Destiny: O Rei dos Possuídos: Vale a pena?
Com o segundo ano do jogo em vista, a Bungie resolveu apostar todas as suas fichas para reconstruir a reputação do shooter com um novo conteúdo. Intitulado de “O Rei dos Possuídos”, a expansão veio com a promessa de relançar Destiny e mudar os conceitos que os jogadores têm do FPS/MMO.
Destiny teve o seu primeiro ano de lançamento assombrado pelas críticas que não construíram uma boa reputação para o FPS. Um enredo raso, muitas DLC’s, poucos conteúdos e alguns bugs minaram os ânimos daqueles que eram reticientes ao game.
Será que as coisas mudaram? Confira nossa análise para saber se vale a pena (re)jogar o game da Bungie.
Enredo
A primeira expansão do jogo conta a história de como o Príncipe da Colmeia, Crota, precisa ser detido do seu plano de dominar os planetas com seus exércitos de Cavaleiros, escravos, acólitos e feiticeiras. Assim, os guardiões são levados à descer ao mais obscuro lugar da Boca do Inferno e lutar contra os exércitos de Crota. A bravura de guardiões de todos os lugares levaram à queda do príncipe.
Mas ele tem um pai, Oryx, o Rei dos Possuídos. Quando soube da morte do seu filho, jurou uma sangrenta vingança. E é neste profundo rancor que a nova expansão se baseia.
Assumimos então o controle do nosso guardião e partimos para novas aventuras! Tudo começa em uma base cabal, Fobos, onde a Vanguarda capta um sinal de evacuação de emergência e nos envia para investigar o que está acontecendo. Ao chegar lá, encontramos os cabais rendidos, em fuga e a base destruída.
Ao entrar nos deparamos com algo estranho que, misteriosamente, capturam cabais fazendo-os desaparecer como se fossem para outra dimensão. Ao seguir as pistas, nos deparamos com a projeção de Oryx prometendo vingança por seu filho.
Assim, começamos nossa jornada para nos preparar, pois as opções são: morrer ou matar o Rei e seu exército de possuídos. Para isso, será necessário embarcar na nave de Oryx, entitulada de “O Encouraçado”, cheia de labirintos e tesouros escondidos.
As novas habilidades dos guardiões
Dentre as várias novidades de Destiny, uma que agradou a comunidade foram as novas habilidades que chegariam às classes de guardiões em Destiny. Como se sabe, anteriormente cada tipo (Arcano, Caçador e Titã) possuíam duas subclasses de habilidades, faltando a cada um deles um tipo de elemento.
Para Arcanos foi acrescentada a subclasse com dano de arco, denominada Condutor da Tempestade onde, ao ser carregada, o guardião canaliza descargas elétricas que são distribuídas letalmente entre os inimigos.
Aos Caçadores, o Predador Noturno: um arco e flecha poderosíssimo que prende os inimigos tornando-os alvos fáceis para serem finalizados.
Para os Titãs, um martelo flamejante com dano solar. Este chegou através da subclasse Demolidor Solar: incendeia tudo e todos que são atingidos pelo martelo.
Novas missões: maiores, mais difíceis e completas
Nas expansões anteriores, as missões da história, além de curtas, tinham um enredo vago e inconsistente. Muitos elementos não eram facilmente compreendidos, e mais uma vez a frustração se fazia presente.
O Rei dos Possuídos chegou com a prerrogativa de “virar este jogo”. O novo conteúdo trouxe uma infinidade de missões e contratos diferentes de tudo o que já havíamos visto anteriormente. Além da história principal da caçada à Oryx, há várias missões que complementam a trama principal.
Ao completar essas missões, várias recompensas são recebidas, e aos poucos, vamos conseguindo obter os níveis de luz requeridos para realização de atividades mais complexas.
Uma nova e desafiadora maneira de ser mais forte
Anteriormente, era necessário chegar à um determinado nível para depois conseguir equipamentos lendários e exóticos para só então fazer upgrades. Isso mudou!. Aquele número grande que indica o nível não é mais a parte mais importante de tudo. A quantidade de luz que os guardiões contém é a maior influência.
O mais interessante é que, agora tudo influencia para que essa quantidade de luz aumente. Suas armaduras, suas armas, seu fantasma ou item de classe. Quanto mais luz, mais poderoso você se torna para lutar contra a treva que cresce sobre o sistema.
Um outro aspecto é que não somente os itens lendários e exóticos são necessariamente os mais poderosos: durante sua jornada, facilmente você encontrará itens raros com uma quantidade de luz maior que o seu lendário atual.
