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Saints Row: vale a pena?

Reboot da franquia tem personagens carismáticos, gameplay frenético e muitas horas de diversão

por Thiago Barros
Saints Row: vale a pena?

Não é cópia do GTA V, não é cópia do GTA V, não é cópia do GTA V. Bom, talvez até seja um pouco, mas o novo Saints Row vai muito além disso. Mais do que a pressão de ser semelhante ao game que vendeu mais de 165 milhões de cópias, ele carrega a responsabilidade de ser um reboot de uma série que começou bem, mas sofreu na última década.

E, como diz o ditado, loucura é esperar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. Por isso, não vá pensando que esse game é uma continuação dos antigos, ou apenas uma versão atualizada para consoles da nova geração daquele título de 2006. É algo totalmente novo. Um começo fresco para a saga. Saem os 3rd Street Saints, entram The Saints. No lugar do distrito de Saints Row em Stilwater, Santo Ileso.

Esqueça os vibradores que dão tiro e as loucuras dos games anteriores da franquia. A coisa agora é mais “real”. Na medida do possível. É uma experiência de mundo aberto num universo gigantesco, repleto de coisas para fazer, seguindo uma gangue de jovens que estão cansados da vida, seja de trabalhos comuns, seja de outros grupos criminosos, que se unem para tomar o controle da cidade.

Será que dá certo? A aposta da Volition renderá? Você vai descobrir nesta terça-feira (23), quando o jogo chegará ao mercado. E, se quiser saber o que o MeuPlayStation achou do game, é só continuar lendo.

Todo santo ajuda!

Santo Ileso é uma cidade enorme. Com a clara inspiração na região sul da Califórnia, nos Estados Unidos, ela tem desertos, lagos, cassinos, bares, uma série de atrativos. É uma mistura de Los Angeles, San Diego, San Francisco, Las Vegas… Enfim.

Bem-vindo a Santo Ileso, a cidade de Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)
Bem-vindo a Santo Ileso, a cidade de Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

O espaço é compartilhado por gangues, como a Los Panteros, com seus carros e armas tunadas de um jeito mais tradicional, e a Idols, toda hi-tech com uma pegada anarquista, além da Marshall, força militar usada para a segurança da área. O personagem principal é totalmente customizável, e a ferramenta usada para a personalização é bem vasta, desde características físicas até roupas e acessórios.

O seu protagonista (ou sua protagonista) trabalha pra Marshall e tem um amigo em cada gangue: Neenah, motorista dos Panteros, e Kevin, DJ dos Idols. Eli, o parceiro nerd da galera, se junta a eles. Pelo menos no começo. O bacana é que eles se completam. Você é uma máquina de matar. Neenah a piloto de fuga, Kevin o cara dos contatos e Eli a parte de negócios.

Esse é o seu bonde em Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)
Esse é o seu bonde em Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

E o início é justamente para conhecer a galera, explorar o local e entender tudo o que está acontecendo. Depois de uma série de eventos com todos os envolvidos, eles se unem para formar o grupo que vai dar nome ao jogo: os Saints. Aí que a brincadeira realmente começa – e cria-se o pano de fundo para o que aparece logo no começo do game, que você vai entender ao jogar.

O objetivo é um só: controlar a cidade.

E, para isso, há uma infinidade de missões – desde as principais até as sidequests (algumas delas, como vem virando rotina, obrigatórias), além de uma série de colecionáveis e eventos. Conforme você avança, também libera o modo Coop – seja com “a máquina” controlando um membro da gangue, seja online. A experiência é intensa e divertida.

Também é possível personalizar veículos em Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)
Também é possível personalizar veículos em Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

São horas e horas de exploração em um mundo vasto, dividido em condados dominados pelos inimigos e repleto de atividades. Só poderia ter uns mini-games que seriam bem propícios. Há quadras de basquete no cenário, por que não deixar bater uma bola? Ou ter algo envolvendo apostas nos cassinos, bebidas nos bares, etc. São muitas missões, pouco a fazer no tempo livre – exceto pelo que já está pré-determinado.

