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The Texas Chain Saw Massacre: vale a pena?

Jogo de terror assimétrico pode ter dificuldades para conquistar seu espaço no gênero de terror assimétrico

por Jean Azevedo
The Texas Chain Saw Massacre: vale a pena?

The Texas Chain Saw Massacre, o jogo baseado no Massacre da Serra Elétrica, adapta a história do famoso assassinato que ganhou notoriedade nos cinemas e televisões a partir de 1974, conta com personagens interessantes, mas tropeça em si mesmo

Para quem não está familiarizado, esse estilo de jogabilidade é semelhante ao de Dead by Daylight, onde os jogadores precisam escapar de um assassino enquanto trabalham em equipe e planejam a fuga perfeita. A obra cinematográfica é categorizada como um “terror slasher”, e o jogo abrange elementos dos reboots, do título original e até do prequel “O Início” (2006), que explora a origem de Leatherface, o portador da Serra Elétrica.

The Texas Chain Saw Massacre é interessante. Apesar de ter uma considerável jogabilidade repetitiva, o jogo complicou excessivamente o gameplay, resultando em mecânicas que tornam a fluidez das partidas um tanto quanto previsível.

Não é uma narrativa

O jogo não apresenta um modo história, campanha ou progressão linear, sendo puramente voltado para o multiplayer. O menu oferece apenas duas opções: jogar como parte da família ou participar como uma das vítimas em partidas abertas.

Apesar da narrativa não ser o ponto forte, as mecânicas que conduzem as partidas estão totalmente ligadas à história original. Embora Leatherface seja o mais icônico devido ao uso da serra elétrica, outros personagens marcantes com suas próprias personalidades também estão presentes.

menu de The Texas Chain Saw Massacre
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

Jogando como assassino

Aqui surge um ponto que pode desagradar, embora seja compreensível. Não é possível escolher o caçador no lobby pré-jogo. Caso alguém já esteja jogando como seu vilão favorito, é necessário solicitar uma troca e torcer para que aceitem.

Cada partida tem três assassinos. Além de Leatherface, temos Hitchhiker, Johnny, Sissy e Cook como vilões jogáveis. Cada um deles possui uma especialidade. O portador da serra elétrica elimina suas vítimas com essa ferramenta, enquanto Hitchhiker prefere usar pedaços de ossos para atacar seus alvos, por exemplo.

Leatherface
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

A principal missão jogando pelo lado dos assassinos em é impedir que os reféns escapem. As partidas sempre começam da mesma forma: os “hóspedes” iniciam pendurados no calabouço de Leatherface e precisam encontrar uma maneira de escapar.

A principal pista para rastrear os humanos é o som que eles fazem ao quebrar ossos, mexer nas ferramentas ou colidir com esqueletos nos corredores. Isso gera um sinal vermelho na tela do assassino, que, se conhecer bem o calabouço, pode interceptá-los logo no início da fuga, interrompendo o progresso do grupo.

Obviamente, se ninguém escolher Leatherface, outra pessoa ocupará essa posição no mapa. Depois de sair do porão, as vítimas precisam passar pela sala, pela frente da casa e atravessar um grande quintal para chegar à estrada e escapar com vida.

Tendo isso em mente, cada um dos caçadores deve posicionar-se nessas áreas, que estão interligadas como um ambiente aberto com uma única rota. Também é possível direcionar todos para a mesma região e interceptar as vítimas logo após elas saírem da casa. Em resumo, a vida do assassino é facilitada.

E essa tarefa se torna ainda mais fácil se os jogadores alimentarem o Avô. Esse personagem fornece benefícios permanentes aos assassinos nas partidas, como audição aprimorada e visão constante das vítimas. Para desbloquear esses poderes, é necessário alimentá-lo com o sangue das vítimas.

Foco na fuga

As partidas como vítimas não são tão emocionantes, já que as rotas de fuga são previsíveis. Mesmo com trabalho em equipe, não é fácil escapar no início das partidas no calabouço; é aqui que entra a astúcia para sobreviver.

Os sons são pistas fundamentais para localizar os personagens. Assim como os reféns tocam em certos objetos e geram notificações na tela, o mesmo ocorre quando os monstros estão por perto e interagem com objetos, fornecendo uma ideia de onde é possível se mover.

No entanto, The Texas Chain Saw Massacre é implacável com as vítimas. Para sair de cada área, é necessário encontrar caixas de ferramentas para desarmar armadilhas, criar caminhos e desbloquear trancas.

