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Far Cry New Dawn: vale a pena?

"Expansão standalone" de Far Cry 5 chega com muito conteúdo e algumas surpresas; mas será que é o bastante?

por Thiago Barros
Far Cry New Dawn: vale a pena?

Quando Far Cry 5 acaba, você percebe que, na verdade, não acabou. E o motivo pra tal “decepção” chega nessa sexta-feira (15): Far Cry New Dawn, um “standalone” que dá seguimento aos eventos fatídicos da conclusão do jogo anterior da série. E o Meu PS4 teve acesso antecipado ao game para dividir com vocês nossas impressões.

New Dawn está para Far Cry 5 como Uncharted The Lost Legacy foi para Uncharted 4. Poderia ser uma DLC do jogo anterior, mas ficou grande demais pra isso e acabou tornando-se um game à parte. Por isso, é um game mais curto (e barato) do que o de costume. Mas não quer dizer que não dê para se divertir. 

Tem muita coisa para fazer, tanto na história principal como também em sidequests e explorações à parte. E tudo fica bem mais divertido quando se jogou o game anterior. Pode até não ser “só uma expansão”, mas a relação entre eles é claríssima, não só pelo desenrolar do enredo, como pela ambientação e até o gameplay.  

O Plano de Deus

O grande destaque de Far Cry New Dawn é Joseph Seed. O Pai está de volta, e sua participação é emblemática. Se ele foi o grande vilão de Far Cry 5, agora “ele mostra que estava certo”. Suas profecias não eram à toa. Se realmente foi Deus quem falou com ele, não sabemos, mas há uma guinada interessante na história.

Após os eventos fatídicos do fim do último game, Hope County ficou devastada pela explosão nuclear – e pouca gente sobreviveu. Você assume o papel de um(a) agente que vai para lá tentar ajudar as pessoas a reconstruírem seu mundo – enquanto têm que lidar com gangues de Saqueadores lideradas pelas Gêmeas.

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Sua base é Prosperity, uma espécie de quartel general que o jogador precisa não só proteger como também evoluir. Contratar especialistas para incrementar as áreas de interesse, trazer mais gente para dentro e transformá-la, realmente, no centro de um novo mundo; uma nova era.

Mas onde entra Seed nessa história? Bem, ele iniciou um novo culto, o Novo Éden, e sua Benção segue muito presente em quem faz parte do grupo. Só que, agora, isso é algo que o jogador pode usar ao seu favor. Não daremos spoilers, como sempre, mas esse “Plano de Deus” é bem legal de ver desenrolar.

Só que a história é básica e os personagens não são tão cativantes. As Gêmeas são incríveis na maldade e violência com que tratam seus inimigos, mas só. Não dá nem tempo de criar alguma relação com elas. Com O Pai, é diferente porque você já tem aquele background dele em Far Cry 5.

Falando nisso, é bom ver que Far Cry New Dawn mantém os detalhes positivos de Far Cry 5 e ainda adiciona alguns recursos bacanas. As Expedições, por exemplo, são uma novidade relevante. É possível entrar num helicóptero e roubar recursos dos Saqueadores em cenários longe de Hope County.

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A nova abordagem aos postos avançados também merece elogios. Agora, eles têm três níveis de dificuldade. Você pode só liberá-los no primeiro e seguir a sua vida ou então ir aumentando os níveis para ganhar mais recompensas. O foco é o Etanol, o material necessário para incrementar sua base.

Aí está mais uma novidade: é preciso ir melhorando aspectos do seu QG, que vão possibilitando melhorias no seu desempenho. Há uma Garagem, uma Estação de Armas, dentre outros. Conforme você as evolui, vai liberando novas possibilidades para seu personagem. E, para isso, é preciso o Etanol ganho nos outposts.

Uma Nova Esperança

Um detalhe interessante de citar é que a inspiração em Rage 2 parece ter ficado só no visual mesmo. Em termos de gameplay, as coisas não são tão semelhantes; pelo menos, levando em consideração o teste que fizemos do game da Bethesda na E3. Far Cry tem um ritmo bem menos frenético e não é tão futurista.

