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Conheça os jogos da PlayStation Plus de Dezembro

por Hugo Bastos
Conheça os jogos da PlayStation Plus de Dezembro

O fim do ano vem se aproximando, e com ele as expectativas para as festas que o acompanham. Famílias reunidas, comemorações, muita comida e bebida. É época, ainda, de esperar por presentes vindos de um certo senhor vestido de vermelho. Dessa forma, muita era a expectativa sobre os jogos da PlayStation Plus de Dezembro , anunciados no último dia 30 de novembro (e que você confere aqui).

No entanto, esperava-se uma sorte maior de jogos conhecidos, Triplo-A, ou mesmo de produtoras mais destacadas no cenário mundial. Não foi, contudo, o que ocorreu. Mas é certo dizer que, assim como os jogos do mês passado, este certamente contém surpresas ocultas. E estas só poderão ser apreciadas por aqueles que, de fato, se dispuserem a “tomar a pílula, para ver até onde vai a toca do coelho”.

Dessa forma, conheçamos, então, os jogos do próximo line-up da PlayStation Plus.

INVISIBLE INC. (PS4)

Um daqueles jogos que surpreendem por suas mecânicas bem executadas. Invisible Inc. foi lançado originalmente para PCs em Maio de 2015 (no programa Early Access, foi lançado em Janeiro de 2014), vindo para o PlayStation 4 em abril deste ano. Um jogo bastante elogiado, chegou a finalista ao Grande Prêmio de Excelência em Design e Grande Prêmio Seumas McNally do Festival de Jogos Independentes de 2015.

O jogo é todo interessante, a começar pela sua história. O ano é 2074. As megacorporações tomaram conta e os governos não existem mais. Invisible Inc. é uma agência de inteligência privada que fornece serviços de infiltração e espionagem a corporações, utilizando agentes de campo e uma sofisticada inteligência artificial. Mas algo dá errado, o quartel é comprometido e apenas quatro agentes (entre eles a IA) escapam.

A partir daí, a história se desenrola em um misto de espionagem e reviravoltas dignas de filmes de 007. A jogabilidade é baseada em turnos, inspirada por XCOM, com foco na estratégia e furtividade. Além disso, o jogo é estilo Rogue, como Rogue Legacy: se um agente morre, ele permanece morto, a não ser que seja retirado. Se todo grupo morre, o jogo acaba.

Cada agente tem seus pontos fortes e fracos, que devem ser explorados para o sucesso da missão
Cada agente tem seus pontos fortes e fracos, que devem ser explorados para o sucesso da missão

As semelhanças continuam no fato dos objetivos e mapas das missões serem gerados proceduralmente, de forma que os os detalhes, obstáculos e dificuldades são diferentes em cada playthrough. Os agentes possuem estatísticas que podem ser melhoradas. Cada vez que o jogo é finalizado, novos agentes com novas habilidades são destravados.

Um jogo com dificuldade acentuada, perfeito para aqueles que adoram um bom desafio. Gráficos que lembram outro excelente jogo indie para PS4, Transistor, este é um daqueles games que, primeiro, aguçam sua curiosidade. Depois, prendem sua atenção.

Veredito: Vale a pena ser jogado, definitivamente. Desafiador e instigante, uma diferente partida a cada vez que é terminado.

STORIES: THE PATH OF DESTINIES (PS4)

Um jogo vibrante é a melhor definição de Stories. Trata-se de um RPG de ação Top-Down (estilo Dead Nation), em que as histórias mudam a cada vez que o jogador termina o jogo. E a cada vez que isso acontece, mais inimigos e caminhos são abertos, fazendo com que o fator replay seja alto neste jogo.

A história do jogo é bastante clichê. Ela acontece em um mundo de animais antropomórficos, com ilhas voadoras e tecnologia steampunk. Reynardo, a raposa, luta contra o regime opressor de um imperador tirano. Durante uma de suas fugas, ele se depara com um livro mágico que o permite ver suas potências escolhas e resultados, e dessa forma, voltar no tempo e realizar diferentes opções.

Com esse pano de fundo bastante “original”, é possível se chegar a até 24 possíveis finais, em busca daquele  considerado o melhor. Para tanto, o jogador ganha experiência durante o jogo. Com ela, destrava novas habilidades de combate, e forja novas armas que habilitam novas áreas nos mapas.

