Retropolis 2: Never Say Goodbye: vale a pena?

Três anos após os eventos de The Secret of Retropolis, o renomado detetive Philip Log retorna para concluir mais um caso misterioso. Retropolis 2: Never Say Goodbye é a sequência do elogiado título de 2021 e já está disponível para PS VR2 como uma bela homenagem.

Inspirado nos jogos point and click da década de 1990, o game é uma aventura repleta de virtudes. Suspense, comédia, drama e mais gêneros narrativos se misturam a elementos cinematográficos para oferecer o pacote completo — tudo com grandes níveis de imersão.

Confira a seguir a análise completa de Retropolis 2: Never Say Goodbye e descubra se o mais novo caso do robô Philip é um sucesso ou um fracasso:

Alguém precisa salvar Jenny Montage

Jenny Montage, ex-noiva do detetive Philip Log, desaparece misteriosamente, logo após apresentar comportamento suspeito. Abalado pela solidão e pela falta de respostas, o robô deixa seu cargo na polícia e fica obcecado em encontrar a estrela dos cinemas sozinho.

Meses se passam e uma pista aparece na mesa de Log: indícios de que a lenda urbana conhecida como The Magician estaria por trás do suposto sequestro. Porém, assim como todos os rastros, esse parece ser apenas mais um beco sem saída.

De toda forma, o herói decide investigar o paradeiro do artista. Logo, ele percebe que a atual cidade de Retropolis pode estar em risco e que a tecnologia criada na era pós-humanidade seria utilizada para o mal. Mas quem teria uma ambição tão catastrófica?

Retropolis 2: Never Say Goodbye é um jogo de aventura e investigação em realidade virtual, com mecânicas de point and click. O título é uma sequência direta de The Secret of Retropolis, elogiado game de PC VR lançado em 2021 pela Peanut Button.

O jogo é conduzido pela narrativa, com muitas cenas de diálogos e infelizmente sem localização em português do brasil. Apesar disso, a baixa restrição etária permite que as conversas sejam simples e de fácil compreensão, devido à presença de legendas bem visíveis.

Além disso, Retropolis 2: Never Say Goodbye tem um gameplay semelhante aos escape room, mas sem limite de tempo ou telas de game over. Assim, os jogadores podem explorar livremente os mapas enquanto buscam conexões para resolverem problemas.

Ao todo, são quatro episódios, todos seguindo o fluxo temporal com coerência e introduzido breves flashbacks. Os visuais feitos à mão dão um ar retrô interessante e agradável, impulsionados por uma trilha sonora imersiva e por incríveis efeitos ambientais de áudio.

Mecânicas simples, mas eficientes

Retropolis 2: Never Say Goodbye tem um gameplay extremamente simples, mas condizente com sua proposta. Por toda a campanha, Philip Log apenas interage com objetos a partir dos gatilhos dos controles Sense — nada de executar ações de movimento.

A rotação do personagem ocorre pelos dois analógicos e de forma projetada. Ou seja, não há uma opção de acessibilidade que permita um giro em 360 graus ou mais fluido; apenas a sensação de “pular” frames.

Isso impacta a taxa de quadros de animações, mas sem se tornar algo que incomode em termos visuais ou de sensação de enjoo. Em poucos instantes, é possível perceber que a redução na performance é intencional e se enquadra no conceito de se inspirar em clássicos.

Felizmente, Retropolis 2: Never Say Goodbye possui muitas possibilidades de interação, tanto relacionadas à progressão quanto simplesmente às atividades in-game. Elas são bastante funcionais e precisas e permitem que os jogadores explorem livremente.

Algumas dessas funções rendem troféus, enquanto outras ativam diálogos secretos. Dessa forma, o título traz um universo limitado, mas eficiente para ser desvendado — tudo com uma bela estética visual e efeitos técnicos caprichados.

Em Retropolis, você nunca estará perdido

De fato, a campanha de Retropolis 2: Never Say Goodbye não entrega tudo de mão beijada. Os quebra-cabeças são inteligentes e muitas vezes se conectam em capítulos ou em cômodos. Dessa forma, o sistema de backtracking é alto, mas longe de ser punitivo.

Com os bons tempos de carregamento, navegar por cômodos e descobrir a solução de puzzles são coisas bastante agradáveis e satisfatórias. Diversos objetos se espalham pelos cenários, mas nem todos são obrigatoriamente vinculados a missões específicas.

Como o jogo está praticamente livre de bugs de gameplay, não há como ficar travado na campanha. E caso você fique, aperte Start e acesse o Walkthrough: lá, há a solução dos quebra-cabeças em detalhes, do início ao fim.

Além disso, a jornada dura cerca de 2h30, se estendendo até pouco mais de 3h caso você não utilize o guia. O tempo é bastante curto e pode ser um problema para muitos, mas oferece uma aventura fechada e convincente.

Retropolis 2: Never Say Goodbye: vale a pena?

Retropolis 2: Never Say Goodbye é uma bela homenagem aos point and click da década de 1990 e também exerce um tributo honesto aos filmes noir dos anos 1950. Sua história é agradável e bem conduzida, estimulando os jogadores a continuarem até o fim.

Obviamente, não precisa de muito tempo para terminar a jornada: as mecânicas simples e a experiência linear evitam que a aventura se arraste para além do suficiente. Mas a diversão, as mecânicas precisas e a boa integração com os controles Sense deixam tudo melhor.

A falta de localização em português do Brasil pode incomodar parte do público, em especial por envolver um jogo narrativo baseado em pistas. Porém, a Peanut Button criou um game intuitivo e acessível mesmo para quem não curte pensar demais.

Com avaliação máxima na PS Store, Retropolis 2: Never Say Goodbye custa R$ 124, 50. Esse preço pode ser um pouco salgado para os mais exigentes, então vale a pena esperar uma promoção para pagar um pouco menos. Mas, de toda forma, é um jogo recomendado.

Retropolis 2: Never Say Goodbye está disponível para PS VR2 e PC VR.