O visual, aliás, é um dos principais destaques do game. É uma Nova Esperança, ou melhor, Nova Hope. Claro, as características dos ambientes são semelhantes às de Far Cry 5, até por tratar-se do mesmo local. Mas temos novos cenários muito legais, uma ambientação bem feita e a variação entre dia e noite totalmente correta.

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A iluminação, as texturas, as expressões dos personagens… É tudo bem ao estilo de seu antecessor – e não poderia ser diferente. A pegada “mais colorida” dá um ar mais renovado, e alguns locais e missões impressionam. O passeio de barco até encontrar o Templo de Seed, por exemplo, é estonteante graficamente.

Em termos de jogabilidade, Far Cry New Dawn mantém o nível da franquia, com uma variedade bacana de armas, diversos veículos e um mundo aberto cheio de coisas a serem exploradas. Os comandos, movimentos e upgrades de armas e equipamentos também seguem o modelo já consagrado da série.

E mesmo sendo “apenas” um stand-alone, ele tem um conteúdo justo, que vai garantir boas horas de diversão. Sua história é dividida em três atos, com 22 missões no total. Além disso, há oito sidequests, 10 postos avançados (com 3 dificuldades), 10 caças ao tesouro, 21 expedições, 5 quests de especialistas, 8 para recrutar “armas de aluguel… 

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Tudo isso sem contar as entregas de suprimento e encontros com inimigos e animais no meio do mapa aberto do game, desafios, fotos para tirar e rádios para achar. Para quem curte essa exploração, é mais um prato cheio. E sem um cansaço que jogos da série podem causar por terem muitas horas de duração.


A única coisa que incomoda é que Far Cry New Dawn é extremamente linear na sua abordagem de missões. Não há uma liberdade para alcançar seus objetivos de uma forma que você queira. A maioria tem um roteiro certinho pré-estabelecido, então se você não seguir à risca, não concluirá a missão.

Não tão New, mas ainda Far Cry

No fim das contas, Far Cry New Dawn é mais um capítulo da saga que mantém seu estilo e ainda consegue adicionar uma novidade aqui e outra ali. O enredo é apenas regular, mas o gameplay agrada, os gráficos são lindos e o jogo ainda conta com um trabalho completo de localização.

É bem verdade que há problemas meio toscos na dublagem, como a personagem feminina sendo chamada de “capitão” durante todo o prólogo, mas é louvável ter o game com menus, legendas e vozes no nosso idioma. E é uma tradução bem feita, utilizando termos “da moda”, de fácil compreensão e (muitos) palavrões.

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A grande questão é que o Far Cry New Dawn não é tão “New” assim. Esse tal “novo começo” poderia ser para a franquia, mas é só para Hope County mesmo. Para uma galera critica a Ubisoft pela franquia ser “mais do mesmo”, é mais um caso disso – e dessa vez ainda pior, porque, de fato, o cenário é igual ao de Far Cry 5.

Até mesmo o co-op, que é divulgado como uma das principais novidades do jogo, não chega a ser uma grande inovação, porque já apareceu em outros jogos da franquia. É muito legal, tanto no esquema de ter NPCs que te ajudam, como no multiplayer online propriamente dito, mas não é lá uma grande alteração.

Essa abordagem negativa, porém, não é como o Meu PS4 vê o game. Far Cry New Dawn é uma experiência interessante, especialmente porque tem um preço justo pro que oferece: R$ 149,99. Se tivesse o valor cheio de lançamento, certamente o selo seria “Espere Uma Promoção”. 

Nessa situação, porém, é certamente recomendado. Especialmente para quem jogou o Far Cry 5. Isso faz muita diferença para se identificar com o novo game e entender como ele foi bem desenvolvido para dar sequência à história de Joseph Seed e Hope County. Não é inovador, não é um super jogo, mas vale, sim, sua atenção.

Veredito

Far Cry New Dawn
Far Cry New Dawn

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: Ubisoft

Jogadores: 1 jogador

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75 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Variedade de conteúdo
  • Gráficos muito bonitos
  • Jogabilidade característica da série
  • Sequência do enredo de Far Cry 5
  • Precinho camarada
  • Protagonista mulher ou homem
Desvantagens
  • Pequenos problemas de localização
  • Pouca personalidade nos personagens
  • Pequenos bugs
  • Extremamente linear, mesmo em mundo aberto
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Silent Hill 2
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.