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[Análise] FIFA 19: Vale a Pena?

Novo jogo de futebol da EA Sports: copo meio cheio ou copo meio vazio?

por Thiago Barros
[Análise] FIFA 19: Vale a Pena?

Como você vê o copo abaixo? Acredite, é muito importante para saber como será sua reação ao FIFA 19.

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FIFA 19: copo meio cheio ou meio vazio? (Foto: Reprodução/Internet)

O aguardado jogo de futebol da EA Sports deve dividir opinião. De um lado, quem quer ver o copo cheio: licença da Champions League, Ultimate Team mais robusto, gráficos incríveis e jogabilidade fluida. Do outro, a galera do copo vazio: jogo igual ao FIFA 18 em vários modos, lances irreais, brasileiros não licenciados e travadas.

Meu PS4 teve acesso antecipado ao novo jogo de futebol da EA Sports, que será lançado no próximo dia 29 de setembro, e traz para você duas análises. Uma focada nos pontos positivos – a parte cheia do copo. Outra, no negativo – a parte vazia. Veja abaixo, no nosso canal no YouTube, e na sequência o texto completo.

Copo cheio: The Champions!

Quando testamos FIFA 19 na E3 2018, ficamos com a impressão de que o jogo era o mais bonito game de futebol já feito. Com a versão final, isso se confirma. Ele tem um visual incrível. Especialmente nas faces dos jogadores, com novas animações, e até os uniformes, bem mais realistas.

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A icônica orelhuda: onipresente no FIFA 19 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

A quantidade de novos movimentos que eles fazem é bem impressionante. Nas faces, e também no corpo, in-game. Além de sorrisos e expressões, vemos vários domínios com alto realismo, dribles, cortes de bola, finalizações, disputas de corpo (no chão e no alto). Até as defesas dos goleiros estão muito mais bacanas visualmente.

Sem falar na ambientação que a EA criou para as partidas. Mosaicos, a entrada em campo, torcedores, iluminação… E isso está ligado ao “clima de Champions League” que a empresa fez com a aquisição da licença da maior competição de futebol do planeta – tirada do rival PES nesse ano.

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Essa ambientação está impressionante, não? (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

A presença dela, inclusive, é outro grande ponto positivo. Fazendo parte de todos os modos de jogo, a UCL é uma adição crucial para FIFA 19. Kick-Off, Carreira, Ultimate Team, A Jornada… A música, o pacote de transmissão, equipes licenciadas, a final no Jogo Rápido. É o jogo oficial da UEFA Champions League, e isso é muito legal!

Já que citamos os modos de jogo, vamos falar sobre eles. Começando pelos dois mais divulgados pela EA: A Jornada e Ultimate Team. O primeiro é o capítulo final das histórias de Alex Hunter, Danny Williams e Kim Hunter. Você controla os três – meio que ao estilo GTA V – e vai se divertir bastante.

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A Jornada tem agora três protagonistas, tipo GTA! (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

A narrativa do modo é simples, mas mantém você ligado por um tempo. Porém, ele acaba ficando um pouco longo, justamente por serem três protagonistas. Você tem, claro, a opção de seguir só com um deles, mas o jogo vai recomendando quando o jogador deve alterar para outro personagem para seguir o curso normal da história.

Ele mantém o mesmo estilo de FIFA 17 e FIFA 18, com várias cutscenes, treinos e jogos. Relacionamentos com familiares, jogadores, treinadores e a imprensa ainda dão uma sensação de imprevisibilidade ao desenvolvimento do roteiro. No geral, o modo agrada – mas há quem possa torcer o nariz. Destaque pro jogo retrô com o avô de Alex.

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Jogar com Jim Hunter é muito divertido em A Jornada (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

O Ultimate Team, por sua vez, teve uma grande mudança no sistema de progressão, porém não foi possível testar o Division Rivals, já que não achamos adversários, por estarmos em um teste antecipado do game. No offline, porém, a avaliação é boa, só que sem grandes alterações no geral.

