FIFA Ultimate Team completa 10 anos como menina dos olhos da EA
Famoso FUT celebra marca histórica, e o Meu PS4 relembra alguns momentos marcantes dessa trajetória que começou em 2009.
Se a Bettina já acumulou mais de R$ 1 milhão aos 22 anos, o que dizer de uma criança que está completando 10 anos e já rendeu muitos milhões de dólares para a sua mãe? Esse é o caso do Ultimate Team, o famoso FUT, modo mais famoso do FIFA, que está completando uma década de vida nessa terça (19), dando muito orgulho à mamãe EA.
Brincadeiras à parte, essa é mesmo uma data especial. Afinal, o Ultimate Team mudou totalmente o panorama não só da série FIFA, como de outras franquias da EA Sports – sendo incluído em Madden, NBA Live e até no EA Sports UFC, onde, aparentemente, nem faria tanto sentido, porque trata-se de um esporte individual.
É claro que o FUT tem seus problemas – como as polêmicas microtransações, diversas falhas de conectividade registradas no FIFA 19 e até um suposto faturamento inferior a previsões da EA. Mesmo assim, movimenta milhões de pessoas, dólares e interações. Somente no Facebook, são mais de 4 milhões de likes na página.
Por isso, o Meu PS4 preparou esse material especial para os fãs de FIFA e do modo celebrarem a data – que, muito provavelmente, em breve também ganhará um evento especial in-game, como acontece todo ano. Espere cartas especiais, DMEs e, talvez, packs promocionais.
Craques inesquecíveis
Uma das coisas que mais marcaram esse modo de jogo foram os jogadores icônicos dele. Nem sempre craques da vida real, mas grandes lendas do FUT, que quem teve aquele prazer de conhecer há alguns anos não esquecerá jamais.
“Impossível falar de UT sem lembrar dos jogadores desconhecidos que eram monstros no jogo. Doumbia, Musa, Ibarbo, Emenike, Wellinton. Já de jogadores bons de verdade na vida real, acho que o CR7 99 (Fifa 18), Ronaldo 94 (Fifa 19), Salah POTM (Fifa 18), Lacazette TOTS (Fifa 14/15) e Ben Yedder TOTS fifa 14/15”, disse Matheus Overbeck, pro-player brasileiro, que começou a jogar no FUT 13.
Allan Castello, que é famoso no cenário do FIFA há muito tempo e começou a fazer seu nome quando o competitivo era apenas com times “normais”, começou a se dedicar no FUT apenas na edição 17 – quando ele “explodiu”. Mesmo assim, também tem sua lista.
“Como comecei no 17, maioria dos jogadores ainda estão atuando. O Remy, francês, é um jogador que hoje não é mais usado, mas assim que comecei, usava ele bastante. Jogadores como Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, desde o Fifa 17 ainda são sempre evidência, mas tem o Musa, que é inesquecível, e também usei demais o Coleman e Florenzi, ambos lateral direito”, comentou o jogador, que também dá aulas de FIFA.
O layout das cartas, as transferências, as promoções. Tudo evoluiu, mas sem dúvidas algumas cartinhas dessas serão eternas.
Saudades
E como acontece em muitas coisas na vida, a galera que viveu “as raízes” do FUT é meio saudosista. Lembra com carinho do que rolou em edições anteriores. Hoje, no Twitter, vimos várias demonstrações disso. Pessoas lembrando da antiga forma para trocar jogadores, os designs antigos de carta, as promoções FUT Birthday…
“O meu favorito foi o FIFA 14, porque foi quando eu migrei para o PlayStation 4 e foi quando teve o modo da Copa do Mundo do Brasil”, comentou Matheus Overbeck.
Victor Tore, brasileiro pro-player do Ajax, da Holanda, lembra de quando nem existia a tal Weekend League, que se tornou o método oficial de qualificação da EA para seus torneios presenciais. Foi a partir daí que nasceu o lado competitivo “real” do Ultimate Team. Antes, era só lazer.
