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Garoto destrói carro dos pais por ficar sem Fortnite, e gera debate sobre vício

Médico de Boston revela caso inacreditável e destaca que muitas crianças já estão passando por sintomas preocupantes.

por Thiago Barros
Garoto destrói carro dos pais por ficar sem Fortnite, e gera debate sobre vício

Se no Brasil temos políticos querendo proibir jogos “violentos”, nos Estados Unidos cresce a preocupação com o vício infantil em games.

Em 2018, a OMS classificou essa dependência de jogos eletrônicos como um “problema de saúde mental”, e a medicina norte-americana vem identificando casos preocupantes sobre isso.

O doutor Michael Rich, diretor da área especializada em tratamento para os casos desse tipo no Boston Children’s Hospital, revelou um deles, em entrevista ao jornal Boston Globe. Segundo ele, um garoto quebrou vidros do carro dos pais, utilizando um martelo, porque ficou de castigo sem jogar Fortnite.

“Temos um garotinho que deu marteladas no vidro do carro da família porque eles tinham trancado o dispositivo em que ele jogava lá dentro. Muitas vezes, eles não estão dormindo, não estão indo à escola, deixam de lado suas atividades sociais e trocam os esportes por isso”, comentou.

Obviamente, a grande maioria dos gamers, em todas as idades, não sofre com isso ao ponto de ser considerado uma doença. No entanto, é importante ressaltar que a educação dos pais é fundamental para evitar problemas. E, se ainda assim, houver sintomas de vício real, é importante procurar ajuda.

“Precisamos fazer um trabalho semelhante ao que fazemos com pais que têm filhos viciados em drogas. O que ocorre nos games é uma manipulação psicológica, que estimula o cérebro e treina ele a querer mais”, analisou Rich Domenico, terapeuta da LiveWell Therapy Associates.

A grande questão aqui é essa: ter a noção do que é um vício, realmente, e do que é diversão. Você querer ficar por mais uma horinha antes de dormir, jogar todo dia com os amigos, comprar vários games… Nada disso quer dizer que você é viciado, apesar de usarmos muito esse termo informalmente.

Agora, a partir do momento em que você troca tudo pelo videogame, perde seus compromissos e gasta suas finanças que seriam destinadas para necessidades, pode haver um problema sério. Semelhante, como disse o terapeuta, aos vícios mais comuns que vemos hoje em dia, como álcool e drogas.

* O artigo completo, com declarações de especialistas e pais de crianças que estão lidando com esse problema, pode ser lido (em inglês) neste link.