Preço de jogos pode aumentar ainda mais no Brasil, diz Ubisoft

A crise econômica brasileira já impactou as nossas vidas de várias formas, mas pode estar prestes a atingir em cheio o divertimento preferido dos apaixonados por videogames no Brasil.

O impacto vai ser sentido direto no bolso, alerta o vice-presidente da Ubisoft na América Latina, Bertrand Chaverot. Segundo o executivo, se o dólar atingir a casa dos 4 reais, o preço de jogos vai aumentar ainda mais. A informação é do Estadão, que entrevistou Chaverot durante a E3 2018.

A desvalorização do real frente à moeda norte americana afeta o preço dos jogos no Brasil, já que o valor é ajustado diretamente pelo dólar. Lá fora, os lançamentos chegam ao mercado por U$60, e por aqui já alcança os R$ 250 nas edições padrão. Versões especiais ou de colecionador podem ser vendidas por valores bem mais altos do que isso:

“Videogame é um entretenimento barato se você considerar o custo-benefício, mas é um produto caro num País como o Brasil. Vamos tentar manter os preços a R$ 250, mesmo com o dólar subindo rapidamente. Se o dólar chegar a R$ 4,00, vamos ter que subir os preços dos jogos”.

Segundo Chaverot, “a situação da América Latina nunca foi tão assustadora”. O último ano foi bem difícil com a crise econômica brasileira, que é um dos maiores mercados mundiais de videogames, apesar de as finanças não ajudarem.

Para o executivo, além da questão da desvalorização do real, outros fatores também impactam fortemente o preço dos jogos no Brasil, como a logística de distribuição e os altos impostos, que afetam principalmente os lucros na venda de edições físicas:

“Quando vendemos um jogo elo varejo, ficamos somente com 25% do valor total do game. No digital, essa margem sobe para 70%” (…) Com o digital, eu não preciso pensar em ICMS ou na greve dos caminhoneiros”.

Para burlar os entraves financeiros nacionais, a Ubisoft conta com a estratégia de estimular a venda de jogos no formato digital, o que garantiu um aumento de 25% no faturamento da empresa no Brasil.

Prepare o bolso: atualmente, o dólar comercial beira os R$ 3,80. A instabilidade seria o resultado da incerteza política e econômica atual, além da proximidade com as eleições presidenciais, que acontecem em outubro.