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Madden NFL 22: vale a pena?

Nova edição da série de futebol americano melhora a ambientação e faz o jogador se sentir no estádio

por Thiago Barros
Madden NFL 22: vale a pena?

Até quem não é fã de futebol americano já ouviu falar dos espetáculos que são os jogos. O clima da torcida, a tensão a cada drive, o show de organização. Especialmente, claro, no SuperBowl. Madden NFL 22 visa trazer esse aspecto lúdico do esporte para o digital. Com uma apresentação mais completa do que nunca e apostando nos recursos do PlayStation 5, ele coloca o jogador no centro da ação.

Há também melhorias significativas em gameplay e, principalmente, no Modo Franquia. Após os protestos na #FixMaddenFranchise, a EA Sports repaginou a experiência e acertou em cheio. Mas o que chama realmente a atenção logo de cara é a forma como o jogo “ganha vida”. Desde os menus até os snaps e touchdowns.

Trilha sonora irretocável, animações variadas tanto no campo-bola quanto entre um lance e outro… A atmosfera apaixonante do futebol americano está ali. Quem já viu um jogo in loco, ou acompanha pela TV, vai se identificar. Mas nem tudo são flores. Os comentários, por exemplo, estão em um nível abaixo (e não é de hoje), há muitos bugs, o Face of the Franchise não empolga e há falhas claras em campo.

Jogando Em Casa

A própria EA Sports colocou na lista de melhorias de Madden NFL 22, com grande destaque, os pontos relacionados à apresentação do jogo. Não foi à toa. Tudo isso só está presente na nova geração de consoles e faz uma grande diferença. A começar pelas animações, dos jogadores à torcida, e pelos lindos gráficos já tradicionais da série. É a chamada Atmosfera de Dia de Jogo.

Atmosfera faz a diferença em Madden NFL 22
Atmosfera faz a diferença em Madden NFL 22 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Mas não para por aí. Isso influencia diretamente na partida em si, com o Gameday Momentum e o Home Field Advantage. São boosters liberados nos jogos de acordo com o desempenho das equipes. O momentum está disponível para ambos os times, enquanto home field, como diz o nome, é apenas para a equipe da casa. Eles são ativados a cada objetivo cumprido no jogo, tornando a partida imprevisível.

Por exemplo: você pode ter uma meta de dar dois sacks no quarterback adversário. Caso consiga, irá “desativar” as setinhas das rotas de jogadores do ataque do outro time. Isso tem um quê de arcade, mas também é algo que se vê na vida real: a confiança de um time subir (ou diminuir) conforme os resultados das jogadas que são realizadas.

Cada descida faz a diferença em Madden NFL 22
Cada descida faz a diferença em Madden NFL 22 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Em outros aspectos que buscam aprender com a realidade, a equipe de desenvolvedores implantou um avançado sistema de estatísticas para que o jogador consiga identificar seus pontos fortes e fracos (e os dos rivais também), além de novos movimentos para os jogadores, baseados no que eles fazem em campo na vida real.

O “gameplay dinâmico” funciona muito bem, fazendo com que as estrelas da NFL sejam também estrelas em Madden NFL 22. E isso vale em todos os modos – que, aliás, são vários. The Yard e Superstar KO com uma pegada mais street, as Exibições tradicionais, a carreira no estilo “A Jornada” de FIFA (Face of the Franchise), Ultimate Team e, claro, a Franquia.

Variedade de modos é um diferencial de Madden NFL 22
Variedade de modos é um diferencial de Madden NFL 22 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Em todos os eles, não mudou quase nada. O foco mesmo parece ter sido na Franquia, e com razão. Afinal, o modo era aclamado pelos fãs, mas não tinha a devida atenção da EA Sports há algum tempo. Pois bem, isso mudou. Todos os detalhes estão no blog da empresa, mas o resumo é: há mais liberdade e possibilidades do que nunca.

Novos cenários, scouting a partir do mês que vem, atualizações durante todo o ano, novas skill trees para distribuir XP, novo sistema de gameplan baseado no que você quiser definir como meta para um jogo… Ainda não é tudo que o jogador mais hardcore deseja, mas sem dúvidas é um grande passo na direção certa.

Fumble

Só que, na hora daquela terceira descida importante rumo à Red Zone, acontece um fumble. Madden NFL 22 acerta em muitas coisas, porém comete deslizes que não deveriam mais acontecer. Os glitches visuais chegam a ser cômicos – como mostra a imagem abaixo.