Essas tarefas consomem muito tempo e permitem que os caçadores se aproximem. Aqui, o jogo exagera nas mecânicas, tornando a missão bastante difícil para quem foi capturado.

Além disso, é preciso se mover silenciosamente na parte da casa. Os ruídos acordam o Avô, e a cada vez que isso acontece, uma varredura revela a localização de todos os reféns. Quanto mais forte o Avô fica, maior é a distância e duração desse efeito.

Outras áreas também têm perigos. Animais vivos, como galinhas enjauladas, alertam sobre sua posição, e há poucas opções de esconderijo para os fugitivos. O processo se repete, com cuidado para não fazer barulho, procurar ferramentas e desbloquear o próximo portão. Esse ciclo é repetido pelo menos três vezes por partida.

Jogabilidade simples, porém repetitiva

Apesar da dificuldade de sobreviver como refém em The Texas Chain Saw Massacre, a jogabilidade é simples, embora repetitiva. As rotas pré-determinadas não oferecem muitas alternativas para os fugitivos planejarem estratégias variadas. Cada sessão começa no mesmo lugar, com as mesmas opções. Isso é um ponto negativo.

Procurar por caixas de ferramentas se torna monótono, e tentar despistar os assassinos sem muitas opções de contra-ataque é ainda mais frustrante. Embora seja possível atrasar os caçadores temporariamente, eles se recuperam rapidamente, podendo destruir elementos menores no cenário e atacar à distância, dependendo das habilidades.

Em resumo, embora haja várias maneiras de sobreviver, elas não são compensadoras, são punitivas. Desbloquear as fechaduras demora muito. O nível de tensão é bem-vindo, e a mecânica de gerar ou evitar barulhos altos é interessante.

A tarefa de levar sangue para o Avô tem suas recompensas. Isso faz sentido dentro da história da franquia, mas na prática, é repetitivo. Mesmo com partidas durando cerca de 10 a 15 minutos, a repetição atrapalhar a diversão.

Dentro do jogo, há pequenos vídeos explicativos sobre as mecânicas, mas eles não são tão esclarecedores quanto deveriam. Os mais bem elaborados são os sobre os loadouts e árvores de habilidades, que funcionam de maneira semelhante ao sistema de Dead by Daylight.

É possível melhorar alguns aspectos, como a capacidade de reação dos assassinos e das vítimas, permitindo aprimorar as habilidades cognitivas dos personagens durante o jogo. Essas habilidades têm um impacto significativo na jogabilidade.

Porém, como mencionado anteriormente, é um pouco difícil escolher seu caçador/refém preferido devido à configuração automática das escolhas. Isso prejudica a possibilidade de evoluir apenas um dos personagens.

O DualSense vibra consideravelmente quando os inimigos estão próximos, aumentando a tensão nos momentos de perigo. Existem dois modos gráficos disponíveis, ambos fluidos, sem travamentos ou quedas de FPS durante o jogo.

Para nós brasileiros uma grande decepção: não há localização para nosso idioma.

Bônus para quem é fã dos filmes

Conforme você progride ganhando XP e subindo a conta de nível, diversas curiosidades sobre os bastidores do filme são liberadas e ficam acessíveis em um menu especial. Registros do elenco e das gravações são colecionáveis interessantes se você for fã da saga.

bastidores chain saw

The Texas Chain Saw Massacre: vale a pena?

A menos que você seja um grande fã da franquia de filmes, pode ser que não valha.

O preço de R$ 199,50 na PlayStation Store é alto para o que o jogo oferece, e a jogabilidade não envolve como deveria. A rejogabilidade até funciona bem com o ritmo das partidas, porém, a previsibilidade e a repetitividade são pontos negativos.

A qualidade gráfica e a imersão do jogo são louváveis, mas isso por si só não é suficiente. Infelizmente, não é um jogo muito recomendado para quem não compreende inglês. A ausência de tutoriais bem elaborados e a falta de dublagem e legendas em PT-BR também são desvantagens.

Veredito

The Texas Chain Saw Massacre
The Texas Chain Saw Massacre

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Sumo Nottingham

Jogadores: 7

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65 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Bom desempenho no PS5
  • Adaptação da franquia de terror slasher é bem executada
  • Colocar três assassinos foi uma boa ideia
Desvantagens
  • Sem localização PT-BR
  • Jogabilidade repetitiva e um pouco previsível
  • Muitas mecânicas complicaram a proposta
  • Sistema de escolha dos personagens pode desanimar
Jean Azevedo
Jean Azevedo
Redator
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