário adaptável e uma abordagem orgânica ao combate fazem de Tsushima o lugar perfeito para combinar diversas habilidades, armas e táticas, encontrando a combinação perfeita para o seu estilo de jogo. Conforme a história de Jin se desenrola, versatilidade e criatividade serão suas maiores armas”.
Gameplay de Ghost of Tsushima é promissor
Todo esse visual, é claro, será acompanhado de um gameplay que promete. E já vamos logo dar um aviso: não, Ghost of Tsushima não é souls-like. Não é um jogo daqueles super difíceis, que só irão agradar a um público bem restrito. Ele pode até ser, mas só se você escolher.
Assim como God of War, Horizon: Zero Dawn, Uncharted. Todos têm seus modos hardcore, mas também oferecem diversão para todos os níveis de dificuldade. Dito isso, é interessante notar o que já foi mostrado nos trailers.
Por exemplo: o uso de cavalos para deslocamento, os combates sangrentos, a furtividade como elemento fundamental e uma mecânica de luta com esquivas e movimentos de inteligência para se defender e atacar com estratégia. Ah, arcos e flechas!
Ataques aéreos, sequências em que o “tempo para” para você fazer combinações de golpes com animações incríveis, além de uma série de técnicas que vão além do que você esperaria para um samurai nas lutas.
“Desafie seus oponentes em combates a curta distância com a katana, usufruindo de uma experiência única e imersiva de combate samurai. Domine o arco para eliminar ameaças distantes com precisão letal. Desenvolva táticas furtivas e ludibriosas para desorientar e emboscar seus inimigos com ataques surpresas”, explica a Sony.
Outro ponto interessante é que haverá um sistema de relacionamento entre o protagonista e alguns personagens, que afetará na dinâmica do jogo. Isso é algo que já vimos em títulos como a série inFAMOUS. Algo que ainda não foi mostrado, mas pode aparecer, é um sistema de craoing e personalização do personagem.
“Os mongóis inimigos são imprevisíveis, assombrosos em combate e donos de um arsenal formidável. Dê a volta por cima adaptando as habilidades de Jin e aprendendo novas táticas para defender a ilha e proteger o povo de Tsushima”, reafirma a companhia
Localização
Algo em que a Sony trabalhou para garantir que a experiência tenha uma autenticidade bacana para os jogadores é que será possível jogar Ghost of Tsushima em japonês. Haverá a opção com esse áudio “original” e legendas em outro idioma – como o português do Brasil.
Sem falar na trilha sonora, que ajuda ainda mais nessa ambientação do Japão feudal. Ou seja, a produção do titulo está atenta aos mínimos detalhes para fazer com que a experiência seja bem imersiva e inesquecível para os jogadores do PlayStation.