Belas chuteiras, galera!
Belas chuteiras, galera! (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Há casos relatados nas redes sociais até de jogadores sumindo ou de partidas inteiras travarem e duplicarem um dos times logo depois, por exemplo. Isso é uma grande decepção para uma série tão consagrada e para o primeiro jogo, de fato, da nova geração de Madden.

Os comentários quase sempre iguais, de um jogo para outro, e até com frases que não correspondem ao que aparece na partida não são novidade, né? Assim com a falta de localização para o Brasil. O segundo ponto é até compreensível, tendo em vista que não deve ser tão grande assim o público do game por aqui, mas o primeiro decepciona bastante.

Jogabilidade é a mesma de sempre em Madden NFL 22
Jogabilidade é a mesma de sempre em Madden NFL 22 (Foto: Thiago Barros)

Sem falar no modo Face of the Franchise, que sem dúvidas tinha tudo para entregar uma experiência bacana, e até tem seus momentos, mas ainda deixa muito a desejar se comparado com outros similares, como o MyCareer de NBA 2K e até o “antigo” A Jornada, de FIFA. Diálogos mortos, sem áudio, bugs, roteiro super linear… Uma pena.

E no gameplay, por mais que haja, sim, alguns movimentos novos claramente perceptíveis, pouquíssima coisa mudou. Os recursos do DualSense e do Áudio 3D, com a imersão da apresentação, deixam tudo mais intenso, mas em termos de jogo em si, é basicamente no mesmo nível que se vê há alguns anos.

Mesmo com falhas, Madden NFL 22 ainda é um bom jogo
Mesmo com falhas, Madden NFL 22 ainda é um bom jogo (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Até houve alguns pontos em que ele “caiu’, como o jogo corrido, e as defesas com Cover Zone – que parecem extremamente quebradas. Segundo a EA Sports, há melhorias nas recepções, nos bloqueios e nos tackles, mas honestamente, nem dá para sentir tanta diferença. Talvez nos momentos de briga por espaço logo após snap, e nas jogadas 1 x 1, porém nada de tão marcante assim.

Madden NFL 22: vale a pena?

A avaliação de Madden NFL 22 é muito semelhante com o que falamos em todos os anos anteriores: vale a pena para o fã da franquia ou da modalidade. Até para quem não entende tanto, mas se interessa, pode ser uma bela opção para aprender. A grande questão negativa dessa temporada especificamente é o preço.

Vale a pena, Madden NFL 22?
Vale a pena, Madden NFL 22? (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Na PlayStation Store, o valor mais em conta do título, em sua versão padrão de PlayStation 4, é de R$ 298,90. A edição de PlayStation 5 custa R$ 338,90. A que abrange as duas plataformas sai por R$ 498,90. E, acredite, ainda há uma mais cara: a Dynasty, que oferece aos jogadores uma série de benefícios e o crossplatform pela bagatela de R$ 598,90.

Ou seja, é super compreensível se a grande maioria dos jogadores optar por esperar uma promoção e não adquirir Madden NFL 22 logo no lançamento. Afinal, ele é um bom jogo, sim, mas não é tão melhor do que seu antecessor, não tem localização para o Brasil e custa os olhos da cara.

Para quem curte e tem condições de bancar, por outro lado, é um investimento “justo”. Serão horas e mais horas de gameplay dessa nova edição de uma das franquias esportivas mais bem sucedidas dos games. A melhor ambientação da história e sua jogabilidade consagrada dentro de diversos modos de jogo que garantem muita diversão.

Veredito

Madden NFL 22
Madden NFL 22

Sistema: PlayStation 4 | PlayStation 5

Desenvolvedor: EA Sports

Jogadores: 1-4

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75 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Modo Franquia foi repaginado
  • Ambientação dos jogos é espetacular
  • Jogabilidade com uma boa curva de aprendizado
  • Variedade enorme de modos de jogo
  • 00Momentum deixa o jogo mais imprevisível
Desvantagens
  • Quantidade grande de bugs
  • Face of the Franchise é uma decepção
  • Ultimate Team sem nenhuma alteração
  • Gameplay praticamente idêntico ao anterior
  • Comentários deixam a desejar (há algum tempo)
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.