Review

Marvel’s Midnight Suns: vale a pena?

Jogo de estratégia é uma boa opção para os fãs e novatos do gênero

por Jean Azevedo
Marvel's Midnight Suns: vale a pena?

Já pensou como seria comandar uma equipe composta pelo Homem de Ferro, Capitã Marvel e Homem-Aranha? A Firaxis entrega essa possibilidade em Marvel’s Midnight Suns, seu novo jogo de estratégia por turnos com elementos de cardgame.

A equipe do MeuPS recebeu o código da versão de PS5 e após 38h investidas na campanha principal, podemos afirmar que esta é uma opção interessantíssima para os amantes do gênero — ainda mais se o jogador for fã dos heróis citados anteriormente.

Com legendas e menus em PT-BR, Marvel’s Midnight Suns consegue prender os jogadores por longas sessões de jogatina, mas peca em alguns aspectos na hora de apresentar a história com uma melhor qualidade. 

A história de Marvel’s Midnight Suns

Tudo começa com a Hydra, organização terrorista famosa nos filmes e HQs, que faz um ritual obscuro para ressuscitar a grande vilã do jogo: Lilith, o Arauto do Sol da Meia-Noite.

Lilith marvel's Midnight Suns
A grande vilã do jogo (Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

Após saberem do despertar da entidade, uma espécie de “deusa” derrotada por membros do grupo dos Midnight Suns, os Vingadores procuram reforços ao redor do mundo para tentar atrasar os planos do grupo de malfeitores.

Após tentativas de recrutamento falhas, os heróis têm sua base invadida pelos agentes e pela própria Lilith. Wanda, agora parceira de trabalho de Dr. Strange, acaba sendo raptada pela feiticeira, que usará seus preciosos poderes para cumprir seus planos maléficos.

Isso leva os heróis a buscarem uma solução rápida para combater os malfeitores, e os Midnight Suns rapidamente se tornam uma opção.

Ajude Hunter a cumprir seu destino

Não pense que irá sair por aí desfilando com o Homem de Ferro e os grandões da Marvel o tempo todo, não.

O protagonista do jogo é Hunter, herói (ou heroína) totalmente personalizável que servirá como uma espécie de líder na caça de Lilith — ela, inclusive, tem umas surpresas na linhagem a serem reveladas ao longo do gameplay.

Hunter Marvel's Midnight Suns despertar

Hunter desperta de um sono de 300 anos após a última guerra contra a vilã. Enquanto a antagonista junta suas forças com a Hydra, o protagonista contará com a ajuda dos Vingadores.

O novo vigilante é apresentado logo após descobrirem sobre a volta da entidade do mal. A partir daqui, ele participa ativamente de todas as ações por já ter derrotado essa inimiga no passado. 

Jogabilidade 10/10

Apesar dos jogos de estratégia chamarem mais a atenção de um nicho específico de pessoas, Marvel’s Midnight Suns tem o necessário para “estourar a bolha” e conseguir novos amantes para o gênero. 

Ao utilizar os personagens da Marvel em um gameplay por turnos se combinando com o baralho de habilidades, a fluidez do combate fica bem interessante. O primeiro ponto positivo é: todas as informações sobre seu turno são apresentadas de forma clara na tela, assim fica muito mais fácil bolar um plano para cumprir os objetivos.

Segunda coisa a ser destacada: não é difícil pegar o jeito e entender como funciona a mecânica de heroísmo do game. Em Marvel’s Midnight Suns, quanto mais ações você faz no seu turno, maior fica seu medidor heroico, e algumas cartas/skills especiais só são ativadas quando esse medidor chega a um certo número.

Junto disso, a Firaxis entrega maneiras muito fáceis de deixar os personagens mais fortes. A mais natural delas é a subida de nível dos personagens, que ocorre no decorrer da jornada, porém, suas cartas podem ficar poderosas ao editar o seu baralho e combinar as repetidas conversando com o Blade na base de operações.

Ao ataque

As rodadas de Marvel’s Midnight Suns não são estabelecidas por tempo, mas por número de jogadas disponíveis. O padrão são três ações por turno (não inclui movimentação pelo cenário e interações com objetos), mas alguns heróis têm cartas que podem aumentar esse número.

As cartas diferem entre ataques em área, golpes ágeis e talentos. Enquanto uns apenas consomem o total de ações, outros também descontam no medidor heroico do grupo, composto por três personagens dependendo da missão — às vezes, só com Hunter e mais um acompanhante, ou dois heróis aleatórios, mas sem o protagonista, em quests específicas.

