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Rewind or Die: vale a pena?

Jogo de terror slasher inspirado em clássicos, Rewind or Die tem na simplicidade conceitual seu grande charme

por André Custodio
Rewind or Die: vale a pena?

Todo fã de terror adora os clássicos, mas muitos só têm medo de admitir. É impossível negar que, assim como os filmes, games nostálgicos têm seu charme e prendem não apenas por respeitarem o conceito, mas por mostrarem como a simplicidade agrada.

É com essa ideia que Rewind or Die, título de horror elogiado na Steam, chega aos consoles. Inspirado nos games da era PlayStation 1, ele mostra como é possível se juntar às plataformas modernas sem perder a essência do cinema das décadas de 1970 a 1990.

Obviamente, há algumas limitações. Mas por que não levá-las na esportiva e aproveitar o tempo com um ótimo projeto escrachado, sem censura e com muitas referências ao que tornou o cenário slasher um marco no gênero terror?

Socorro! Um serial killer está à solta!

Uma onda de crimes violentos toma conta da cidade, revelando a existência de um assassino em série que brutaliza vítimas sob quaisquer circunstâncias. Mas “quem disse que isso é problema meu?”

Ao menos é assim que pensa Tony, uma pessoa qualquer que assume o cargo de atendente de locadora para cobrir o turno de seu colega de trabalho. Agora, basta ele lidar com clientes extravagantes, fechar a loja e garantir a ordem acima de tudo; por apenas uma noite.

Rewind or Die
Fonte: André Custodio

Sua vida vira de cabeça para baixo quando ele se torna a próxima vítima do serial killer. Vestido com roupa de açougueiro e máscara de porco, o psicopata não dará paz para nosso herói e o perseguirá até que caia a última gota de sangue.

Rewind or Die é um jogo de terror em primeira pessoa inspirado no cinema slasher. Com visuais 32-bits e referência a clássicos do gênero, o título tem na simplicidade conceitual seu grande charme.

Rewind or Die
Fonte: André Custodio

O game basicamente coloca os jogadores dentro de um filme. Isso se torna ainda mais perceptível pelo curto tempo de campanha, que pode levar menos de 1h30 para ser concluída. Dessa forma, o público se aventurará em uma experiência de plano-sequência e de caça.

Em Rewind or Die, é preciso escapar algumas vezes do psicopata, enquanto há muitos momentos de quebra-cabeças. No geral, as fugas são scriptadas (apesar da chance de morte) e os puzzles são inteligentes, exigindo um backtracking equilibrado.

Rewind or Die
Fonte: André Custodio

Além disso, o título conta com mecânicas de inventário (sem necessidade de gerenciamento), movimentos de corrida, agachamento e furtividade, diversas opções de interação e ambientes brutalmente detalhados.

Ideia simples, mas muito eficiente

Se a ideia de Rewind or Die era reviver o cenário mais escrachado e trash do terror cinematográfico, deu tudo muito certo. A proposta do game é bem eficiente e, apesar de introduzir uma narrativa muito clichê, ele funciona bem como algo experimental.

Bem dividido em três atos e com uma história contada por meio de eventos e documentos, o título agrega bastante ao cenário e certamente homenageia, de forma muito respeitosa, os assassinos que se estabeleceram como marco das telonas.

Rewind or Die
Fonte: André Custodio

Ao longo da campanha, há referências aos Jogos Mortais, ao Sexta-Feira 13, ao Halloween e a outros projetos B do meio underground. Além disso, Rewind or Die não poupa na violência gráfica, mostrando todo tipo de mutilação possível.

Na era do PlayStation 1, jogos de terror já eram conhecidos pelos seus visuais incômodos em certo ponto. Porém, aqui tudo é levado ao extremo: são esqueletos, órgãos, membros e muito, mas muito sangue espalhado pelos cenários.

Rewind or Die
Fonte: André Custodio

Além disso, o diálogo, localizado em português, traz falas bastante estereotipadas, com frases de efeito, fuga do “politicamente correto” e algumas referências que apenas fãs do gênero devem se ligar. Toda essa mistura é um prato cheio para os saudosistas.

Seu gameplay também é bastante direto e funciona por padrão, com comandos de correr, abaixar e interagir. Há uma satisfatória precisão nas mecânicas e elas não impactam negativamente o jogo, apesar de umas serem facilmente dispensáveis.

Rewind or Die
Fonte: André Custodio

Outras novidades em Rewind or Die incluem opção de filtro VHS (serrilhado na tela) e algumas atividades paralelas. Acionar alguns eventos permite o acesso a animações perdíveis, mas que no final não contribuem significativamente com o resultado da campanha.

Rewind or Die: vale a pena?

Mais um capítulo que um jogo Premium, Rewind or Die tem a cinematografia como seu grande pilar. Há claras menções aos filmes de terror slasher tanto no gameplay quanto na condução narrativa, trazendo uma certa limitação em termos de inovações.

Apesar disso, a experiência nostálgica é excelente. Ela é feita por uma equipe que entende do estilo e reflete essa competência a todo instante, seja por meio dos atos da história, da ambientação e da ideia de não censurar conteúdos de forma alguma.

Rewind or Die é um jogo bastante respeitoso e divertido. Ele traz bons jumpscares, um bom nível de violência gráfica e cenários com alto nível de profundidade. Dessa forma, para preencher catálogo de fãs de terror, é um projeto bastante recomendado.

Rewind or Die
Fonte: André Custodio

Na PS Store, ele está saindo por R$ 64,50, em versões únicas tanto para PS4 quanto para PS5. Dessa forma, é um bom investimento para quem curte jogatinas rápidas, platinas fáceis e histórias que não exigem pensar demais.

Rewind or Die também está disponível para Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch e PC.

Veredito

Rewind or Die
Rewind or Die

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Comp-3 Interactive

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
72 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Ótimo sistema de áudio e dublagem
  • Puzzles inteligentes inspirados em clássicos
  • Bela atmosfera estética no estilo PlayStation 1
  • Atividades paralelas tornam experiência mais dinâmica
Desvantagens
  • Curto tempo de campanha
  • Falhas na localização de textos
André Custodio
André Custodio
Redator
Publicações: 8.080
Jogando agora: Diablo IV, Sprawl, Trombone
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.