Entre os destaques, estão a exibição do percentual que você tem de tirar cada tipo de carta, novas informações de química, visual diferente de packs e cards, ícones dos estilos de jogo, e o fato de a stamina durante o jogo afetar atributos – o que é claramente notado durante as partidas. Além, claro, da Weekend League com só 30 jogos!

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FUT continua sendo o grande foco no FIFA 19 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Precisamos falar também do Kick-Off, que adicionou um monte de diferenciais para o jogo de futebol – e ficou divertido. Há o modo sem regras, ótimo. Vários carrinhos, gols “impedidos” e muito mais. O que você perde jogadores quando faz gols também é bem desafiador. Foi um acerto apostar nisso.

Ainda dentro do Kick-Off, para quem quer uma experiência mais realista, há as finais de todas as copas de ligas licenciadas no FIFA. Além da Champions e da Europa League, temos, por exemplo, a FA Cup e a Taça de Portugal. Com todo o clima da competição e uma atmosfera bem bacana.

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Regras da casa mudam bastante o jogo no FIFA 19 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Só que o que importa mesmo é campo-bola, né? E FIFA 19 tem uma das melhores jogabilidades da história da franquia. Os combates corpo a corpo, a física da bola e os movimentos dos jogadores estão realmente muito bons. Tudo parece “mais real” nesse sentido. Os passes estão mais corretos, assim como as finalizações.

O jogo está mais cadenciado e tático. Sim, tático, finalmente. As táticas dinâmicas, realmente, são uma grande adição. Você pode personalizar o comportamento que seu time terá naqueles “ofensivo/defensivo” que mexe durante o jogo. E funciona – ao contrário de outros FIFAs.

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Jogabilidade está bem fluida no FIFA 19 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

É bem legal você mexer em tudo: posicionamento, formação, estratégias, salvar – e poder aplicar só tocando no direcional. O mais legal ainda é ver a equipe fazendo o que você falou mesmo. Esse foi um golaço da EA. Combinando isso à jogabilidade, mais fluida e realista em termos de construção de jogadas, fica (quase) perfeito.

Especialmente se você gostar de realismo e ativar o modo manual. No FIFA 18, ele era muito difícil de usar. No FIFA 19, deu uma boa melhorada. É uma solução super interessante para fazer a bola chegar, de fato, aonde você quer. Em vários casos, a assistência é boa, mas em outros é ruim. Com o manual, você controla tudo.

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Você pode editar seus planos de jogo bem fácil (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Um PS também para as comemorações. Tem Griezmann brincando, Bale fazendo o coração, Cristiano com aperto de mão ousado, Neymar com o seu “Tá Tranquilo, Tá favorável”, Jesus ligando pra mãe e, claro, a famosa Pose de Quebrada. Claro, não faz a diferença no gameplay, mas é muito interessante!

São pequenos detalhes como esses que podem fazer a diferença na imersão do player em um jogo de futebol. Os cantos da torcida idem. Estão mais vivos, presentes com uma maior frequência. Os gráficos dos torcedores, então, ficaram bem melhores. Isso aliado à apresentação que já destacamos no início do texto cria um pacote bem completinho.

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Pose de quebrada no FIFA 19, cachorro! (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Além de o mais bonito, FIFA 19 é o melhor que a série “sentiu” em tempos. Jogá-lo é uma boa experiência, divertida e real – ao mesmo tempo. Não tem jeito: assim como a Champions League, FIFA é indiscutível. Pode ter falhas aqui ou ali, mas ainda é o maior.

Copo vazio: Beretta e bicicletas… Muitas bicicletas!

Você sabe quem é Berretta? E Anjos? De acordo com a escalação do FIFA 19, são o atacante e o goleiro, respectivamente, da Seleção Brasileira. É isso mesmo: só o Neymar, parceiro de marketing da EA, é licenciado na equipe canarinho. O escudo, os uniformes, estão lá, mas os jogadores…

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Beretta é o centroavante da Seleção no FIFA 19 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

E o mesmo acontece com os time brasileiros que assinaram com o FIFA 19 – cujas características sequer são disponibilizadas no Ultimate Team. Ou seja, mesmo que os jogos sejam um sucesso aqui, o trabalho da série com equipes e atletas do país ainda não é dos melhores.