Um jogo vibrante, que exala vida em seus cenários
Um jogo vibrante, que exala vida em seus cenários

O jogo possui a jogabilidade que pode ser considerada um misto de Bastion com Batman: Arkham Asylum. Seu conceito pode ser definido como o dos livros de RPG infantis Choose Your Own Adventure (em que o jogador pode escolher os caminhos do seu personagem). Stories: The Path of Destinies angariou os prêmios de Melhor Jogo de PC e Melhor Jogo Indie do Canadian Video Game Awards de 2016.

Ainda assim, foi criticado por ser um tanto repetitivo. Isso, por possuir pouca variação dos movimentos que Reynardo pode completar, e da grande repetição dos tipos de inimigos.

Veredito: Não é um jogo ruim, mas pode se tornar monótono com o tempo. Perfeito, contudo, se você tem crianças pequenas em casa. Suas cores vibrantes e personagens fofinhos são cativantes.

HYPER VOID (PS3)

Definitivamente, um jogo não recomendado para pessoas fotossensíveis, ou com problemas de epilepsia. Hyper Void é um jogo de nave ao estilo tube shooter, semelhante a Dyad e Child of Eden. Uma história obscura e uma jogabilidade arcade difícil (que beira ao injusto) completam a descrição deste jogo. Apertem seus cintos, pois vamos atravessar o buraco de minhoca.

Em Hyper Void, o jogador controla a nave RM-24, de um total de 26, enviada para investigar uma explosão de Supernova próxima a Alfa Centauri, que exibe certos padrões não mapeados. Diversos ataques de outras raças são identificados, e cabe ao jogador investigar a causa, e deter o agressor.

A jogabilidade é distinta daquelas às quais os jogadores estão acostumados. A nave se movimenta dentro de grids, que representam os buracos de minhoca, bem como no espaço exterior. O jogador tem, a sua disposição, três armas, que podem ser disparadas em conjunto. Elas possuem um medidor de energia, que deve ser recarregado, o que impede o jogador de descarregar tiros a vontade, devendo ser mais estratégico na escolha dos seus alvos.

Como prêmio por atingir uma certa pontuação em um determinado estágio, um modo de jogo adicional chamado Hyper Mode é liberado. Nele, o jogador controla uma nave com uma recarga de armas mais forte e melhor manobrabilidade. Contudo, possui uma resistência menor, e os power-ups restauram apenas um nível de armadura, ao invés de uma restauração completa.

Um jogo excelente para causar alucinações severas.
Um jogo excelente para causar alucinações severas.

Infelizmente, o game possui uma excelente proposta, que se perde na escolha de mecânicas deslocadas. A dificuldade não ajuda, vez que ela tenta resgatar a época áurea dos arcades, mas nada consegue além de uma frustrante experiência.

Veredito: Um jogo com uma proposta de tiro frenético, onde você deve se conter e atirar somente quando puder. Ridiculamente mal aproveitado. Não recomendado.

TINY TROOPERS JOINT OPS (PS4/PS3/PSVITA)

Um mês em que a Sony deu preferência a jogos com visão isométrica (estilo top down), Tiny Troopers é a união do conteúdo de Tiny Troopers 1 e 2, em um único pacote. Um jogo de tiro dual stick básico, possui um gameplay bastante básico, e se torna repetitivo bem rápido, mas possui gráficos divertidos, cartunescos e um level desing bastante interessante.

Basicamente, o jogador controla uma tropa com quatro solados, como uma única unidade. Há ainda um sistema de níveis, mas ele só se aplica aos integrantes da tropa principal. Nenhum dos soldados especialistas podem ser evoluídos. E eles só podem ser utilizados no nível em que são contratados. Isso, e o fato de serem caros para ser contratados, farão com que o jogador os use bem pouco.

Além disso, o jogador pode reviver tropas mortas no fim da fase, usando medalhas que possui. Se, por acaso, não possui medalhas suficientes, as tropas são substituídas. Mas o progresso do jogador retorna a zero. Um jogo, de certa forma, medíocre, com uma pitada de diversão.

Este jogo parecer rosca de padaria. À primeira vista, parece atrativo, mas pasta dar uma "mordida"...
Este jogo parecer rosca de padaria. À primeira vista, parece atrativo, mas pasta dar uma “mordida”…

Veredito: Se já jogou todo e qualquer jogo disponível que tem no seu sistema, em qualquer dos seus sistemas, dê uma chance a este. Caso contrário, nem se dê ao trabalho.