Amém

Todo esse background vem à vida com uma ambientação incrível e uma jogabilidade que merece elogios. De nada adiantaria a variação de missões, armas e veículos, a história bacana, a excelente trilha sonora… Se não fosse um gameplay de dar gosto, certo? Pois bem, Saints Row acerta bastante neste aspecto. Seja nos combates, seja na exploração.

Voo por Santo Ileso é incrível em Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)
Voo por Santo Ileso é incrível em Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Tem alguns problemas? Claro. A física dos veículos é meio doida – dá pra você derrubar um caminhão ao bater de lado nele com uma moto, por exemplo. Existem ainda certos bugs, com o personagem travando, gráficos não carregando direito, etc. Mas nada que não seja comum em grandes jogos de mundo aberto – vimos coisas parecidas em Red Dead Redemption II, GTA V, Assassin’s Creed e por aí vai.

O combate flui muito bem, com diferentes armas e a possibilidade de fazer takedowns que geram ótimas animações. O deslocamento com os veículos também é legal, especialmente quando você libera os mais avançados e diferentões. E a trilha sonora que embala esses momentos também é galáctica. Algumas são até tocadas em partes específicas das missões, hypando ainda mais a aventura.

Combate é muito divertido em Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)
Combate é muito divertido em Saints Row (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Os cenários são construídos de maneira assertiva, fazendo do level design um outro destaque do jogo. O visual é incrível. Nos personagens, não tanto, porém a cidade é encantadora. Santo Ileso te convida para explorá-la e seguir aumentando o seu império. Em meio à história dos Saints, é interessante também se deslocar pelas ruas e conhecer tudo o que está ali.

Também, como em todo jogo de mundo aberto, né?

Se você curte esse gênero, certamente vai se amarrar em Saints Row. Tem tudo de bom (e de ruim) que games do tipo oferecerem. E aí cabe ao jogador ver o copo meio cheio ou meio vazio. As missões podem ficar cada vez mais divertidas ou mais repetitivas. Andar pela cidade pode ser super divertido ou apenas perda de tempo. Tudo vai depender do seu perfil.

Saints Row: vale a pena?

Muita gente vai reclamar, outros vão achar interessante. O selo de “cópia de GTA V”, certamente, vai ser colado no game. E, entre o sucesso do gameplay e da ambientação e a física duvidosa dos veículos ou um monte de bugs (alguns até engraçados), Saints Row entrega uma experiência divertida, com horas e mais horas de jogabilidade e que merece sua atenção.

Saints Row: vale a pena! (Foto: Reprodução/Thiago Barros)
Saints Row: vale a pena! (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

A customização é outro ponto alto do jogo. Desde o personagem até armas e veículos, você pode deixar o game com a sua cara. Isso é, de novo, algo comum nesse tipo de jogo, mas Saints Row consegue elevar o nível. Tatuagens, acessórios, roupas. Canos, munições, camuflagens. Pinturas, peças, armas embutidas. São inúmeras possibilidades, tornando o gameplay divertido e imprevisível.

Outro ponto importante neste aspecto é como também é possível mexer na experiência do jogo em si. Na parte de performance, modo que valoriza o visual 4k ou aquele com mais fps. Sem falar nas possibilidades de comandos, uso do gatilhos adaptáveis e por aí vai. É um menu completo, cheio de opções, tudo para os jogadores terem a melhor experiência possível.

A mudança fez bem para Saints Row. Trazer as coisas para algo mais “real”, mas ainda ter uma pitadinha daquilo que consagrou a série, foi um acerto. Os novos personagens são interessantes, a cidade também e os aspectos técnicos, mesmo com uma falha aqui e outra ali, não decepcionam. Poderia só ter a dublagem para o português, né? Mas menus e legendas já ajudam bastante.

Veredito

Saints Row
Saints Row

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Volition

Jogadores: 1

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75 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Experiência é bastante divertida
  • Variações nas missões, armas e veículos
  • Customização do personagem
  • Narrativa e personagens interessantes
  • Cenários muito bem construídos
Desvantagens
  • Diversos pequenos bugs
  • Física dos veículos é meio esquisita
  • Obrigação de fazer sidequests
  • Não tem dublagem para o português
  • Poucas atividades que não são missões
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.