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[Análise] Spyro Reignited Trilogy: Vale a pena?

A diversão retorna mais quente que o bafo de um dragão!

por Raphael Batista
[Análise] Spyro Reignited Trilogy: Vale a pena?

O dragãozinho roxo voltou com tudo: Spyro Reignited Trilogy apresenta uma coletânea com os três jogos clássicos do simpático personagem totalmente repaginados para o PlayStation 4. Com isso, o título alcança o objetivo de resgatar bons momentos da infância dos players veteranos, bem como favorecer um gameplay acessível e divertido para os novatos.

Talvez essa seja a característica principal da produção da Toys for Bob: sua acessibilidade. Enquanto os mais velhos entrarão na experiência e lembrarão dos momentos originais do PlayStation 1, os mais novos serão atraídos com um visual de alto nível e a facilidade de proposta.

Spyro Reignited Trilogy é tão completo que nem parece ser uma remasterização. É uma ode ao personagem que marcou época nos anos 90. E, para os jogadores, uma produção de qualidade, com jogabilidade descompromissada, mas que não abre mão de momentos desafiadores. O equilíbrio perfeito!

3 em 1

A coletânea conta com Spyro The Dragon, Spyro 2: Rypto’s Rage e Spyro 3: Year of the Dragon. Lançados respectivamente em 1998, 1999 e 2000, os títulos não foram somente melhorados no visual. Seu level design foi transformado para atender às demandas atuais. Esse é um ponto interessante a ressaltar, já que promove o fator replay constante.

As “missões” não possuem início, meio e fim. Todos os cenários foram construídos para que o jogador tenha liberdade de entrar nos mapas e desbloquear novos elementos. O objetivo de cada uma é só coletar dragões, orbes ou ovos para abrir novas fases. Porém, ao acessá-las, há diferentes caminhos para cumprir essas tarefas, e tudo depende da sua criatividade (e agilidade).

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Todos os mundos disponíveis para total exploração da maneira que você desejar. Fonte: captura de tela.

Com isso, o jogador fica encorajado a repetir os níveis para coletar todas as jóias ou obter todos os segredos. São inúmeros colecionáveis, e nos dois últimos jogos é possível também desbloquear poderes e até personagens jogáveis. A evolução das propostas, inclusive, fica bem perceptível entre os games. Ao passo que o primeiro título é restritivo no que toca às possibilidades, o segundo aumenta as ofertas com árvores de habilidades e o terceiro conta com expansão de selecionáveis.

Ainda sim, cada um possui seu brilho único. Spyro The Dragon possui fases maiores, porém com menos atividades. Spyro 2: Ryptos Rage tem mapas menores (em extensão), só que com maior quantidade de desafios. Spyro 3: Year of the Dragon é uma espécie de soma dos anteriores, com mini-jogos e ainda mais possibilidades.

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Os desafios surgem a partir de Spyro 2: Rypto’s Rage e apresentam diferentes níveis de dificuldade. Fonte: captura de tela.

Com um total de 25 horas, aproximadamente, é possível concluir 95% dos dois primeiros jogos e iniciar o terceiro capítulo da série. Mas os 5% que faltam dos primeiros requerem trabalho duro para coletar todos colecionáveis. Outro destaque da coletânea é justamente isso: Spyro não tem medo de assumir seu lado “fácil”, mas exige dedicação de quem está buscando os 100% (incluindo a platina).

É importante ressaltar também o quanto Spyro Reignited Trilogy é capaz de divertir.  Uma aventura colorida, descompromissada e engraçada, mas que exige da paciência e precisão, além de pensamentos criativos para acessar áreas secretas e conquistar os colecionáveis.

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Os desafios de tempo de voo são os mais divertidos. Fonte: captura de tela.

Trabalho de qualidade

São vários os momentos de suspirar fundo e dizer: “Não é possível que eu joguei isso no meu PSOne”. O visual, o design dos estágios, os personagens e toda a jogabilidade dão a impressão de que Spyro Reignited Trilogy é um jogo totalmente novo. Os efeitos coloridos saltam aos olhos.

É uma diferença absurda (e óbvia) dos gráficos originais para o que é a produção de 2018. Basta assistir ao vídeo de comparação entre o título de 1998 e o atual, abaixo. Não apenas o protagonista é bem mais detalhado, como são os cenários e todo o universo.

Outro destaque fica para os controles. O gatilho R2 foi muito bem reaproveitado para ativar a baforada de fogo do dragãozinho. Assim, o jogador tem maior liberdade para usar outros botões com as funções de correr, pular, planar e interagir.

Por fim, o trabalho da Toys for Bob deve ser destacado no processo de dublagem. Todos os jogos de Spyro Reignited Trilogy estão localizados para o Português Brasileiro, o que já é ótimo. Porém, um adicional bacana é a dublagem de todos os personagens – com vozes que combinam com os seus arquétipos e diálogos bem construídos, tanto no texto como também na tonalidade.

O trabalho foi tão bem produzido que poderia até virar uma animação televisiva.

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Menu totalmente localizados com dublagens de alta qualidade. Fonte: captura de tela.

Queimou!

Só que Spyro Reignited Trilogy não conta somente com características positivas. Há certas ressalvas, que não chegam ser prejudiciais à experiência, mas precisam ser citadas. Houve momentos pontuais de bugs, como o aparecimento/desaparecimento de objetos. Além dos quadros por segundo, que não se mantêm regularmente. Há quedas na taxa quando várias atividades coloridas explodem na tela.

Um caso presenciado (e que até gerou uma risada inesperada) foi o momento que um baú ficou suspenso no ar. Ele simplesmente travou no ar. Só a presença do objeto não impedia a passagem de outras coisas, então não atrapalhou em nada. No entanto, é algo que não deveria acontecer.

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Esse barril suspenso no ar não é algo que se vê todos dias. Fonte: captura de tela.

Uma situação que incomoda são os tempos de loading. Não chega a levar minutos extensivos, porém, são longos segundos para o recarregamento do jogo, principalmente quando você morre após um tempo sem passar pelo checkpoint. Nada que um update não consiga resolver.

Vale a pena!

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Há muito tempo, não havia um jogo de destaque com uma proposta tão divertida quanto a de Spyro Reignited Trilogy. Sua estética colorida e chamativa atrai os olhares logo de início, mas a coletânea vai muito além disso. Quanto mais tempo o jogador passa no controle do dragãozinho, mais deseja completar todas as jóias e os colecionáveis, além de desbloquear todas as opções disponíveis.

O título possui uma premissa inicial descompromissada, mas é com o avançar da jornada que os desafios ficam mais complexos e os puzzles ainda mais interessantes. Explorar os lindos cenários planando, correndo, voando e nadando são possibilidades que promovem ainda a variedade da aventura. O fator replay dele é grande, e a mistura de sentimentos “old school” com a geração atual é bem equilibrada e agradável.

Por tudo isso, e por ter um preço acessível (o que é raro hoje em dia), Spyro Reignited Trilogy é Recomendado e se consagra como um dos melhores remasters da atual geração!

 

Raphael Batista
Raphael Batista
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Jogando agora: Dragon Age: The Veilguard | LEGO Horizon Adventures
Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.