Dead Rising 4: Frank’s Big Package: Vale a Pena?
Jingle Bells, Jingle Bells, Frank is on the way...
Dead Rising 4: Frank’s Big Package foi lançado no início do mês para o PlayStation 4, cerca de um ano depois de seu lançamento para outras plataformas. Então, você se pergunta “por que o review demorou tanto a sair?”. A resposta é: porque esse jogo parece o saco do papai Noel. Sempre tem mais alguma coisa pra fazer.
A história se passa um ano após os acontecimentos de seu predecessor (ainda não lançado para as plataformas PlayStation). Frank West, agora professor em uma universidade, é “convidado” por uma de suas alunas a desbaratar uma operação militar em Willamette, Colorado, que acreditam estar sendo usada para experimentos humanos.
No entanto, as coisas não são o que parecem. Tudo dá (muito) errado, e Frank se vê novamente envolto em uma conspiração governamental, falsamente acusado e algo de uma caçada. E agora precisa, novamente, enfrentar zilhões de zumbis e lutar por sua vida, enquanto registra tudo com sua câmera e faz piadinhas com tudo e com todos.
Um jogo onde que conta com vasto conteúdo, divertido e imenso. Mas com falhas pontuais, que tornam a experiência menos divertida do que poderia ser. Ainda assim, é um pacotão interessante.
Willamette – Colorado, 2022…
A história do título é tão ridícula quanto divertida. Frank West, agora professor em uma universidade, é chamado para cobrir uma história digna de um prêmio Pulitzer. Sua aluna, Vicky, informa que estão fazendo experimentos humanos em uma base militar secreta, em Willamette – o último lugar do mundo onde Frank gostaria de voltar.
Lá, ele acaba descobrindo que humanos estão sendo usados como experimentos, e zumbis estão sendo criados. Vicky surta e foge sem ele, que é considerado fugitivo de alta periculosidade. Quatro meses depois, um novo surto durante as vendas da Black Friday acontece, e é dada a Frank uma chance de limpar seu nome, em troca da cobertura da história.
O enredo mescla bem momentos de tensão e diálogos sérios com as piadas e brincadeiras sem sentido que os fãs do senhor West conhecem tão bem. E um ponto extremamente positivo é a dublagem. Com uma lista de profissionais conhecida, a localização para nosso idioma não decepciona, e angaria elogios do mais alto grau.
Não chega a ser um “The Last of Us”, mas está acima da média.
Um caso de amor e ódio
Dead Rising 4 é uma dicotomia, quando se fala em analisa-lo. O jogo traz excelentes melhorias na jogabilidade. Agora, Frank pode construir armas com o que tiver a mão, ao invés de precisar de um lugar específico para isso. Basta ter o esquema de montagem e… bam! Uma marreta cuspidora de fogo novinha em folha.
Outro elemento que certamente merece elogios é a ausência do limite de tempo nas missões. Não é mais necessário correr contra o relógio para salvar aquele sobrevivente, ou chegar a determinado lugar. Isso dá uma sensação de liberdade muito maior, não estando restrito a um lapso temporal. Alguns podem não gostar, por deixar o jogo menos “tenso”.
É notável citar que Frank West não sofre mais de dores crônicas nas costas, que o faziam correr como se estivesse carregando um saco de 50 kgs. Os personagens são mais humanos, tanto no comportamento quanto em suas interações. Isso traz mais realismo ao jogo. E por fim, a sua câmera agora ganha outras funções além da básica.
Mas por outro lado, não existe mais a possibilidade de jogar cooperativamente a campanha, o que certamente é uma de suas maiores falhas. Tal opção pode ser experimentada nos diferentes modos multiplayer, como o divertido “Super Ultra Dead Rising 4 Mini Golf”. Mas ainda assim, era um dos maiores chamarizes do título.
Alguns outros problemas técnicos também assombram o jogo, como inimigos que desaparecem nos cenários, e o protagonista que fica preso entre móveis e peças do ambiente, não conseguindo se mover, e é difícil de controlar. Por vezes, foi necessário reiniciar o jogo durante a análise. É algo irritante? Sim. Mas não chega a comprometer tanto a diversão.
