A lenda por trás de Zhu Bajie, o melhor personagem de Black Myth: Wukong
Personagem introduzido no game trás muitas referências históricas da Jornada ao Oeste
A história de Black Myth: Wukong é surpreendentemente rica e traz uma bem inspiração na história do lendário romance Jornada ao Oeste. E com ela, diversos personagens importantes surgem, mas alguns deles merecem destaque especial.
Entre os nomes introduzidos no game está Zhu Bajie, um dos principais envolvidos na jornada de redenção do Predestinado. E muito mais: ele tem relação direta não apenas com o presente do protagonista, mas com seu passado nem tão distante.
Mas por que Bajie é essencial para a trama? Em quem ele se inspirou antes de aparecer no jogo da Game Science? Confira abaixo uma matéria especial com tudo sobre a lenda por trás do melhor personagem de Black Myth: Wukong.
ATENÇÃO! Os parágrafos a seguir contêm grandes spoilers sobre o game.
A punição de Zhu Bajie
Zhu Bajie, também conhecido como Zhu Wuneng, nasceu como Tian Peng Yuan Shuai, um general celestial responsável pela Marinha Celestial dos Milhares de Céus. Sua queda começou quando, embriagado, ele fez avanços indesejados à deusa da Lua, Chang’e. Como punição, foi banido dos céus e enviado para a Terra como um ser metade homem, metade porco.
Reencarnado como Zhu Bajie, ele nasceu em uma família de porcos e cresceu com uma aparência grotesca, combinando características humanas e suínas. Sua natureza lasciva e hedonista permaneceu, levando-o a uma vida de excessos e indulgências. Ele eventualmente se estabeleceu em uma caverna chamada Nuvem de Lótus, onde se autoproclamou Senhor Porco.
A vida de Zhu Bajie mudou drasticamente quando ele encontrou Tang Sanzang. O monge budista estava em uma peregrinação para recuperar as escrituras sagradas na Índia, sendo acompanhado por Sun Wukong (o Rei Macaco) e Sha Wujing (o Monge da Areia).
Assim, como eles precisavam de mais um discípulo para completar sua equipe. o porco antropomórfico, após uma série de eventos cômicos e desastrosos, foi convencido a se juntar à jornada, onde logo assumiu um papel crucial, apesar de ser considerado alívio cômico na literatura.
Sua força física é inegável, e ele frequentemente usa seu Rake de Nove Dentes em batalhas contra demônios e espíritos malignos. No entanto, sua preguiça, ganância e apetite insaciável frequentemente causam problemas para o grupo, como houve na imprevisível batalha entre o porco e seu companheiro, Sun Wukong.
Porco versus macaco
Em Jornada ao Oeste, Wukong e Tang Sanzang chegam à vila de Gao, onde descobrem que a filha do ancião foi sequestrada e o sequestrador exigiu casamento.
Em algumas versões, Zhu Bajie convence o ancião a permitir o casamento, alegando que sua força prodigiosa permitiria realizar muito trabalho. No entanto, o ancião muda de ideia ao perceber que Bajie come tanto que a fazenda está perdendo dinheiro.
Wukong investiga e descobre que seu parceiro de peregrinação é o sequestrador. Após uma luta, Wukong espanca seu adversário e descobre que ele foi recrutado pelo pelo bodhisattva Guanyin para se juntar à peregrinação e expiar seus pecados passados.
No final do romance, enquanto a maioria dos companheiros de Bajie alcançam a iluminação, ele não consegue devido aos seus desejos básicos. Recompensado com o trabalho de Purificador dos Altares e dono de um ancinho, ele possivelmente obtém a classificação mais baixa em comparação com os outros e não alcançou a iluminação.
Episódios notáveis antes da redenção
Ao longo da aventura, Zhu Bajie se destacou por protagonizar alguns momentos notáveis. Na literatura chinesa, ele mostrou sua bravura ao enfrentar o Demônio do Vento, assumindo a forma de um monstro-porco devorador de homens conhecido como Zhū Gāngliè. Porém, sua falta de estratégia é duvidosa e quase o coloca em uma situação dramática.
Enquanto isso, sua relação com as mulheres também é outro detalhe que merece a atenção. Alguns momentos incluem ser enganado por mulheres-aranha que o tentaram em forma de humanas e o desastre sem precedentes causado na Ilha das Mulheres.
Na Jornada ao Oeste, o personagem passa por um processo de autodescoberta e redenção. Ele aprende a controlar seus impulsos e a valorizar a importância da disciplina e do sacrifício. No final, ele é recompensado com o título de Purificador dos Altares, um cargo celestial que reflete sua transformação e crescimento espiritual.
Zhu Bajie em Black Myth: Wukong
Em Black Myth: Wukong, Zhu Bajie tem uma participação essencial no desenvolvimento narrativo. Introduzido no capítulo três, ele passa a acompanhar o Predestinado por toda a jornada, guiando-o em direção à montanha onde o corpo de Sun Wukong se encontra.
Ao mesmo tempo, ele serve como narrador, e apesar do protagonista macaco ser mudo, muitas conversas entre eles trazem detalhes significantes de cenários e de outros personagens. Além disso, boa parte da lore é revelada pelo homem-porco.
E tudo isso não acontece de graça: Zhu Bajie possui uma ótima integração com a história, em especial no quarto capítulo, onde seu passado com as mulheres-aranha é destrinchado de forma cinematográfica, emotiva e respeitosa à sua personalidade.
O personagem também não só ajuda contra vários chefões, mas também é um deles. Ao ser controlado pela agulha da aranha, ele se transforma em Zhū Gāngliè e usa a lama do mapa para oferecer dificuldades de movimentação ao Predestinado.
Em termos gerais, sua introdução em Black Myth: Wukong é muito fiel à lenda de Jornada ao Oeste. Sua relação com outro nomes, como o Rei Touro, Celha Amarela e o Rei Ancião, são apresentadas de forma única — para não dizer épica.
Black Myth: Wukong está disponível para PS5 e PC.