Prévias

Onimusha 2: Samurai’s Destiny é a prova de que Way of the Sword é muito necessário

Retorno do clássico jogo da franquia está cada vez mais perto e inclui novidades que certamente agradarão

por André Custodio
Onimusha 2: Samurai's Destiny é a prova de que Way of the Sword é muito necessário

Em 23 de maio, fãs de ação samurai e fantasia sombria terão a chance de revisitar um dos grandes marcos dos anos 2000: Onimusha 2: Samurai’s Destiny chega remasterizado ao PS4, trazendo visuais revitalizados, melhorias na jogabilidade e mais novidades.

Com a promessa de reacender a paixão por uma das maiores séries da Capcom, este remaster não apenas celebra o legado de Jubei Yagyu, mas também deve pavimentar o caminho para o renascimento da franquia, com o lançamento de Onimusha: Way of the Sword.

E a escolha dos desenvolvedores não poderia ser mais certeira. Samurai’s Destiny de fato é uma bela homenagem à era clássica, mas, ao mesmo tempo, escancara que seu tempo pode ter finalmente chegado ao fim.

Tivemos a oportunidade de jogar Onimusha 2 antecipadamente e de conferir novidades que certamente chamarão muito sua atenção. E com Way of the Sword previsto para 2026, nada melhor que encerrar essa viagem ao passado da forma mais agradável possível.

Visuais novos, mas alma intacta

Lançado originalmente em 2002, Onimusha 2: Samurai’s Destiny conquistou jogadores com sua mistura única de ação hack-and-slash, elementos de survival horror e uma narrativa envolvente ambientada no Japão feudal, temperada com toques sobrenaturais.

Muitos anos depois, o remaster chega mantendo a essência que tornou o jogo memorável, mas introduzindo um polimento moderno que o torna acessível tanto para veteranos quanto para novatos, seja tanto no aspecto estético quanto no de qualidade.

Onimusha 2
Fonte: André Custodio

Os visuais em alta definição são o grande destaque: modelos 3D de personagens, efeitos visuais, cutscenes em CGI e cenários foram cuidadosamente atualizados, trazendo as paisagens do período Sengoku à vida com detalhes mais nítidos e cores vibrantes.

A possibilidade de alternar entre proporções 16:9 e 4:3 durante o jogo é um toque nostálgico que respeita as raízes do título, enquanto a galeria expandida com mais de 100 artworks de Keita Amemiya é um presente para os fãs da estética marcante da série.

Onimusha 2
Fonte: André Custodio

A jogabilidade também recebeu ajustes que modernizam a experiência sem a descaracterizar. A troca de armas, antes travada por menus, agora é fluida, permitindo alternar entre espadas, lanças e outras ferramentas por meio do botão “L2”.

Além disso, a transformação de Jubei em Onimusha, antes automática, agora pode ser ativada no momento desejado e controlada, dando um gerenciamento mais estratégico ao jogador.

Onimusha 2
Fonte: André Custodio

Outras melhorias, como salvamento automático, cutscenes puláveis e suporte a múltiplos idiomas (incluindo o tão solicitado áudio japonês e legendas e menus em português do Brasil), mostram o cuidado da Capcom em tornar Onimusha 2 mais amigável.

Um dos grandes trunfos do remaster também fica por conta do “Hell Mode”, uma dificuldade brutal onde um único golpe significa morte instantânea. Segundo o diretor Motohide Eshiro, nem ele conseguiu completar esse modo, mas alguns membros da equipe sim.

Onimusha 2
Fonte: André Custodio

Mas caso você queira uma experiência mais acessível, o modo “Easy” está disponível desde o início, garantindo que a história épica de vingança de Jubei contra Nobunaga Oda e seus demônios Genma possa ser apreciada sem desafios mais complexos.

O brilho do passado e os sinais de defasagem

Onimusha 2 continua sendo uma pérola. Sua narrativa ramificada, com escolhas que afetam as interações com aliados como Oyu, Kotaro Fuma e Magoichi Saiga, adiciona profundidade, rejogabilidade e mais contexto histórico.

Enquanto isso, o sistema de presentes, que influencia quais personagens te ajudam em batalhas, é uma mecânica inovadora para a época, e a trilha sonora, agora disponível com 43 faixas digitais, ainda resgata a tensão e a grandiosidade do Japão feudal.

Onimusha 2
Fonte: André Custodio

A ação, com os icônicos ataques críticos “Issen”, mantém o ritmo frenético e recompensa a precisão de forma mais fluida e menos punitiva, enquanto os quebra-cabeças e a atmosfera inspirada em Resident Evil dão um charme único ao jogo.

No entanto, o remaster de Onimusha 2 expõe as rugas do tempo. A câmera, especialmente em batalhas contra chefes, permanece um ponto fraco. Os ângulos fixos muitas vezes atrapalham a visibilidade, tornando alguns confrontos mais frustrantes do que deveriam.

Onimusha 2
Fonte: André Custodio

Outro aspecto que envelheceu mal é a “burocracia” nas interações: o sistema de troca de presentes e diálogos com NPCs pode parecer lento e desajeitado frente aos padrões modernos de RPGs de ação, que privilegiam fluidez e dinamismo.

Essas limitações, embora não ofusquem o brilho do jogo, são lembretes de que Onimusha 2 é um produto de sua era – e que a franquia precisa de sangue novo para se manter relevante.

A necessidade de Way of the Sword

É exatamente nesse contexto que Onimusha: Way of the Sword se torna tão crucial. Anunciado durante o The Game Awards 2024 e exibido com um trailer incrível no State of Play de fevereiro, o novo título é o primeiro jogo principal da série em duas décadas.

Com um protagonista inspirado no lendário Miyamoto Musashi e combate refinado para a nova geração, Way of the Sword parece pronto para corrigir as falhas do passado, como a câmera problemática, e trazer uma abordagem mais fluida à jogabilidade.

Onimusha 2
Fonte: André Custodio

Enquanto o remaster de Onimusha 2 é uma bela homenagem do que a série foi, Way of the Sword é a promessa do que ela pode ser: um competidor de peso em um cenário dominado por jogos como Sekiro e Ghost of Tsushima, que elevaram o padrão dos jogos de samurai.

O sucesso de Onimusha 2: Samurai’s Destiny em 2002, com 2,1 milhões de cópias vendidas, mostrou o potencial da franquia. O remaster, com seus visuais melhorados, jogabilidade atualizada e grandes mudanças na qualidade de vida, é uma ponte perfeita para reacender o interesse dos fãs e atrair novos jogadores.

Mas as pequenas frustrações e aspectos nitidamente ultrapassados durante a experiência são um quase um grito por inovação. Way of the Sword tem a missão de honrar o legado de Jubei e Samanosuke enquanto corta os laços com o que prende a icônica franquia.