Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection: vale a pena?

Haja pizza… 2022 é o ano para os fãs de Tartaruga Ninjas! Em junho, a Dotemu lançou um título que modernizou a saga e, agora, a Konami e a Digital Eclipse entregaram Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection com 13 games clássicos da série. São os mesmos jogos originais, mas com melhorias.

Nesse review, analisaremos o produto em geral como uma edição de coletânea em vez de detalhar jogo por jogo. Dessa forma, você poderá entender como o conjunto funciona e se, de fato, oferece uma experiência que valha a pena.

13 em 1

Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection conta com 13 games das Tartarugas Ninjas. O menu inicial já permite acessar todos os títulos sem nenhuma exigência mínima e essa liberdade é bem atrativa para quem deseja escolher o seu game favorito.

É claro que há um sentimento de repetitividade porque muitos jogos seguem a máxima: “a mesma coisa, mas um pouco diferente”. Por exemplo, TMNT IV: Turtles in Time (Super Nintendo) é igual ao TMNT: Turtles in Time (Arcade), mas com melhorias visuais e de interface. A história, os cenários e os chefões basicamente são os mesmos.

Por outro lado, a coletânea oferece games com propostas diferentes, como TMNT: Tournament Fighters (NES) que usa o mesmo estilo de luta de Street Fighter 2, mas com personagens da franquia das Tartarugas Ninja. Além dele, ainda há títulos que fogem do beat’em up e apostam no gênero de plataforma. É uma viagem ao tempo para se apegar à nostalgia.

Ponto positivo para o fato de todos os jogos terem suporte ao multiplayer local — alguns para até quatro jogadores —, enquanto quatro títulos contam com o multijogador online. Os games de luta contam com a opção de Versus e outros modos bacanas para quem deseja explorar ainda mais.

As melhorias

Além das melhorias conhecidas em coletâneas de games clássicos, como a ferramenta de retroceder 10 segundos no jogo e as configurações de tela, a Konami trouxe outras opções interessantes para todos os títulos.

Logo no menu de seleção, é possível configurar a experiência de uma maneira particular. Os jogadores podem selecionar a fase de onde querem começar, desativar ou ativar recursos específicos, acionar novos níveis de dificuldade e mudar outros sistemas.

As ferramentas contribuem para os jogadores personalizarem os títulos para ficarem mais atrativos. Afinal, as premissas de todos eles são muito básicas: bata em todos os inimigos da tela, vença o chefão da fase e chegue até o final. Toda a sequência sempre na mesma história: o Clã do Pé quer destruir Nova Iorque e as Tartarugas Ninjas o impedirão enquanto resgatam seus amigos, como April e Mestre Splinter.

Enquanto as melhorias adicionadas são interessantes, as opções básicas ficam um pouco aquém. A única configuração visual que deixa os jogos bonitinhos é a original, criada para televisores antigos. Qualquer outra definição, para monitores ou wide, deixa os gráficos borrados e com pouquíssima nitidez.

Falta de recursos

Enquanto há adições de boas ideias, outras faltaram. A coletânea não possui legendas em PT-BR e, por mais que os jogos não possuam muitos diálogos, os menus e bônus ficam desfalcados com isso. Ainda mais para quem curte acompanhar bastidores, a edição oferece vários itens e curiosidades para explorar, mas precisará dominar a língua inglesa para entender.

Além disso, não existe um bom guia para os iniciantes. Como falaremos a seguir, Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection foi feito para os fãs e, por isso, não há dicas ou tutoriais claros para quem não conhece a franquia. No menu de opções, até tem uma seção com “guia de estratégia” bem discreta, mas parece uma página removida diretamente de uma revista de guias, sem nenhuma adequação para o PlayStation.

Por fim, não espere uma evolução de aprendizado. Os jogos são lineares até mesmo no gameplay, sem nenhuma adição e pouco apelo para o engajamento.

Nos primeiros títulos, é possível adicionar vidas no meio do jogo a fim de se manter imortal enquanto que, em outros games, morrer significa perder todo o progresso.

Um jogo para fãs

Ao contrário de Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge que modernizou os controles, trouxe novas mecânicas e explorou mais ideias, a Cowabunga Collection se contenta em apenas relançar os mesmos jogos clássicos que marcaram a infância de muitos jogadores.

Por isso, o título da Konami é visivelmente um produto feito para os fãs da marca. Não tem nenhum apelo ou novidade realmente grandiosa para que os mais jovens se interessem.

Não que seja algo negativo, mas dá para perceber que havia a necessidade de melhorias mais relevantes para a jogabilidade e para o visual dos jogos serem implementadas. Jogar qualquer título do SNES no PS5 não é lá uma experiência agradável para os olhos.

Um dos elementos que mais incomodam é justamente a falta de polimento do visual que impede de ter uma boa noção do espaço. Como os títulos beat’em up seguem o estilo de 2D, se posicionar bem para acertar os golpes é essencial. É muito comum você achar que está no lugar certo, mas acaba errando os golpes e levando dano em resposta dos inimigos.

Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection: vale a pena?

TMNT: The Cowabunga Collection é uma coleção obrigatória para os fãs e amantes de jogos nostálgicos. O conjunto traz de volta títulos de um passado muito distante sendo divertido revivê-los. Contudo, ele se sustenta apenas nisso.

Embora as melhorias adicionadas são boas, ainda falta um apelo maior para mais jogadores se interessarem pela edição. Ela mantém o conhecido e não traz nada de muito novo.

Se você quer voltar às experiências clássicas, a edição é suficiente para entregar o conteúdo que você espera. Contudo, se está buscando por uma visão mais contemporânea e com novas ideias, o título da Dotemu parece ser a aposta mais certeira.