PlayStation Plus aumenta de preço e perde atratividade: vale a pena continuar assinando?
Aumento de preços anunciado pela Sony coloca em xeque um dos grandes pilares da PlayStation
O PlayStation Plus, por anos, foi um pilar para a marca PlayStation, oferecendo benefícios como acesso ao multiplayer online, jogos mensais gratuitos e, em seus planos mais avançados, uma biblioteca recheada de games.
No entanto, os recentes aumentos de preço, aliados à estagnação de conteúdos de peso e à falta de diferenciais competitivos, têm colocado em xeque o valor real do serviço. Em um mercado cada vez mais disputado, com concorrentes como o Xbox Game Pass elevando o padrão, a pergunta que fica entre os jogadores é: ainda vale a pena manter a assinatura?
Aumento expressivo nos preços
Os novos preços do PlayStation Plus mal foram anunciados e já trazem impacto significativo para os assinantes. Para quem possui o serviço, os reajustes oscilam entre 14,7% e 15,03%, enquanto novos usuários enfrentam aumentos expressivos, chegando a 35%.
Os valores atualizados dos planos anuais são os seguintes: o Essential passou de R$ 278,90 para R$ 319,90 (assinantes atuais) e R$ 359,90 (novos); o Extra subiu de R$ 475,90 para R$ 546,90 (atuais) e R$ 592,90 (novos); e o Deluxe, o mais caro, foi de R$ 538,90 para R$ 619,90 (atuais) e R$ 691,90 (novos).
Esse salto nos custos, porém, não veio acompanhado de melhorias perceptíveis no serviço. Não houve anúncio de novos recursos, expansão significativa do catálogo ou benefícios que justifiquem o investimento adicional.

Para muitos jogadores, o aumento parece mais uma tentativa da Sony de maximizar lucros do que de entregar uma experiência aprimorada, o que alimenta a sensação de que o custo-benefício do PlayStation Plus está em declínio.
Ausência de jogos AAA em Day One
Uma das críticas mais recorrentes ao PlayStation Plus é a ausência de lançamentos AAA da Sony no dia de estreia, uma prática que o Xbox Game Pass adotou com sucesso.
Títulos de peso como Spider-Man, The Last of Us e God of War, que poderiam ser uma atração poderosa para o serviço, só chegam aos assinantes muito tempo após o lançamento – e quando chegam. Essa política contrasta diretamente com a estratégia da Microsoft, que oferece jogos como Starfield e Indiana Jones no dia um, bem como excelentes jogos third-party.
Para quem prioriza estar por dentro dos grandes lançamentos, o PlayStation Plus se torna menos atraente. A espera prolongada por títulos exclusivos da Sony faz com que o serviço pareça mais um complemento tardio do que uma prioridade para quem quer vivenciar o auge do hype de um jogo novo.
Jogos clássicos: promessa deluxe que não se cumpre
O plano Deluxe, teoricamente o mais completo do PlayStation Plus, aposta na nostalgia ao oferecer jogos clássicos de gerações anteriores, como PS1, PS2 e PSP. No entanto, a execução deixa a desejar.
O catálogo é restrito, com atualizações importantes vez ou outra e uma seleção que não reflete o legado da marca. Títulos icônicos que poderiam justificar o preço elevado, como Metal Gear Solid, God of War ou Silent Hill em versões otimizadas, estão ausentes ou aparecem em quantidade insuficiente para empolgar os assinantes.

Além disso, a falta de melhorias técnicas significativas – como upscale de resolução ou suporte a troféus em todos os jogos – reduz o valor percebido dessa oferta. Para um plano que custa até R$ 691,90 ao ano para novos assinantes, a experiência “premium” prometida não se traduz em algo que valha o investimento.
Catálogo e jogos mensais: qualidade em queda?
Outro ponto de insatisfação está na curadoria dos jogos oferecidos. A lista mensal de títulos gratuitos, principal atração do plano PlayStation Plus Essential desde sua criação, tem sido alvo de críticas por trazer jogos independentes pouco conhecidos, produções antigas ou títulos que não ressoam com a maioria dos assinantes.
O mesmo ocorre com o catálogo de jogos do plano Extra, que, apesar de mais amplo e diversificado, não consegue competir com a variedade e relevância do que é oferecido por serviços concorrentes.
A comparação com uma “Netflix dos games”, que a Sony já insinuou em campanhas passadas, soa cada vez mais distante. A falta de consistência na qualidade e a ausência de grandes surpresas no catálogo reforçam a percepção de que o PlayStation Plus está estagnado, enquanto o mercado ao seu redor evolui rapidamente.
A concorrência aperta o cerco à medida que o Xbox Game Pass evolui
Enquanto o PlayStation Plus enfrenta essas críticas, o Xbox Game Pass segue em ascensão. A Microsoft tem investido em um catálogo robusto, com lançamentos simultâneos, parcerias com estúdios renomados e a integração de títulos de peso provenientes de aquisições como Bethesda e Activision Blizzard.
Jogos como Hi-Fi Rush, Starfield e futuros lançamentos da franquia Call of Duty no dia um são exemplos de como a empresa agrega valor contínuo ao serviço, mantendo-o atraente mesmo com reajustes próprios.
Além dele, só neste ano os membros do serviço terão, em Day One, DOOM: The Dark Ages, Clair Obscur: Expedition 33, Tony Hawk’s Pro Skater 3+4, To a T e muitos outros que sequer foram revelados, mas que sabemos de sua existência.

Essa diferença de abordagem coloca o PlayStation Plus em uma posição delicada. Sem uma resposta à altura, o serviço da Sony corre o risco de perder assinantes para um concorrente que parece entender melhor as expectativas do público atual.
No Brasil, há ainda um agravante: a falta de suporte ao streaming de jogos via nuvem, disponível em outros mercados no plano Deluxe (Premium, lá fora). Esse recurso, que permite jogar títulos da biblioteca sem a necessidade de download, é um diferencial competitivo em tempos de conexão mais rápida e acessível.
A exclusão do país dessa funcionalidade, sem justificativas claras ou previsão de implementação, reforça a sensação de que os assinantes brasileiros recebem um serviço incompleto, apesar de pagarem valores equiparáveis aos de outros mercados.
PlayStation Plus: vale a pena?
O PlayStation Plus ainda tem relevância, especialmente para quem depende do multiplayer online ou já está habituado ao ecossistema da Sony. No entanto, os aumentos de preço, a falta de lançamentos AAA no dia um, a curadoria aquém do esperado e a ausência de inovações como o streaming no Brasil minam sua atratividade.
Diante de um concorrente como o Xbox Game Pass, que entrega mais por um valor competitivo, o serviço da Sony precisa de uma reformulação urgente para reconquistar a confiança dos jogadores.
A resposta à pergunta do título não é unânime. Para alguns, o PlayStation Plus pode ainda atender às necessidades básicas. Para outros, especialmente aqueles que buscam uma experiência mais rica e atualizada, o custo elevado pode ser o empurrão final para buscar alternativas.
A Sony tem em mãos uma base leal de usuários, mas manter essa fidelidade exigirá mais do que ajustes de preço – será preciso um compromisso real com valor e inovação.