Mas, certamente, os melhores itens continuam sendo os que são obtidos na nova incursão, que falaremos a seguir.
Uma grande quantidade de novos itens foram acrescentados ao jogo, enquanto outros foram subitamente esquecidos. Entre eles, o que foi motivo de luto, a Gjallahorn, o lança-foguetes mais poderoso do ano 1 de Destiny, que não pode ser obtido com o nível de luz do ano 2.
Outros itens novos são os artefatos que auxiliam no nível de luz do guardião, além de oferecer benefícios no intelecto/disciplina/força, ou chance de aumento da aquisição de lumens e outros itens.
É hora de matar um Rei
O momento mais aguardado de todos os jogadores apaixonados pelo título é o de, finalmente matar Oryx. E para isso, você precisará ter muita luz (280), um bom esquadrão, paciência e muita persistência. Diferente das incursões anteriores, e principalmente da “Escuridão Subterrânea”, matar o pai não será tão simples e fácil quanto o filho.
A nova incursão, como as outras, possui várias etapas e vários “chefões” a serem derrotados antes de chegar ao todo poderoso Oryx. Para passar dessas etapas, vários puzzles precisam ser resolvidos e executados com precisão e, acima de tudo, sincronia.
Esses puzzles exigem que você precise de um esquadrão, o que dificultará bastante, diferente das anteriores, que os jogadores finalizem a incursão em modo solo. Em várias partes é necessário manipular relíquias simultaneamente, ou estar em totens para que plataformas apareçam.
Após 6 demoradas e complexas etapas, finalmente você se encontrará com o Rei dos Possuídos e não é diferente para derrotá-lo: você precisará executar várias manobras, em sincronia com seu esquadrão, além de derrotar ordas de inimigos antes de atingir Oryx.
Depois de cada etapa, você encontra baús com loots excelentes e únicos. Diferente das incursões anteriores, durante as matanças você recebe experiência e têm chances de encontrar engramas raros e lendários.
Isso não foi tão legal…
Nem tudo são engramas e lumens. Nem todos ficaram felizes com o anúncio de O Rei dos Possuídos. Os que aderiram ao jogo desde o primeiro momento se sentiram desvalorizados com a chegada do novo conteúdo.
A primeira desavença foi quanto ao valor da expansão e os conteúdos das edições Lendária e de Colecionador.
Quanto a Edição Lendária, os jogadores que começarem a jogar Destiny agora pagarão mais barato pelo jogo completo. Isso fez com que os jogadores veteranos se sentissem desvalorizados, pois nenhum tipo de desconto foi oferecido para aqueles que já possuíam todos os outros conteúdos adicionais.
Quanto a Edição de Colecionador, foram oferecidos conteúdos exclusivos que somente quem adquirisse essa edição poderia obter. Essa foi uma notícia que, inicialmente, foi colocada de uma maneira não muito inteligente por um dos membros da equipe da Bungie gerando revolta. Após rever seus conceitos, não de uma forma tão eficiente, a produtora ofereceu o conteúdo para ser comprado separadamente.
Um outro ponto não muito positivo é que, para jogar “O Rei dos Possuídos” é obrigatório possuir as expansões anteriores.
Um fantasma mais interativo
Uma outra grande novidade foi a troca do dublador de nosso companheiro, o fantasma. Anteriormente dublado por Peter Dinklage, o Tyrion Lannister de Game of Thrones, a produtora resolveu substítulo, após problemas de relacionamento, para um outro ator.
A escolha do “novo” fantasma agradou grande parte dos jogadores. Agora quem dá via ao fiel escudeiro dos guardiões é ninguém menos que Nolan North, ator que interpreta o Nathan Drake da franquia Uncharted.
Para aqueles que têm curiosidade, vale a pena trocar o idioma para conferir a nova dublagem.
Em português, as falas anteriores não foram substituídas, mas as novas falas são de outro dublador. Além disso, as dublagens estão mais bonitas, com mais “emoção” e intensidade nas falas.
Considerações Finais
A dificuldade de um FPS/MMO retorna para o título com o objetivo de desafiar novamente os antigos e novos jogadores. Apesar do valor das expansões e da “inutilização” dos itens conquistados no primeiro ano, os novos desafios nos fazem querer jogar o novo conteúdo de Destiny.
Com uma dublagem excelente, missões complexas, difíceis e uma incursão de tirar o fôlego (e o sono) fazem com que o título, mais do que nunca, valha a pena.