Review

Amanda the Adventurer: vale a pena?

Escape room eficiente, Amanda the Adventurer testará sua criatividade e atenção em experiência brutalmente gradativa

por André Custodio
Amanda the Adventurer: vale a pena?

O jogo 10/10 na Steam finalmente chega ao PlayStation. Amanda the Adventurer é mais uma novidade para o mês de outubro e está longe, mas muito longe, de ser o que você imaginava.

Seu visual promocional fofinho pode confundir mesmo a mente dos mais desconfiados. Mas é aquela história: se viralizou nas plataformas de streaming durante os meses iniciais de seu lançamento, é porque algo de interessante o jogo esconde.

E não é que é isso mesmo? Amanda the Adventurer é um escape room narrativo, onde mesmo a história deve ser moldada aos poucos. Faça sua parte, dê uma chance para o jogo e entenda como algo aparentemente simples pode se tornar um pesadelo psicológico.

Um pedido de ajuda na televisão

Após herdar uma mansão de sua tia, Riley Park começa a descobrir os tesouros que permanecem guardados no local. Enquanto o restante da casa parece pouco atrativo, o sótão esconde algo que mudará a vida da garota.

Uma pilha de fitas VHS, situada ao lado de uma TV antiga, conta histórias de uma série de desenhos dos anos 2000. A animação, protagonizada por Amanda e pelo carneiro Wooly, aparenta ser inocente, mas traz sensações constantes de desconforto.

Amanda the Adventurer
Fonte: André Custodio

Curiosamente, os personagens se comunicam com Riley através da tela, dando ordens e indicando que o destino deles depende de suas escolhas. Dessa forma, a jovem não consegue parar de assistir aos vídeos, mesmo que as coisas se tornem cada vez mais sombrias.

Amanda the Adventurer é um game de quebra-cabeças baseado nas clássicas experiências de escape room. Porém, diferentemente dos projetos mais tradicionais do gênero, ele não possui contador de tempo, permitindo que os jogadores pensem à vontade.

Amanda the Adventurer
Fonte: André Custodio

Enquanto a TV dá pistas sobre os próximos passos, diversos objetos se espalham pelo sótão, mas apenas com o tempo será possível perceber a relação entre eles. Assim, a curta campanha de menos de 1h é gradativa, tanto em termos de ações quanto de história.

A trama é dedicada a interações com objetos e escolhas em diálogos, com apenas algumas impactando a narrativa. E por falar nisso, Amanda the Adventurer oferece um grande estímulo à atenção, pois vários detalhes mostrados na tela podem passar despercebidos.

Reproduza as fitas e pense

Em Amanda the Adventurer, cada fita é relacionada a um quebra-cabeça em específico. Ao concluir a reprodução, uma mesa no centro do sótão revelará um certo objeto, e você deve se virar para entender o que fazer.

Os itens são limitados e consistem em boneca, frutas, cadeados, forno, relógios e outros objetos. Quanto mais se avança, mais deles vão sendo resolvidos, mas isso não necessariamente quer dizer que a dificuldade afrouxe um pouco.

Amanda the Adventurer
Fonte: André Custodio

Amanda e Wooly também falam bastante e contribuem com a jornada, mas algumas de suas ideias ficam apenas nas entrelinhas. Mas caso você queira conferir alguma sugestão ou esquentar um pouco sua mente, basta reproduzir a fita a qualquer momento.

No geral, Amanda the Adventurer é bastante intuitivo, mas não necessariamente fácil. São múltiplos finais também, com cada um deles exigindo o cumprimento de missões específicas ou a realização de ações secundárias pelo sótão, como fazer uma planta crescer.

Amanda the Adventurer
Fonte: André Custodio

Um detalhe interessante fica por conta das runs contínuas. Finalizar o game permite que você continue desde o início, mas guardando coletáveis e inteligências adquiridas durante as campanhas anteriores — mesmo que sejam finais totalmente diferentes.

Um terror leve para você conhecer

De fato, a narrativa de Amanda the Adventurer é uma história de terror, mas bem mais leve em comparação com as convencionais. Não há jumpscares, excesso de violência ou qualquer tipo de pressão física ou atmosférica — você pode jogar tranquilamente.

Apesar disso, entusiastas de boas histórias se sentirão incomodados com diversas coisas no game, em especial por envolver crianças. A inocência é colocada à prova e chega a ser tratada de forma brutal, gerando dilemas duvidosos e quase diabólicos.

Amanda the Adventurer
Fonte: André Custodio

Além disso, os visuais inspirados em clássicos incomodam no sentido de horror visual. À medida que se progride na jornada, Amanda fica mais doentia, enquanto a tela da TV começa a sofrer com serrilhados, inconsistências e “quebras da realidade”.

Amanda the Adventurer: vale a pena?

Amanda the Adventurer é um escape room que estimula a criatividade e se destaca por ser desafiador, mesmo enquanto um projeto bastante acessível. Simples no conceito, mas complexo na narrativa, ele funcionaria muito bem como filme de terror psicológico.

Com uma história intrigante, múltiplos finais e narrativa complementada por meio de itens colecionáveis, o game é recomendado para quem curte uma pegada diferenciada, mas sem necessariamente ser punitiva. Além disso, seu preço de R$ 48,50 é bem atraente.

Super elogiado na Steam e recém-chegado aos consoles, Amanda the Adventurer esquentará sua mente enquanto apresenta uma trama cheia de reviravoltas e com momentos inesperados. O título já está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e Nintendo Switch.

Veredito

Amanda the Adventurer
Amanda the Adventurer

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: MANGLEDmaw Games

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
81 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Mecânicas de escape room muito criativas
  • Múltiplos finais com interações contínuas
  • História intrigante com estímulo de coletáveis
  • Experiência bastante acessível
  • Platina fácil e sem troféus perdíveis
Desvantagens
  • Campanha bastante curta
André Custodio
André Custodio
Redator
Publicações: 7.773
Jogando agora: Arizona Sunshine, Amanda the Adventurer
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.