Red Faction Guerrilla Re-Mars-Tered: Vale a Pena?
Caos e destruição em solo marciano? Insurgência e táticas de guerrilha? Tem tudo aqui!
Red Faction Guerrilla Re-Mars-Tered põe o jogador na pele de Alec Mason, que se junta à Facção vermelha após o assassinato do seu irmão pela EDF – Força de Defesa da Terra. Empregando táticas de guerrilha e destruição estratégica de edificações, seu objetivo é um só: neutralizar a opressão aos trabalhadores, e erradicar a EDF do planeta vermelho.
O título original, lançado em 2009, foi muito bem recebido, com mecânicas inovadoras, ambiente altamente destrutíveis, e emprego de estratégias diversificadas para alcançar seus objetivos. Sua remasterização mostra que o jogo envelheceu bem, apesar de algumas características e modos estarem datados.
Bem-vindo a Marte
Histórias de luta contra regimes opressores começam, muito mais que ocasionalmente, com a perda de um ente querido. Neste caso, Alec Mason chega para trabalhar em solo marciano, apenas para ver seu irmão, Dan, ser assassinado pelas mãos da EDF, que, coincidentemente, ajudou a expulsar a antiga corporação opressora, 50 anos antes.
Assim, com o caminho pavimentado para seu alistamento, Alec acaba ingressando para a Facção vermelha, usando seus conhecimentos como engenheiro de demolição para auxiliar na guerra particular da milícia contra as forças da EDF. O que, na verdade, é apenas um pano de fundo (interessante, por sinal) para o gameplay.
Gameplay dinâmico, divertido, mas repetitivo
Em Red Faction Guerrilla Re-Mars-Tered, seu objetivo é claro: reprimir a influência da EDF em solo marciano, ao passo que aumenta a presenta da Facção Vermelha. Para isso, será preciso destruir edifícios, combater tropas, reunir documentos, entre tantas outras atividades. Enfim, tudo o que uma boa guerrilha urbana requer.
A jogabilidade agrada. A movimentação dos personagens é mais natural, e ajuda nos combates e percursos. No entanto, ao se ver rodeado de escombros, fica complicado controlar Alec, já que ele vai ser impedido por pedras e pedaços de ferro menores que sua canela. Mas fora isso, os combates também são fluidos e prazerosos.
Destruir edificações está entre as atividades mais legais do jogo. Seja com armas, minas de detonação, veículos ou mesmo torretas, ver grandes torres e edifícios vindo abaixo é o melhor que o jogo tem a oferecer. Demolições estratégicas dão um ar ainda mais “técnico” à arte de transformar tudo em escombros.
No entanto, mesmo essas mecânicas não são inovadoras nos dias de hoje. Em um determinado momento, a diversão acaba sendo comprometida pela repetitividade. E, assim, o gameplay passa de contagiante para enfadonho.
Tudo bom e melhorado em Red Faction Guerrilla Re-Mars-Tered
Os gráficos do jogo fazem jus à remasterização. Estão muito mais bonitos e dão uma atmosfera opressiva ao jogo. Não se observam muitos bugs ou problemas que cheguem a comprometer a jogabilidade. Uma ou outra queda no framerate, mas nada muito acentuado.
A trilha sonora também tem seu show a parte, com a transição dinâmica dos momentos calmos para aqueles onde é necessário o combate, fuga, ou mesmo o suicido (sacrifique-se pela causa!). Os efeitos sonoros são até bons, considerando-se a idade do jogo. As demolições soam “verdadeiras”, dando um ar mais realista ao que é mostrado na tela.
Falando em demolições, estas, como já dito, são a parte mais divertida do jogo. Os escombros se misturam em concreto e metal retorcido. Os blocos realmente parecem sólidos, e não apenas um monte de cubos de CG deformados. É possível ver ranhuras e fissuras nas estruturas enquanto estas são reduzidas a pó.
Neste quesito, é ponto pra THQ Nordic!
Forma e conteúdo
Red Faction Guerrilla Re-Mars-Tered oferece bastante coisa a se fazer. O modo campanha tem diversos objetivos, como recuperar áreas, demolir obstáculos, realizar tarefas específicas, cumprir desafios, entre muitos outros. Além desse, existe ainda conteúdo extra, originalmente oferecido por meio de três DLCs.
Este modo conta histórias dos Marauders e das terras abandonadas, e serve como prequência à campanha principal. Já os modos multiplayer se dividem em dois. O Wrecking Crew é um competitivo ao estilo “passe o controle”, onde jogadores competem para alcançar a maior pontuação em diversos tipos de atividades.
Ja o multiplayer online coloca jogadores do mundo todos uns contra os outros, em modos distintos. Nada de muito diferente do que já foi visto em tantos outros jogos com a mesma temática. Existem itens especiais a se destravar, power-ups na forma de mochilas (backpacks), e um sistema de evolução de personagens.
No geral, este último modo é totalmente dispensável. Durante a análise, foi um suplício encontrar pessoas para uma partida online, o que demonstra claramente o desinteresse dos jogadores por este modo.
Vale ou não vale?
Red Faction Guerrilla Re-Mars-Tered é um jogo divertido e empolgante. Diversas armas, inúmeras maneiras de abordar os objetivos, demolições estratégicas e um número suficientemente bom de desafios compõem o pacote. Um multiplayer local que traz certa diversão, e histórias paralelas que agregam valor ao título.
O jogo original fora muito bem recebido, e seu relançamento prova que a THQ sabe como trazer jogos com idade “avançada” ao público atual.O conteúdo adicional, integrado ao título, agrega ainda mais valor, ao trazer histórias e opções variadas, de forma a complementar a experiência.
Apesar de alguns problemas, como a falta de localização ao nosso idioma – não há sequer menus e legendas traduzidos – e pequenos bugs e problemas técnicos, o título merece ser jogado, ou rejogado. Especialmente por contar com um preço até convidativo – na PSN BR, está a R$ 119,90.
Depois de Red Faction Armageddon, e do fim da franquia, o relançamento de Red Faction Guerrilla pode trazer uma luz aos fãs árduos da saga, com uma possibilidade de um novo jogo, assim como aconteceu com Darksiders. Resta saber, contudo, se haverá espaço para ele no futuro.