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South Park: A Fenda que Abunda Força: Vale a Pena?

Tirem (MESMO) as crianças da sala...

por Hugo Bastos
South Park: A Fenda que Abunda Força: Vale a Pena?

Não há uma maneira mais simples e direta de definir South Park: A Fenda que Abunda Força, como “cara, o bagulho é muito louco”. O mais novo título do universo criado por Trey Parker e Matt Stone abusa de piadas politicamente incorretas ao extremo, profanação, insultos, e um humor negro como Vantablack. E nós adoramos isso.

Ambientado na cidade homônima, o jogador assume o papel de um garoto sem nome, chamado apenas de “Novato”. Pego no meio de uma “guerra” entre duas facções de Super Heróis, o protagonista se vê envolto em uma disputa para ver quem irá protagonizar o mais novo show de TV da Netflix.

Vários personagens fazem seu retorno, e com o jogo totalmente localizado para nosso idioma, o jogador poderá desfrutar de diversas das vozes originais do desenho. Acompanhe nossa análise, e veja porque você não pode dispensar esse jogo. Mas antes, um aviso:

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Fonte: South Park: AFQAF

Agora que foram avisados, voltemos à nossa programação normal.

A Fenda com Força Abundante

South Park: AFQAF (carinhosamente chamado) possui uma história que se desenrola de forma um tanto lenta. Mas um de seus pontos mais positivos é que houve envolvimento direto dos criadores da série, o que trouxe uma fidelidade fora do comum ao título.

O jogador (protagonista silencioso) se pega envolto em uma trama de negócios que envolvem desde a criação de uma série rentável na Netflix, até envolvimento com uma corporação corrupta, amigos que se tornaram inimigos, e um vilão maquiavélico. No meio dessa briga, inúmeras missões paralelas e pessoas para ajudar, brigas para apartar, etc.

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O mundo de South Park é vasto e tem muitas coisas a descobrir. Fonte: South Park: AFQAF (Captura de Tela)

Explorar o mundo de South Park se torna entediante depois de um certo tempo, e este é um dos (poucos) problemas que o jogo apresenta. Não há muita razão ou profundidade para tal, além da exploração e coleta de itens. E determinadas áreas só ficam disponíveis após completar certos desafios.

Mas suas missões paralelas oferecem oportunidades de conhecer mais sobre os personagens e dar boas risadas no processo. Estas são divertidas e geralmente agregam mais valor que a própria história do jogo. E como já dito, o título é totalmente localizado em nosso idioma, e com a maioria das vozes originais do desenho.

Certamente, um presente para os fãs.

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Chapiscar a porcelana dos inúmeros vasos, e cortar o rabo do macaco, são alguns dos objetivos opcionais. Faça a obra prima em todos. Fonte: South Park: AFQAF (Captura de Tela).

Um jogo fora de controle!

As mecânicas de South Park: A Fenda que Abunda Força são parecidas com seu antecessor. Similaridades se encontram no fato de ambos serem jogos de RPG, ambos usam narrativas mundanas que podem incorporar cada aspecto social, e fazer uma piada dele, sem esforço. Já as mecânicas de combate foram um pouco modificadas.

Aquele esquema de turnos, ao estilo JRPGs, deu lugar a batalhas mais táticas, ainda com combates por turnos. O jogador pode personalizar seu avatar, que irá encarnar o protagonista silencioso, de uma forma bastante ampla. Basicamente tudo pode ser alterado (menos a estrutura física). Gênero, cor da pele, cabelos, e até mesmo a opção sexual.

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Cada batalha acontece em um grid, onde os jogadores são distribuídos e agem por turnos. Fonte: South Park: AFQAF (Captura de Tela).

Por ser um jogo baseado em super-heróis, cada personagem (o protagonista e os integrantes da história) tem um super poder específico. No caso do protagonista, este pode ser baseado em força, velocidade e poderes de fogo. O interessante é que há a construção do personagem. Ele não é apenas jogado na história, mas integrado nela.

E as habilidades de batalha são vastas e interessantes. Cada jogador conta com um conjunto de poderes, e um poder especial, a ser ativado quando a barra específica está em 100%. As animações são fluidas, e refletem a base de cada um deles. Fora que é extremamente divertido usar um “balão de mijo” ou poderes baseados em gases.

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Os especiais de South Park são poderes devastadores, que geralmente acabam com a batalha em segundos. Este é o do Homem-Pipa. Fonte: South Park: AFQAF (Captura de Tela)

À medida que o jogador avança na história, novos poderes e equipamentos são liberados. E por falar em avançar, há uma vasta gama de interações das mídias sociais, desde um Guaxingram (com a necessidade de adicionar seguidores para destravar certas habilidades), até uma agenda de fichas de personagens, com habilidades e mais.

É possível também fabricar itens diversos. Mas esta parte do jogo é um tanto fraca e enfadonha, tirando a diversão que deveria estar presente nela. Itens de recuperação são particularmente difíceis de se fabricar. E existe uma loja que supre a necessidade do jogador, sem muito esforço.

