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Horror Tales: The Beggar: vale a pena?

Mais ficção científica que terror, novo Horror Tales traz uma aventura com um bom conceito, mas longe de ser algo memorável

por André Custodio
Horror Tales: The Beggar: vale a pena?

Três anos após o lançamento de Horror Tales: The Wine, a franquia retorna aos consoles e PC com Horror Tales: The Beggar. Com algumas mudanças no conceito, o título combina diversos gêneros e prova a versatilidade de uma proposta mais sombria.

O jogo da Jandusoft é honesto: não se trata de algo além de um “conto”. Dessa forma, é possível se surpreender com alguns elementos implementados na campanha, mas se frustrar pela insuficiência da maior parte das coisas.

Vem com a gente entender onde Horror Tales: The Beggar erra e o que você pode esperar desse novo game de terror e ficção científica.

O mundo não é mais o mesmo…

Em um mundo sob ruínas, uma entidade conhecida como Beggar é revivida e deve descobrir o que está por trás da catástrofe. Enquanto atravessa terras marcadas pela devastação, ele percebe que rastros foram deixados por uma civilização anteriormente próspera.

Horror Tales: The Beggar
Fonte: André Custodio

Capaz de dobrar o tempo e controlar objetos, o herói é perseguido por uma entidade maligna, ao mesmo tempo que tenta descobrir sua missão naquele universo. Uma máquina o instrui a avançar e a deixar tudo para trás, mas será que há esperanças para as memórias?

Horror Tales: The Beggar é um jogo de terror e ficção científica em primeira pessoa, desenvolvido pela Jandusoft e fabricado na Unreal Engine 5. O título traz uma campanha linear baseada em combate e quebra-cabeças, com apenas 1h30 de duração.

Horror Tales: The Beggar
Fonte: André Custodio

Toda a aventura ocorre em plano-sequência e sem interrupções de cinemáticas. Quando há cenas sem controle dos jogadores, é algum evento envolvendo a aparição do perseguidor ou a descoberta de uma nova área.

Em termos de conceito, vale a pena frisar: Horror Tales: The Beggar é vendido como um game de terror, mas absolutamente não possui proposta semelhante. Em resumo, é uma jornada de ficção científica, com uma história interpretativa e jogabilidade contemplativa.

Horror Tales: The Beggar
Fonte: André Custodio

As cenas de combate roubam certos eventos da campanha, mas apenas nos poucos confrontos contra a criatura Morvin. O restante do game é exploração e quebra-cabeças, trazendo profundas semelhanças com The Talos Principle e Dear Esther.

Mistério e o sobrenatural em belas paisagens

Horror Tales: The Beggar possui uma ideia misteriosa, impulsionada por belos cenários com alto nível de profundidade e de detalhes. Enquanto explora paisagens abandonadas e impactantes, o jogador conhece um pouco mais da história de uma devastada humanidade.

Horror Tales: The Beggar
Fonte: André Custodio

Além disso, a ação de dobrar o tempo torna tudo ainda mais atraente em termos de sensibilidade. Quando o clima muda da noite para o dia ou do sol para a chuva, toda a ambientação se altera, com portas se abrindo, plataformas se deslocando e águas se acumulando.

O Beggar é capaz de correr, saltar, se agachar e andar, mas a campanha linear facilita na hora de encontrar o caminho correto. Porém, os puzzles são mais desafiadores e é preciso entender como o tempo mexe com as dinâmicas dos mapas.

Horror Tales: The Beggar
Fonte: André Custodio

Além disso, a habilidade de telecinese é essencial não apenas para progredir, mas para combater. O herói consegue usar seus poderes para abrir caminhos, empurrar objetos e atacar a criatura — tudo com um excelente uso de física ambiental.

Há algumas falhas de FPS e bugs visuais e de bloqueio, como o desaparecimento misterioso de itens obrigatórios nos capítulos. Mas no geral, o gameplay é bastante eficiente e não deixa a desejar nos aspectos que envolvem a precisão e sensação de impacto.

Horror Tales: The Beggar
Fonte: André Custodio

Com o DualSense a experiência fica ainda mais rica. É interessante sentir como o controle lê não apenas os movimentos do protagonista, mas as mudanças nos mapas e as movimentações constantes.

Insuficiência narrativa deixa pontas soltas

O curtíssimo tempo de campanha de Horror Tales: The Beggar prejudica o ritmo da campanha. Esse tempo poderia ser melhor aproveitado com a adição de cinemáticas ou de outros eventos que complementem uma narrativa parcialmente bem apresentada.

No final do game, é possível observar que a trama dá uma “guinada”, mas ainda deixando uma carência por mais respostas. A ideia de trazer algo mais surrealista e subjetivo parece ter sido intencional e é eficiente apenas até certo ponto.

Horror Tales: The Beggar
Fonte: André Custodio

Horror Tales: The Beggar oferece alguns recursos interessantes, como um belo — mas limitado — modo foto e uma seleção de capítulos para quem deseja platiná-lo. Porém, há uma frustração ao saber que essas funções poderiam ser convertidas em mais conteúdos reais.

Horror Tales: The Beggar: vale a pena?

Visualmente, Horror Tales: The Beggar é um belo showcase da Unreal Engine 5: cenários muito bem feitos, excelente uso de física ambiental, boa integração com os recursos do DualSense e efeitos técnicos bastante satisfatórios.

Apesar disso, a falta de uma campanha minimamente robusta, um maior capricho para desenvolver a história e bugs frustrantes podem atrapalhar quem deseja investir R$ 84,50 nas versões de PS4 e PS5.

Até o dia 2 de julho, o game de ficção científica pode ser comprado por apenas R$ 67,60, caso você seja assinante PS Plus. Esse valor é bem mais em conta, mas talvez esperar uma redução ligeiramente maior seja a escolha mais correta.

Horror Tales: The Beggar está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e PC.

Veredito

Horror Tales: The Beggar
Horror Tales: The Beggar

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Jandusoft

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
70 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Cenários ricos em detalhes
  • Conceito instigante e muito atraente
  • Excelente uso da física ambiental
  • Integração positiva com os recursos do DualSense
  • Quebra-cabeças bastante inspirados
Desvantagens
  • Bugs de progressão e nos visuais
  • Quedas na taxa de quadros
  • Tempo de campanha extremamente curto
André Custodio
André Custodio
Redator
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Jogando agora: Diablo IV, Sprawl, Trombone
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.