Avatar: Frontiers of Pandora: vale a pena?
Veja a análise completa do novo jogo baseado na série de filmes de James Cameron
Uma adaptação para os videogames da franquia que tem, simplesmente, o primeiro e o terceiro lugar de maiores arrecadações da história das bilheterias de cinema – com mais de 5 bilhões de dólares somados entre os dois filmes. Esse é o tamanho da responsabilidade de Avatar: Frontiers of Pandora, que chega oferecendo o famoso “fan service” aos milhões de fãs dos Na’Vi em todo o planeta.
Para fazer isso, claramente o primeiro foco foi em tornar a experiência tão espetacular visualmente quanto os filmes. Com gráficos impressionantes, especialmente levando em consideração o fato de ele ser um enorme jogo de mundo aberto, o título é de cair o queixo. Com uma ambientação impressionante, ele encanta logo nos primeiros momentos – só de olhar mesmo para tudo ao seu redor.
E não é só isso. É sobre você se tornar um dos famosos personagens azuis que capturam a imaginação do público desde 2009. Com um gameplay de altos e baixos, porém com grandes momentos, e uma nova história original sobre o conflito com o Povo do Céu, Frontiers of Pandora chega como um dos títulos mais esperados de 2023. Desde seu “first look”, dois anos atrás, criou-se uma enorme expectativa sobre o jogo. Será que a Ubisoft conseguiu atendê-las? Confira no review completo abaixo.
Pandora
Todo mundo quando vê Avatar: Frontiers of Pandora logo compara ele a Far Cry. Especialmente por ser da Ubisoft. Não tem como fugir.
Só que aqui vamos desviar um pouquinho disso nesse primeiro momento. A referência virá de outro jogo, da CD Projekt RED. Cyberpunk 2077 teve seus (diversos) problemas, porém uma coisa brilhou: Night City. Pelo visual, pela singularidade, pelas características únicas. Mesmo sendo um pouco “morta”.
É exatamente a sensação causada por Pandora no jogo de Avatar. Incrível visualmente, com diversas áreas com suas particularidades incríveis, porém faltando um pouquinho daquele sopro de vida que torna um jogo de mundo aberto inesquecível – como Red Dead Redemption 2, por exemplo.
Isso faz com que a viagem rápida seja uma alternativa mais usada do que deveria.
Pandora te convida, sim, a explorar. Especialmente porque o jogo tem muitas investigações e coletas de materiais. E, depois de um começo um pouquinho arrastado, o jogo te dá a sensação de que vai embalar, permitindo coletar um monte de missões e sair para a caça.
A grande questão é que a maioria delas acaba sendo um pouco repetitiva, e os momentos em que você anda pelo planeta, muitas vezes não encontra nada de muito interessante – a não ser que esteja com buscas já marcadas, como pele de um animal ou alguma determinada planta, por exemplo.
O que não quer dizer que o universo criado nas “fronteiras de Pandora” não seja incrível. Pelo contrário. Especialmente na ambientação, que vai além dos belos gráficos. Vale citar os excelentes efeitos de áudio e, claro, a localização completa para o Brasil.
É realmente impressionante ver o nível de detalhamento que a Ubisoft conseguiu fazer em um jogo de mundo aberto – o que, naturalmente, só foi possível justamente por esta “pouca quantidade” de outras coisas espalhadas pelo mapa. Uma troca justa, não?
E vale lembrar que as fronteiras a Oeste de Pandora são palco não somente da história principal, como de missões paralelas, eventos em tempo real, mistérios escondidos por selvas e um amplo sistema de sobrevivência. Sem falar nos DLCs que já estão previstos para o ano que vem, expandindo ainda mais a história.
Seja Na’Vi
O outro grande atrativo do novo jogo de Avatar, claro, é permitir ao jogador que ele seja Na’Vi.
A história começa com seu personagem, customizável (não tanto assim, mas com opções razoáveis), sendo salvo das garras da RDA e iniciando uma busca por suas origens. Afinal, ele foi sequestrado ainda pequeno e criado dentro de uma base do Povo do Céu.
Depois de um coma induzido por longos anos, ele é solto no mundo e tem que correr atrás do tempo perdido. Uma nova história original de Avatar? Dentro!
