Killer Klowns from Outer Space: The Game: vale a pena?

Classico cult de 1980, Palhaços Assassinos (ou Palhaços Assassinos do Espaço Sideral) criou uma legião de fãs pelo mundo ao introduzir um filme “mistureba”. Fusão entre comédia e terror, ele foi mais um longa trash que marcou era em um cenário já bastante concorrido.

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Há anos, fãs vem pedindo um reboot ou uma sequência do projeto, especialmente após seu retorno ter sido cancelado em 2019. Felizmente, alguém teve uma ideia de trazê-lo em um formato completamente diferente: e assim Killer Klowns from Outer Space chegou aos videogames.

Adaptando o formato de multiplayer assimétrico, o game bebe da fonte que faz muito sucesso com Dead by Daylight, mas trazendo mecânicas bem diferenciadas. Porém, isso seria o suficiente para estabelecer o jogo nessa área de alta concorrência?

Palhaços e alienígenas: terror das crianças ou dos adultos?

Moradores de Crescent Cove reúnem suas melhores armas e o instinto de sobrevivência para combaterem uma ameaça totalmente imprevisível: a chegada de palhaços assassinos e alienígenas na Terra.

Sádicos, esses seres de outro planeta possuem apenas semelhanças físicas com os populares comediantes, pois sua mentalidade coloca em risco direto a vida de poucos humanos que desejam enfrentá-los.

Assim, dá-se inicio a uma guerra nunca vista: as crianças estão dormindo e os adultos tomam a linha de frente para proteger seus lares. O confronto não será fácil e premiará não apenas o mais inteligente, mas também quem ver seu adversário como inimigo que coloca em xeque sua existência.

Killer Klowns from Outer Space: The Game é um multiplayer assimétrico 3 vs. 7. Até dez participantes podem se reunir em sessões, onde acessarão um sistema baseado em PvPvE de ação em tempo real.

O título é desenvolvido pela IllFonic, que já trabalhou em outro jogo do gênero recentemente: Ghostbusters: Spirits Unleashed. Mas agora, o estúdio aposta em uma série de mecânicas inovadoras, permitindo que todos os jogadores (vivos ou mortos) possam colaborar com sua equipe.

Divertido para o caçador e para a presa

Killer Klowns from Outer Space: The Game consegue entreter ambos os públicos que curtem filmes de terror. Seja um palhaço assassino e comedor de algodão-doce ou um humano fugitivo com vontade de se tornar um herói, você contará com as ferramentas necessárias para cumprir sua missão.

O gameplay é totalmente voltado para aquele famoso esquema de terror assimétrico, onde há um grupo de vilões e outro de mocinhos. No primeiro existem três palhaços, cada um com missões diferentes, que são responsáveis por parar um esquadrão de até sete sobreviventes.

Ao cair no time dos palhaços, sua missão é impedir que os seus alvos escapem da cidade. Apesar de estarem em menor número, eles têm ferramentas capazes de diminuir essa desvantagem.

Primeiramente, há o kit básico. Com uma arma que joga açúcar nos alvos e os deixa com movimentação lenta, o golpe final dos palhaços é dado com uma martelada — nesse momento, o jogador decide se os executa ou os transforma em bolas gigantes de algodão-doce.

Essa é a forma mais direta de impedir que seus alvos escapem do mapa, porém, não é a única. O player também terá mais facilidade para alcançá-los em locais onde as estruturas foram tomadas por açúcar, deixando seus inimigos com movimentação mais lenta e vulneráveis aos seus ataques.

Para aumentar a sua captação de vítimas, esses casulos de algodão-doce podem ser alocados em máquinas especiais espalhadas pelo mapa. Cada cápsula com um humano gera energia para invocar um lacaio.

Seus reféns contam como “combustível” para invocar esses pequenos goblins/duendes ajudantes. Eles são como uma espécie de radar que quando encontram um player perdido por aí, te alertam com sinais vermelhos no mapa, facilitando sua missão de impedir a fuga.

Os palhaços também contam com habilidades especiais que os deixam mais rápidos e com mais fôlego. Outras skills permitem rastrear os adversários através da nave, tendo uma visão ainda mais ampla do cenário. 

