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Fort Solis: vale a pena?

O jogo é um poderoso mostruário da vitrine da Unreal Engine 5 e só isso

por Raphael Batista
Fort Solis: vale a pena?

“Nunca julgue um livro pela capa” é uma expressão adequada para a experiência de Fort Solis. Após trailers interessantes e um visual arrebatador graças ao poder da Unreal Engine 5, o jogo gerou boas expectativas, mas o resultado final ficou aquém do esperado.

O título parece ter sido criado com um único objetivo: ser uma vitrine para a UE5. Ele faz isso com louvor, mas como um produto de entretenimento, é incompleto. Embora tenha boas atuações, o esquema de jogabilidade é tedioso, a história não engaja e fica uma sensação de potencial desperdiçado.

Fort Solis é como aqueles filmes que ficam passando em televisores potentes de lojas. Ele chama a atenção pelos gráficos e só. Talvez essa era a proposta desde o início, mas havia espaço (viu o que fizemos aqui?) para mais.

Uma história no espaço

O ano é 2080, e o protagonista é Jack Leary, um engenheiro que está em Marte no seu último dia de trabalho antes das férias, segue a sua rotina até que a base Fort Solis Emite um alerta de emergência. Ao chegar ao local, ele precisa descobrir o porquê de todos desapareceram.

É uma trama fundamentada no suspense que, em algumas partes, funciona. O roteiro foge dos perigos alienígenas – uma decisão acertada, apostando algo bastante inovador e interessante.

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Jack Leary está em Marte e seu último dia de trabalho reserva surpresas indesejadas.

É cinema?

O problema é que as coisas demoram muito para engrenar e, quando isso acontece, o jogo já está no fim. A campanha de Fort Solis dura em torno de 3 a 4 horas. É pouco, ainda mais pelo desenvolvimento arrastado para os eventos principais.

Além disso, há uma falta de urgência para a resolução dos problemas. O protagonista vê eventos que são, no mínimo, assustadores e ele não se impressiona, sua respiração não fica ofegante e seu tom de fala continua o mesmo. É como se os acontecimentos não o afetassem.

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Diante de situações misteriosas e macabras, o personagem parece não se afetar com nada disso.

É importante ressaltar que o gênero de Fort Solis é definido como uma experiência de aventura cinematográfica. Logo, espera-se que toda a experiência do jogo simule sensações ou ritmos que os filmes promovem no espectador. Contudo, nada disso acontece.

O jogador percebe que há algo de errado, que o perigo é iminente e que é necessário soluções imediatas, mas o herói e o jogo em si se mantém num marasmo e num ritmo arrastado, quebrando completamente a imersão.

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A experiência do game é resumida em andar de ponto A até B.

Ou é jogo?

Fort Solis deixa a desejar como um produto cinematográfico mas também como um jogo. As mecânicas de gameplay são parecidas com títulos como Until Dawn ou Man of Medan. Você basicamente explora os cenários com um personagem para coletar itens ou descobrir pistas enquanto passa por momentos de quick-time events.

Porém, ao contrário dos outros jogos citados, Fort Solis possui uma jogabilidade ainda mais cadenciada, os momentos de QTE são simples e não interferem na história. Se você erra nos games da Supermassive, você perde um personagem. Aqui, errar uma sequência, gera apenas uma outra animação ou dá game over, mas a história permanece a mesma.

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Os QTE estão no jogo, mas não interferem na história se você acerta ou erra.

Já na parte de exploração, não há muito incentivo para os jogadores. Você pode buscar pelos posteres espalhados pela base espacial ou pelos dispositivos de áudio para saber detalhes de enredos secundários, mas esses extras não são contribuições relevantes para a experiência. Os colecionáveis servem para informações adicionais ou para troféus e só.

É uma pena que Fort Solis também não tenha nenhum esquema de combate ou furtividade. Basicamente, sua função durante o tempo todo é andar de um lado para outro e resolver puzzles, que são poucos e bem explicadinhos. A câmera em cima do ombro, à la Dead Space, permitiria um combate divertido, mas você não encontra nada disso no game.

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O gameplay dos puzzles é apenas interagir com objetos nos cenários.

Visual e som de arrepiar

Nem tudo são críticas. Como dito anteriormente, o visual de Fort Solis é de deixar o queixo caído. Possivelmente, essa é a intenção da produção desse jogo. Ser um verdadeiro mostruário do poder da Unreal Engine 5.

As expressões faciais, os detalhes de iluminação, os cenários, todos os elementos gráficos apostam em um realismo impressionante. É fácil dizer que esse é um dos jogos mais bonitos do PlayStation 5. Desde corredores escuros até ambientes abertos em Marte, o visual é de encher os olhos.

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Essa captura não é tela cinemática, mas é gameplay mesmo!

E há também de positivo o design de som que ajuda bastante nos momentos de tensão. O barulho de um cano estourando, o som da tempestade de areia de um planeta distante, o eco dos passos em um corredor escuro, o som cria uma atmosfera singular adequada para o estilo do jogo.

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Desde sons aleatórios até as trilhas de momentos da história, o design do som de jogo também merece elogios.

Fort Solis: vale a pena?

Fort Solis é uma experiência voltada para a demonstração técnica de Unreal Engine 5 e pouco envolvente como um videogame ou entretenimento. Embora tenha uma duração curta, a história não é intensa e demora para engrenar. Mesmo as boas atuações dos personagens não são o suficiente para manter o jogador interessado no roteiro.

Como um produto cinematográfico, ele tem até seu valor. É um game que pode ser jogado como se fosse uma série, em capítulos. O visual e o som acabam contribuindo para a atmosfera. Porém, é provável que seja uma experiência facilmente esquecida ou pouco impactante para todos que jogarem.

Veredito

Fort Solis
Fort Solis

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Fallen Leaf

Jogadores: 1

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55 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gráficos realistas
  • Som de ambiente imersivo
Desvantagens
  • História pouco envolvente
  • Ritmo arrastado
  • Jogabilidade "sem efeito"
  • Curta duração
  • Quebra-cabeças simples
Raphael Batista
Raphael Batista
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Jogando agora: Dragon Age: The Veilguard | LEGO Horizon Adventures
Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.