Defesa da Microsoft insinua que Sony paga para jogos não irem ao Game Pass
Em documento enviado ao governo brasileiro, advogados da Microsoft estão dizendo que a compra da Activision Blizzard não gerará monopólio no mercado de jogos
Em um documento enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), advogados da Microsoft estão insinuando que a Sony paga para certos jogos não entrarem no Xbox Game Pass, serviço de assinatura de games da empresa norte-americana.
Os comentários são parte de uma resposta da defesa da companhia à editora japonesa. Esta última alegou ao governo do Brasil, de forma pública, que a aquisição da franquia Call of Duty (pertencente à Activision Blizzard, que está sendo comprada por US$ 70 bi pela gigante dos EUA) seria anticompetitiva no mercado de jogos.
“Considerando que as estratégias de exclusividade têm sido o cerne da Sony para fortalecer a presença da empresa na indústria de jogos, sendo ela líder na distribuição de jogos digitais, sua preocupação com eventual exclusividade do conteúdo da Activision é incoerente – para dizer o mínimo”, dizem os advogados da Microsoft no documento publicado pelo CADE.
“Apenas revela, mais uma vez, o receio com relação a um modelo de negócios inovador que oferece conteúdo de alta qualidade a custos baixos para os jogadores, ameaçando uma liderança que foi forjada a partir de uma estratégia device-centric e focada em exclusividade ao longo dos anos”, prossegue a defesa.
Por fim, os advogados da Microsoft também insinuam que “a Sony paga por ‘direitos de bloqueio’ para impedir que desenvolvedores adicionem conteúdo ao Game Pass e outros serviços de assinatura concorrentes”.
O mecanismo de pagar para evitar a chegada de conteúdo a outro console, não é bem uma coisa nova. Usando o próprio Call of Duty como exemplo, a Xbox possuía exclusividade temporária sobre os DLCs do game até 2014. Nos últimos anos, a Activision vem lançando modos de jogo do shooter primeiramente no PlayStation — em Black Ops Cold War, “Aniquilação de Zumbis” deu as caras antes na plataforma da Sony.
Microsoft não quer tirar jogos populares do PlayStation
No início de junho, Matt Booty, chefe do Xbox Game Studios, esclareceu que franquias da Activision Blizzard e Bethesda não devem ser totalmente retiradas do PS4 e do PS5. Segundo ele, certos games acabarão tendo exclusividade no console da Microsoft, mas grandes nomes devem ficar na plataforma da Sony, para “manter a comunidade”. Leia tudo aqui!