Esquadrão Marvel's Mignight Suns
Escolha do grupo é feita antes das missões se iniciarem. (Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

Descartar uma carta ou utilizar os elementos do ambiente para iniciar as lutas não descontam no contador, por exemplo. Assim como eliminar uma tropa adversária com os ataques ágeis te dá direito de executar mais uma ação na batalha.

Essas pequenas mecânicas não deixam os combates ficarem “paradões”, sendo um baita atrativo para quem não é habituado com o gênero estratégico de turnos.

Se prepare para conversar bastante

A narrativa de Marvel’s Midnight Suns é rica o suficiente para fazer o jogador querer saber mais sobre seus heróis. Nas horas de descanso dentro do QG, é possível socializar com eles. Isso desenvolve um vínculo de amizade com Hunter e impacta também no equilíbrio de suas habilidades. 

Cada linha de diálogo disponível conta com um karma de luz ou escuridão, dependendo da sua escolha. Ao passar tempo com os personagens e desenvolver relações, Hunter pode desbloquear skills e bônus diferentes de acordo com suas escolhas na interação — isso não entrega finais diferentes no jogo.

Marvel's Midnight Suns - Hunter e Peter Parker
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

Apesar de algumas conversas e interações não serem tão interessantes, os heróis têm histórias próprias, mas sem ligações com o Universo Cinematográfico da Marvel. Isso os deixa muito mais cativantes, principalmente por possuírem narrativas ricas e profundas.

A experiência com Marvel’s Midnight Suns foi boa, mas não perfeita

A exploração, o ritmo das missões e alguns bugs acabaram sendo pontos negativos durante a nossa experiência em Marvel’s Midnight Suns. A área explorável é uma espécie de castelo que pertence ao grupo Midnight Suns, onde os Vingadores e os demais heróis tomam como base.

Nesse local, Hunter descobre uma série de coisas sobre o seu passado e pode passar bastante tempo construindo relações com os demais moradores do QG. No entanto, isso não é apresentado tão bem.

Andar pela floresta e pelas salas não é uma boa experiência. Junto disso, combinando com a interface de usuário com um monte de avisos no Superlink (a rede sociais para super-heróis criada por Tony Stark), a identificação dos objetivos principais fica confusa.

Marvel's MIdnight Suns mapa Abadia
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

Ainda falando na progressão de Hunter e da narrativa, o fato de precisar cumprir algumas missões secundárias sem sentido não agradou. Isso quebra o ritmo dos acontecimentos de diversas maneiras, principalmente quando nos desvia dos objetivos.

Além dos pontos citados acima, a história é interessante, mas não é apresentada na qualidade esperada. No PS5, não é possível escolher modos gráficos, embora isso não impacte a experiência de gameplay. O problema em si são as cinemáticas.

Os dois registros abaixo servem como exemplo. No primeiro, Wanda aparece com o rosto em baixa qualidade — e não é assim no restante do jogo. Já na segunda foto temos Venom, e o vilão parece ter sido melhor trabalhado para a situação:

Cinemáticas MArvel's Midnight Suns
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)
Venom em Marvel's Midnight Suns review
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

Outro ponto negativo fica para as cutscenes. Enquanto umas parecem ter sido feitas com extremo cuidado, outras carecem de melhores expressões dos personagens.

Marvel’s Midnight Suns: vale a pena?

Apesar do preço estar um pouco salgado na PS Store (R$ 349,90) e no varejo (R$ 334,38), Marvel’s Midnight Suns apresenta muito bem o gênero de estratégia por turnos e consegue conquistar um novo público graças ao elenco cativante de heróis.

Pelo que é entregue, o jogo cumpre o prometido com êxito e diverte. Se você é fã desse estilo, não deixe de jogar. Se ainda não é, pode ser interessante dar uma chance.

Veredito

Marvel's Midnight Suns
Marvel's Midnight Suns

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Firaxis

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
82 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Bom tempo de campanha
  • História dos heróis é cativante
  • Evolução dos heróis é notável ao longo da jornada
  • Sistema de turnos e jogabilidade de fácil entendimento
  • Menus e legendas em PT-BR
Desvantagens
  • Pequenos bugs
  • Cinemáticas de baixa qualidade
  • Interface confusa
Jean Azevedo
Jean Azevedo
Redator
Publicações: 9.360
Jogando agora: EA Sports FC
"Who Lives, Who Dies, Who Tells Your Story" — Hamilton.