Imagens violentas e perturbadoras neste jogo

Um dos grandes trunfos de South Park é recriar, com maestria, todo o universo da série. Os gráficos foram feitos para garantir a máxima fidelidade. De tal forma que o jogador não sente que está “jogando” A Fenda que Abunda Força, mas assistindo a mais um episódio (muito longo) da série.

Interessante notar que os ambientes do jogo foram recriados de forma fiel à série. Casas, ruas, personagens… Aliás, a inserção dos personagens originais não poderia ser mais acertada. A movimentação de todos é caricata, como se estivessem pulando. Aqueles que assistem/gostam da franquia certamente não irão se decepcionar.

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Um dos melhores chamarizes do jogo é sua ambientação. Fonte: South Park: AFQAF (Captura de Tela)

Mas toda essa qualidade do trabalho ficaria prejudicada se o produto não fosse adaptado à sua temática. E o título o faz muito bem. A demonstração dos “super-poderes” dos garotos é excelente. Cada um com suas qualidades, as animações se destacam pela fluidez e perfeição nas execuções. Um toque de mestre, sem dúvidas.

E o mais interessante disso tudo é que a integração entre a série e a proposta do jogo é feita de forma automática. O jogador realmente se sentirá dentro de um episódio (como já dito, muito longo), sem que isso prejudique seu senso de diversão. Graficamente falando, South Park não deixa nada a desejar. Ponto para ele!

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South Park mistura animações e gráficos oriundos da série com aqueles vindos da proposta do jogo, de forma maestral. Destaque para aquelas relativas aos heróis e vilões do jogo. Fonte: South Park: AFQAF (Captura de Tela)

C@#@$%*! Isso é mesmo South Park!

South Park: A Fenda que Abunda Força é uma coletânea de absurdos do mais alto grau. E por mais incrível que pareça, tal fato não é ruim. Tenha em mente, caro leitor, que o ponto de vista aqui expressado é estritamente baseado no que o jogo oferece, que por sua vez é baseado em uma das séries mais polêmicas (e divertidas) já criadas.

O título trata o politicamente correto como algo inexistente. Para começar, o sistema de criação de personagens classifica o nível de dificuldade do jogo de acordo com sua cor de pele. Quanto mais negra, mais difíceis serão as batalhas. Além disso, o jogo lida ainda com temas como homossexualidade infantil, violência, profanação e temas religiosos.

Obviamente, as temáticas usadas nas interações do jogo, diálogos, e situações, podem não agradar a uma parcela mais sensível. E é inegável que determinadas piadas ou manifestações foram demasiadamente forçadas. Mas isso é South Park. Nada está à salvo de sua mira satírica.

Certamente não é um jogo recomendado para quem seja demasiado sensível com tópicos como racismo, estereótipos raciais, animes, video games, super-heróis, religiões, judeus, piadas de fezes e gases, entre tantos outros. E como um jogo, não deveria ser diferente.

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Um grupo de adolescentes tenta invocar um demônio com um ritual visto na internet. Mais um dia normal em South Park. Fonte: South Park: AFQAF (Captura de Tela).

Maior, melhor, (mais absurdo) e sem cortes. Mesmo!

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A Fenda que Abunda Força mostra a competência do trabalho dos criadores da série, e dos desenvolvedores do jogo. O título é uma clara evolução de seu antecessor, agregando muito mais valor, trazendo ainda mais conteúdo, e mostrando que em uma época onde um simples trailer provoca reações controversas, o politicamente correto aqui é ignorado.

Com um trabalho sonoro competente, com a adição de diversas das vozes originais, inúmeras referências a todos os setores da sociedade atual, e uma lista de troféus (com direito a um troféu de platina) desafiadora e variada, o que temos é um produto evoluído, diverso e extremamente divertido.

Não há um só ponto em que South Park: A Fenda que Abunda Força não provoque uma reflexão de até onde as piadas podem ir, sem se tornarem ofensivas. E não há um único momento em que isso importe nessa obra prima. Sente-se. Aproveite e relaxe. Este é, com certeza, um dos melhores jogos do ano.

Só lembre-se de tirar as crianças da sala. Elas podem ficar bastante perturbadas com certas coisas, como um certo drink feito de… bem… líquidos corporais e meleca…

Veredito

South Park: A Fenda que Abunda Força
South Park: A Fenda que Abunda Força

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: Ubisoft

Jogadores: 1

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86 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Irreverente e divertido
  • Trabalho sonoro competente
  • Platina desafiadora
Desvantagens
  • História se desenrola de maneira lenta
Hugo Bastos
Hugo Bastos
Publicações: 664
Jogando agora: Nada no momento.
Hugo Bastos e revisor do Meu PS4, apreciador de uma boa comida, e de platinas difíceis. E viciado em Rogue Legacy, OlliOlli2, Dead Cells, e não dispensa uma boa noite de jogatina.