Isso se dá por meio de um sistema de RPG bem ao estilo dos jogos da Ubisoft, como Far Cry. Começando com a progressão com árvores com diferentes funções — Caçador, Guerreiro, Sobrevivente e Criador — e itens de equipamento e armamento, que podem ser comprados ou craftados. Há uma progressão em níveis que vão te deixando mais forte e capaz de enfrentar as missões conforme elas surgem. Há locais no mapa em que você também libera skills específicas e melhorias para sua saúde. Fique ligado neles!
Algo bacana é que você, se for dos mais exploradores, pode passar por locais de missões mais avançadas pelo mapa, e elas aparecerão no seu mapa – você provavelmente não vai conseguir completa-las, especialmente se forem repletas de combate, se não estiver no nível recomendado, mas ainda assim, é uma característica legal do mundo aberto.
O objetivo, claro, é derrotar as forças humanas e proteger Pandora.
Para isso, você pode montar em Ikrans, cavalgar em espécies únicas e conhecer paisagens surpreendentes. E, claro, também terá que enfrentar batalhas bem intensas, com o destaque principal para os postos de observação dos militares – alô, Far Cry! As caçadas a animais e coletas de itens para cozinhar ou craftar projetos para armas e equips são outra parte fundamental do gameplay. Que, sim, é em primeira pessoa, escolha justificada pelos devs.
O objetivo é dar ao jogador a maior imersão possível. Fazer com que ele seja, de fato, os olhos e ouvidos de quem vai liderar mais uma resistência deste povo originário contra os colonizadores. Neste mundo em expansão, é tudo sobre explorar Pandora e buscar meios de sobreviver.
E um ponto fundamental disso é a “movimentação vertical”. Escalar é incrível. Pular de árvore em árvore. Usar o Ikran para alcançar diversos locais. Cria-se uma dinâmica característica dos Na’Vi, foge-se das comparações com Far Cry e deixa o jogador matutando até onde ele pode ir. O céu não é o limite.
Avatar: Frontiers of Pandora: vale a pena?
Eu vejo você, Ubisoft.
Obviamente, não é fácil adaptar uma saga de tanto sucesso quanto Avatar – especialmente na parte gráfica, tendo em vista que os filmes de James Cameron são um deleite para os olhos. E, neste ponto, os desenvolvedores acertaram com maestria. Estamos diante de um dos jogos de mundo aberto mais bonitos já feitos até hoje – superando por muito o que vemos em Far Cry, que feliz ou infelizmente é impossível não usar como base de comparação.
Por outro lado, o gameplay tem altos e baixos. Momentos incríveis, como domar e voar em um Ikran, ou mesmo explorar os diversos biomas disponíveis em Pandora. Porém, é impossível negar aquela sensação de estar fazendo muita coisa que não importa tanto – como uma sidequest em que você precisa fazer uma investigação e andar para caramba apenas para achar um tablet com um poema de uma pessoa apaixonada da tripulação do QG da Resistência.
No fim das contas, pode-se dizer que Frontiers of Pandora entrega o que se espera. Visual lindo, muita exploração, algumas missões memoráveis e uma história bacana. Deixa a desejar apenas em algumas quests pouco inspiradas e na falta de variedade no combate, especialmente nos inimigos. É um jogo muito mais de aventura e exploração do que de ação. E para quem gosta disso, portanto, vale muito a pena.
Se você gosta de Avatar e Far Cry, é perfeito. Se curte um dos dois, vai se divertir. Se não é muito fã de nenhum deles, bom, não estaria lendo essa análise, né?
Veredito
Avatar: Frontiers of Pandora
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: Ubisoft
Jogadores: 1-2
Comprar com DescontoVantagens
- Gráficos e ambientação são estonteantes
- Exploração e crafting são pontos altos do jogo
- Movimentação vertical deixa o gameplay bem divertido
- Ter uma nova história de Avatar é incrível
- Localização completa para o Brasil
Desvantagens
- Missões podem ser chatas e/ou repetitivas
- Combates, armas e inimigos não empolgam
- Pandora poderia/deveria ter mais "vida" no mundo aberto