Mas isso não chega a ser novidade. E essa frase é exatamente o que define o novo FIFA. Previsível, mais do mesmo. Em alguns casos, é modo de falar, como no UT e A Jornada, que até tem mudanças sutis. Mas em outros é literal, como o Pro Clubs. Está igualzinho ao do FIFA 18. O Modo Carreira idem.

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Modo Carreira não mudou em relação ao FIFA 18 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Em A Jornada, enfim, temos a conclusão da história de Alex Hunter, só que foram adicionados dois outros personagens, e isso faz com que o modo fique ainda mais chato para quem já não curtia muito. Afinal, ele dá uma sensação de estar longo e repetitivo, mesmo com as cutscenes sendo bem legais.

Claro, tem uma melhoria aqui e outra ali no gameplay, mas para quem tem FIFA 18, joga casualmente e não quer gastar quase R$ 280 (preço de tabela nas grandes lojas) em um jogo, não vale o trabalho (nem o investimento) de comprar FIFA 19. Ainda mais se você ainda sonha com um jogo de futebol próximo da realidade.

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Mosaico do Alex Hunter na torcida do Real (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

A EA faz um marketing enorme em suas funcionalidades que tentam diminuir essa diferença entre FIFA e a vida real. Porém, a jogabilidade ainda parece longe de se concretizar assim. E não estamos nem falando dos aspectos mais arcade, que vão ser detalhados abaixo.

Há gols de cabeça de quase de fora da área, os goleiros seguem aceitando chutes de longe, a bola parece quem tem imã em alguns passes, os modelos de corpo dos atletas são quase idênticos, os escanteios curtos seguem apelões, inventaram uma levantada de bola meio bizarra com o R3 e ainda sai muito gol na saída de bola…

E as bicicletas? São muitas bicicletas. No ataque, na defesa, no meio. Deve dar até pra bater pênalti dando bicicleta. Brincadeira, claro, mas com as bolas levantadas e jogadas como bikes e voleios, dá uma sensação, as vezes, de estar jogando Beach Soccer em um campo de futebol comum.

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Acrobacias são comuns em FIFA 19 (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

O novo sistema de finalizações, com duas vezes quadrado, tem altos e baixos. Sai um torpedo o chute do jogador quando você acerta, mas nem sempre é gol. Até aí tudo bem. Só que se você utilizar o chute normal e o chute colocado, também pode fazer belos gols naturalmente.

Ou seja, o risco de errar o timing e isolar a bola é muito grande para a recompensa que ele dá. Se você aperta duas vezes quadrado no tempo errado, vai isolar a bola ou dar um chute fraco, ridículo. Se acerta, nem sempre faz o gol. Ou seja, é melhor chutar normal na grande parte das vezes.

A narração e a trilha sonora são pontos que também não empolgam. Diversas frases repetidas (testamos a versão em inglês) e músicas desconhecidas do grande público acabam deixando um pouco a desejar – apesar de isso ser mais um daqueles “velhos problemas” do FIFA e de não alterar em nada o futebol em si, que é o que importa.

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Comemorações iguais às da vida real são destaque (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

É inegável que FIFA 19 tem algumas melhorias, mas ainda parece mais do mesmo e reforça aquela teoria de que os jogos de esporte tinham que se tornar um só, com as versões anuais sendo DLCs.

Simulador ou Arcade?

Saindo da polêmica entre o copo meio cheio e o copo meio vazio, que tal a gente entrar em outra? Afinal, FIFA 19 é simulador ou arcade? Confira, abaixo, trinta minutos de um gameplay gravado para nosso canal no YouTube.

Por um lado, a EA criou todo um novo sistema de finalizações – que promete maior realismo. Implementou novas físicas e animações para deixar o jogo mais próximo do que vimos em partidas reais. E ainda apostou em ambientação e apresentação com todo o estilo já utilizado em transmissões de TVs.