O grande pacote do Frank!
Uma das coisas que mais agrada em Dead Rising 4 é que este veio com todos os DLCs já lançados. Isso quer dizer que você vai ter acesso direto ao Super Ultra Dead Rising 4 Mini Golf, ao episódio extra Frank Rising, e ao fantástico modo Capcom Heroes.
Este último traz 17 fantasias de personagens diversos da Capcom, além de todas as outras que Frank pode usar normalmente durante o jogo, com seus poderes respectivos. Você poderá soltar hadoukens e tatsumakisenpuu kiakus como Ryu, Psycho Crushers como Bison, descarregar Ebony e Ivory como Dante, entre tantos outros.
E para quem se lembra de uma pegadinha que a EGM fez a alguns anos atrás, sobre jogar com Akuma em Resident Evil 2 (eu mesmo fui enganado por essa piada), agora é possível usar o demônio do Satsui no Hadou para destroçar zumbis a vontade!
E para os que gostam de multiplayer cooperativo, é possível agora joga-lo como sobreviventes em modos específicos. Lamentavelmente, esta opção não está disponível para a campanha. E por fim, o SUDRMG, onde você disputa partidas divertidas de golfe com amigos, online ou offline, com diversas opções de personalização. Vale a pena!
Violência desmedida e sob medida
Na parte gráfica, o jogo cumpre seu papel. Não impressiona, mas não decepciona. Efeitos de luz e sombra se destacam, especialmente no período noturno, e é interessante ver que a quantidade de zumbis na tela aumentou bastante desde sua última aparição. Glitches ocasionais ocorrem, mas não com frequência, e são facilmente ignoráveis.
Além disso, ao “matar” zumbis, Frank vai ficando ensopado de sangue, até “desaparecer” em meio a uma cobertura vermelha. As mortes dos inimigos receberam também um tratamento especial. Golpes finalizadores dão um show a parte, com desmembramentos, explosões e esquartejamentos dignos de serem vistos.
A sonoplastia do título merece comentários. Enquanto a dublagem está, realmente, elogiável (em certos aspectos, claro. Já em outros…), os efeitos sonoros e trilha musical deixam um pouco a desejar. Momentos de tensão e descontração não são potencializados o suficiente. E por vezes, acabam tendo o efeito oposto no jogador.
Já os zumbis se comportam e soam realmente como criaturas sem vida. Isso traz uma sensação bastante mórbida ao jogo, especialmente por se tratar de uma ambientação festiva, e próxima às festa de natal.
Sorria!
Dead Rising 4 merece o subtítulo que tem. O “grande pacote do Frank” traz muitas coisas a fazer e horas sem fim de diversão. Para os mais exigentes, conquistar a platina deste título não será uma tarefa difícil, mas certamente terminar o jogo na dificuldade mais será um desafio a parte.
O jogo não é livre de problemas. A falta de um modo cooperativo para a campanha, diversos bugs que assombram o gameplay, e uma parte sonora questionável podem fazer torcer o nariz daqueles que experimentarem o título. Além disso, algumas mudanças na jogabilidade, como a exclusão do contador de tempo, pode não agradar os fãs mais ávidos.
No entanto, é certo que isso dá ao jogador a possibilidade de explorar muito mais da cidade de Willamette, em busca dos segredos mais bem escondidos, e sem se preocupar em ter que recomeçar o jogo, por não ter pego aquele maldito helicóptero a tempo. Então, às compras, jogador! Só não esqueça seu taco de baseball com pregos.
Você lembrou dele, não lembrou?
Veredito
Dead Rising 4: Frank's Big Package
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: Capcom Vancouver
Jogadores: 1
Comprar com DescontoVantagens
- Jogo vem com todos DLCs
- Jogabilidade melhorada
Desvantagens
- Falta de modo cooperativo
- Diversos bugs no gameplay