The Order 1886 completa 10 anos: o que deu de errado com ele?
Lançado em 2015, título ainda possui uma grande base de fãs
Mesmo diante de críticas, The Order 1886 obteve o status de jogo cult do PS4. Dez anos após seu lançamento, o projeto de ação da finada Ready at Dawn segue nos holofotes, enquanto muitas pessoas ainda se perguntam: o que deu errado?
Não há como negar que a experiência é caprichada em termos técnicos. Seus visuais quase à frente do seu tempo se chocavam com os do também controverso Ryse: Son of Rome, que coincidentemente abriu as portas da oitava geração para a Microsoft.
Porém, o excelente grau de cinematografia, o tiroteio eficiente e uma história minimamente intrigante — e baseada nas lendas do Rei Arthur — não se sustentaram em meio a evidentes problemas.
The Order 1886 seria uma tech demo de longa duração?
De fato, a ideia de uma tech demo é o que se mais se assemelha ao The Order 1886. Promissor, mas sem capricho o suficiente para convencer, o game servia apenas para introduzir o potencial gráfico do PS4, ficando longe do que seria um jogo premium.
Isso porque sua campanha era um pouco maior do que a de uma DEMO, mas substancialmente menor em comparação a jogos de tiros lineares. E falando em linearidade, o game da Ready at Dawn usou e abusou do conceito e se tornou uma aventura guiada em excesso.

Havia alguns coletáveis e caminhos “alternativos”, mas a duração de pouco mais de 5h irritou muitas pessoas que pagaram o preço cheio. E como se não bastasse, desse tempo, quase 3h30 correspondem apenas a cenas em CGI.
Enquanto isso, o gameplay divertia em certos aspectos, mas a baixa variedade no geral oferecia pouca profundidade. Armas e arremessáveis limitados, conceito cansativo de correr/se proteger/atirar, IA pouco desenvolvida e lutas frustrantes contra chefes.
Uma ambição que custou muito
De fato, The Order 1886 foi um jogo bastante ambicioso e com potencial para ser o ponto de partida de um universo. Infelizmente, não foi isso que aconteceu. Sua história era densa e marcada por um final impactante e aberto a interpretações, mas sem “mais”.
A Távola Redonda, grupo que buscava combater a ascensão dos licantropos no mundo, era recheada de personagens interessantes, mas que tinham pouco destaque e desenvolvimento na história exatamente pela campanha ser bastante curta.

Além disso, a ausência de um multiplayer em The Order 1886 o tornou rapidamente descartável. O game simplesmente não tinha como concorrer com Halo: Guardians, Dying Light, Star Wars Battlefront 2, Rainbow Six Siege, Bloodborne e outros títulos mais engajadores.
As ambições da Ready at Dawn foram respeitáveis, mas mal executadas. Com o tanto de capricho gráfico e de trabalho cinemático implementado no game, seus custos supostamente altos não tiveram retorno após críticas mistas em sites como Metacritic.

Como resultado, a Sony acabou vendendo o estúdio para a Meta, dona do Facebook. E sob bandeira da Oculus Studios, ele foi fechado em 2024, como parte de um processo de reformulação estratégica e de reavaliação dos gastos do Reality Labs.
Vale pontuar que, mesmo com o fim da Ready at Dawn, a Sony ainda detém os direitos de The Order 1886. Dessa forma, basta um sinal verde da empresa para que uma desenvolvedora assuma a produção de um novo projeto da franquia.
Rumores indicam que uma sequência também estava nos planos do estúdio, mas cortes na empresa acabaram engavetando-a. Aparentemente, o título melhoraria consideravelmente a experiência de jogo e daria um grande salto, mas não viu a luz do dia.
Você acha que The Order merecia uma segunda chance? Comente!