Só que, no mesmo jogo, ela colocou um número de dribles acima da média, uma nova forma OP de levantar a bola em qualquer situação, voleios e bicicletas com frequência absurda e o novo modo Kick-Off, com diversas variações do que seria uma partida de futebol.

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Cenas incríveis que FIFA 19 proporciona (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

E aí fica dúvida: “no copo” da EA Sports para a franquia FIFA, vemos meio arcade ou meio simulador? É difícil analisar, e é por isso que incomoda. Não sabemos se FIFA 19 (e seus sucessores, claro) foi feito para aproximar o futebol virtual do real, ou se o objetivo é mesmo deixá-lo “mais solto”.

Jogadas de efeito são legais, e são recursos fundamentais no jogo de futebol, mas no FIFA 19 elas parecem um pouquinho exageradas. Tem jogador dando passe de bicicleta no meio do campo, cruzando de letra só porque quer, fazendo gol de voleio de fora da área…

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Vamos que vamos, dá-lhe bicicleta! (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Claro, isso já existia em outros FIFAs, porém agora parece mais notório ainda. Nós testamos o game à exaustão, e parecia que a cada partida acontecia algum tipo de “jogada inacreditável”. Não são aqueles lances em que você dá um drible objetivo – rumo ao gol – e marca um golaço.

Só que, ao mesmo tempo, um jogo arcade não tem essa sensação de física pesada nas divididas. Não recompensa o jogador que acertar o timing perfeito do chute, no momento exato em que o pé do boneco acerta bola. Não valoriza formações táticas e suas variações. Nem tem controle manuel de passes e chutes (ativado no menu).

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Divididas de bola estão mais reais (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Talvez a EA só esteja tentando encontrar um equilíbrio entre a simulação e o casual, o que é altamente compreensível. Afinal, FIFA é uma série de sucesso sem igual no mercado, e é importante tentar agradar a todos. Porém, isso nunca será possível, e seria mais bacana definir logo qual é o direcionamento da franquia.

Em modos de jogo, é natural oferecer opções – e FIFA 19 poderia até ter alterações mais ousadas em alguns deles. Só que no gameplay não pode haver dúvidas. Fica muito esquisita essa combinação de tanto realismo em algumas coisas e tão arcade em outras.

Recomendado, mas…

Apesar de todas as dúvidas, FIFA 19 é uma certeza. É o mais bonito jogo de futebol já visto até hoje, com uma jogabilidade bem fluida e variedade de modos. A primeira impressão dele é mais positiva do que a do seu antecessor, e isso é importante. No entanto, seu preço é assustador.

A versão Standard digital, na PlayStation Store, custa R$ 240. Nos varejistas, ele já chega a custar até mais do que isso na edição física – até R$ 280. Claro, isso não é problema exclusivo do FIFA, mas entendemos que muita gente que tem o FIFA 18 pode dar um tempinho para ver se o preço abaixa um pouco.

Se é o seu caso, ou se você simplesmente está preso entre tantos grandes jogos saindo nesse segundo semestre e precisa priorizar alguns, é compreensível. Sim, pode “esperar uma promoção”. Mas para quem ama futebol e quer estar sempre atualizado, certamente é um jogo “recomendado”.

Não é um game perfeito, tem suas falhas, mas vale a pena. A série FIFA evoluiu. Talvez não no caminho que muita gente queria, ou com melhorias que não foram visíveis para outros, mas FIFA 19 mudou, e para melhor, o que vimos no FIFA 18. Tomara que siga assim no FIFA 20, no FIFA 21, no FIFA 22…19

Infelizmente, não tivemos a oportunidade de testar os modos online de jogo, visto que não havia muitas pessoas com cópias antecipadas. Até tentamos buscar jogo no Temporadas ou nas partidas improvisadas no Pro Clubs, mas não encontramos adversários. Uma pena. Mas, assim que o game for lançado, falaremos sobre isso.

Até lá, para nós, o copo estará meio cheio – o que é melhor do que meio vazio, mas definitivamente ainda está longe de matar a sede.

*cópia do jogo enviada antecipadamente pela EA.

Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Silent Hill 2
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.