COLOR GUARDIANS (PS4, PSVITA)

Cores, cores e mais cores. Um jogo onde elas são extremamente importantes. Em Color Guardians, o jogador encarna três guardiões, que precisam atravessar seus mundos e restaurar suas respectivas cores, que foram previamente roubadas. Seria mais um dia normal, não fossem algumas adições na jogabilidade que o deixam um tanto mais interessante.

Como já dito acima, as cores assumem um papel primordial. O jogo é ao estilo runner, como Canabalt ou Jetpack Joyride, com a diferença que os estágios tem um fim. No entanto, para completar os objetivos propostos, é necessário que orbes de diferentes cores sejam  coletadas enquanto o personagem corre em um dos três diferentes caminhos do jogo. E as cores devem combinar com aquelas das orbes, e a mudança deve ocorrer em questão de segundos.

Esta mecânica é similar àquela vista no jogo de nave Ikaruga, com a diferença que aqui ela é bem mais simplificada. Dessa forma, Color Guardians possui uma certa estratégia adicionada ao seu gameplay, o que o torna atrativo não apenas ao público mais jovem, como aos remanescentes da era de ouro dos vídeo games.

As cores são determinantes à jogabilidade. Preste atenção nelas.
As cores são determinantes à jogabilidade. Preste atenção nelas.

Veredito: Perfeito para passar boas horas com os filhos, ou mesmo para matar um tempo sozinho. Você se verá jogando descompromissadamente sem perceber.

VVVVVV (PSVita)

Um jogo com uma temática muito diferente, VVVVVV (sim, esse é o nome do jogo) traz ao PSVita um desafio inusitado. Ao contrário de muitos jogos de plataforma, 6V (chamaremo-lo assim daqui pra frente) não permite ao jogador saltar, mas sim reverter a gravidade enquanto estiver em uma superfície. Parece complicado, não? E isso não é nem o começo…

A história do jogo é minimalista. O jogador controla o capitão Viridian, que precisa descobrir o que está causando a interferência dimensional e encontrar a tripulação perdida de sua nave. Isso, depois de descobrir que sua nave está presa na dimensão 6V, e que a tripulação foi espalhada por essa dimensão.

Tais mecânicas desafiam ao jogador atravessar áreas e enfrentar obstáculos. Em áreas mais avançadas, existem plataformas flutuantes e portais, que transportam o jogador ao outro lado da tela. Por causa da dificuldade exagerada do jogo (que por vezes chega a ser ridícula de tão difícil), existem diversos checkpoints, que permitem ao jogador renascer imediatamente ao morrer.

Acredite: este não é, nem de longe, a parte mais difícil do jogo.
Acredite: este não é, nem de longe, a parte mais difícil do jogo.

Além disso, o jogo ainda é cheio de simbolismos (como o elefante triste, referenciado como “o elefante da sala”). Sua trilha sonora remete, ainda, aos bons anos 80 e 90, composta pelo músico chiptune Magnus Pálsson. Curiosamente, seu nome é PPPPPP. Posteriormente, em conjunto com o guitarrista Jules Conroy, Maguns lançou a versão Power Metal, intitulada MMMMMM. Original, não?

Veredito: Um jogo com uma ideia de tal forma diferente, e com uma dificuldade tão elevada, pode afastar os jogadores mais conservadores. No entanto, se você não é um desses, ou se prefere experimentar antes de avaliar, dê uma chance a este jogo. Certamente, valerá a pena.

Parafraseando O Senhor dos Anéis, “nem tudo que reluz é ouro, e nem todo vagante é vadio”. Dessa forma, existem tesouros escondidos na forma de jogos um tanto desconhecidos, que mal temos a oportunidade de jogar. Visto os inúmeros lançamentos que povoam nossas estantes, a biblioteca digital, por vezes, fica negligenciada.

Jogos gratuitos, como estes a serem disponibilizados em dezembro, provam que, ressalvadas as devidas proporções, há uma pepita de ouro em cada monte de terra escavado.

Então diga-nos, caro jogador: algum destes jogos lhe apeteceu? Pretende experimentar, ou mesmo debulhar, algum? Deixe sua opinião nos comentários, e boas festas de fim de ano!

Hugo Bastos
Hugo Bastos
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Jogando agora: Nada no momento.
Hugo Bastos e revisor do Meu PS4, apreciador de uma boa comida, e de platinas difíceis. E viciado em Rogue Legacy, OlliOlli2, Dead Cells, e não dispensa uma boa noite de jogatina.