Parece impossível escapar deles, não é mesmo? Acredite, Killer Klowns from Outer Space equilibra a experiência muito bem para os dois lados.

Nos jogos de terror assimétrico, os sobreviventes acabam sendo um pouco limitados e se limitam a cumprir as tarefas sem chamar muita atenção. Em Killer Klowns from Outer Space: The Game, a premissa ainda é essa, contudo, caso algo dê errado, o jogador não sofre grande punição.

Aqui, as vítimas conseguem se virar para contra-atacar os palhaços, achar rotas mais interessantes para confundir a movimentação deles e até ajudar seus companheiros a retornar para a ação.

Como um humano, sua missão é se manter longe dos assassinos e explorar o ambiente em busca de recursos. Nesse momento, temos outra diferença positiva quando Killer Klowns from Outer Space é comparado com os demais games do gênero: variedades estratégicas para escapar dos vilões.

Assim como os palhaços possuem habilidades especiais, as pessoas também contam com recursos interessantes capazes de deixá-los mais rápidos, aumentar a estamina para executar ações e outras vantagens. 

Atrelado a isso, a fuga pode ser dinâmica e ocorrer de diversas formas. É possível fugir do apocalipse entrando em um bunkers especiais, pilotando barcos e até abrindo portais. Cada uma dessas opções suporta um número limitado de sobreviventes, ou seja, tudo precisa ser combinado para ninguém ficar para trás.

Para ativar cada um deles, é necessário cumprir objetivos menores pelo mapa, como coletar gasolina, encontrar maneiras de derrubar portões e até buscar cartões de acesso. 

Obviamente, um mocinho ou outro acabará sendo pego ao longo das partidas. Se eles forem abatidos diretamente, já era, mas quem vira casulo de algodão-doce pode ter uma segunda chance. Há uma máquina de ressurreição para recuperar seus amigos e tentar escapar novamente.

Junto disso, Killer Klowns from Outer Space tem itens de ataque para os humanos lutarem contra os invasores. Armas, bastões e outras opções são fortíssimas para deixar seus perseguidores atordoados momentaneamente, dificultando sua captura e dando segundos valiosos para repensar a estratégia.

Para dar mais profundidade e sentido ao seu tempo investido em Killer Klowns from Outer Space, o game conta com um sistema de evolução interessante. Tanto como humano quanto como palhaço, é possível desbloquear sets predefinidos ou editar suas habilidades para se encaixarem melhor no seu estilo de gameplay.

Com essas ferramentas impactantes para a jogabilidade sendo liberadas de acordo com seu progresso ao subir de nível, vale ressaltar aqui outra qualidade de Killer Klowns from Outer Space: é prazeroso cumprir as tarefas e acumular XP após as partidas.

O sistema valoriza seu tempo investido e retorna seu esforço ao praticar ações nas sessões em forma de recursos. Além de aprimorar suas habilidades, é possível editar a aparência dos seus personagens, deixando a imersão como outro fator positivo dentro da proposta.

Nem tudo são travessuras

Killer Klowns from Outer Space infelizmente tem momentos onde a diversão deixa de marcar presença. Mesmo com poucas pessoas participando dessa fase de testes fechada apenas para a imprensa, algumas partidas demonstraram inconstância na qualidade da conexão, o que prejudica na progressão.

Outra parte da experiência que merece uma atenção da IllFonic passa pela mecânica de acertos de golpes, tanto dos palhaços quanto dos humanos. Os ataques não são tão precisos assim e podem desequilibrar o jogo em determinados momentos onde eles são necessários — principalmente para os palhaços.

Killer Klowns from Outer Space The Game: vale a pena?

Killer Klowns from Outer Space é uma experiência que pode encantar os fãs da franquia de filmes e tem o necessário para causar o mesmo efeito em um novo público. A temática cômica e os sistemas de gameplay casam muito bem com a proposta.

A experiência precisará de atualizações constantes para manter a comunidade engajada, comum para um jogo como serviço multiplayer, mas ele já chegará como um destaque em meio a tantos games de terror assimétrico. 

No geral, vale a pena, sim, e o preço de R$ 199,50 cobrado na PS Store condiz com o conteúdo entregue. Vai se aventurar nesse?

Esse review foi feito em colaboração entre os redatores André Custódio e Jean Azevedo.