“Antes de ser criado o formato Weekend League, era tudo levado na brincadeira. Eu tinha o desejo de chegar na primeira divisão. Até chegava, mas era muito difícil e aí sempre caia para a segunda divisão de novo. E pelo fato de ser pay to win, eu nunca tive grana pra colocar no jogo, então isso deixava mais interessante para mim, porque tinha aquele fato de conquistar tudo na raça”, lembrou.
Casimiro Miguel, apresentador do EI Games, é outra figura conhecida na comunidade de FIFA. Além dos vídeos de FIFA no YouTube, sempre interage com a galera pelo Twitter e fala bastante do jogo – sempre com muita sinceridade, diga-se de passagem. Ele começou a jogar o UT no FIFA 11, mas seu favorito foi o 18.
“Tentei jogar no FIFA 11, mas achei muito complicado, negócio de contrato, stamina e não me adaptei. No 12, comecei a jogar mais. Do 13 em diante, já foi mais sério. Mas meu preferido foi o 18. O jogo tinha seus problemas, mas tinha menos falhas. Foi um FIFA que tive muita sorte. Tirei o Gullit, dois icons, vários jogadores muito bons, então acho que foi meu favorito.
Vida profissional
Daquela época de brincadeira, com esses mitos desconhecidos, muita coisa mudou. Hoje, o FUT é coisa seríssima. Com campeonatos mundiais, seletivas, prêmios bem bacanas em dinheiro (apesar de ainda muito inferiores a outros games), trabalho de coach, jogadores contratados por times de futebol da Europa…
O Brasil tem, por exemplo, Rafifa no PSG, Fifilza no Wolverhampton e Tore no Ajax. Além de Pedro Resende na M10, equipe do alemão Mesut Ozil. Foras as empresas conhecidas por cuidarem da carreira dos atletas, como eSportsReputation e Bundled, além das grandes marcas que investem em equipes de e-Sports, como a Netshoes.
Victor Tore, que é um dos candidatos a uma vaga para representar o Brasil na eNations Cup (a “Copa do Mundo” de seleções do FUT), começou no FIFA 13. Ainda novo, tinha dificuldade para criar equipes competitivas. Sofreu, lutou e prosperou no cenário. No ano passado, no seu primeiro campeonato oficial, já chegou à final na Romênia.
“Mas eu não desisti e sabia que uma hora eu iria aprender a controlar a economia, e aí jogar bem seria consequência de um longo tempo. E somente ano passado a onde tive a oportunidade de disputar uma classificatória oficial da EA, eu me saí muito bem e de 160 jogos no mês ganhei 152 e por um jogo fiquei de fora. Fiquei muito triste, mas sabia que aquilo era necessário e me faria mais forte na frente, e depois em novembro joguei meu primeiro campeonato oficial na Romênia e fui vice-campeão do PS4”, lembrou.
Allan Castello, que ficou ainda mais famoso ao vencer um torneio oficial do Manchester City, também oferece serviço de treinador de FIFA para os jogadores que querem evoluir seu jogo, explica que a ideia é fazer mais do que gravar videoaulas e dar algumas dicas. Esse é um trabalho personalizado, que pode ajudar muito quem precisa.
“Nesse momento mesmo, eu estava aqui analisando algumas gameplays, porque eu faço essa análise pós-aula também e envio para o jogador”, destacou.
E além de quem joga, também tem a galera que cria conteúdo e tem um grande sucesso com isso. Falar de FIFA – e de Ultimate Team – com propriedade não é fácil, mas quando se faz bem, os resultados são excelentes. Casimiro é uma prova disso.
“Vejo com bons olhos a quantidade de gente que vive do Ultimate Team, do FIFA em geral. Sinto que estamos passando por uma transição no cenário, de surgimento de novas figuras, e estão representando muito bem o Brasil. Acho muito bacana ter as pessoas que vivem disso, não só jogadores como criadores de conteúdo”
Presentes
Mas nem tudo são flores nessa trajetória. Especialmente para os brasileiros, que se queixam de falta de atenção da EA. O país é um dos expoentes principais do modo, possui alguns dos melhores jogadores do mundo, mas não recebe a atenção que o público daqui merecia, segundo Allan Castello.
“Nesses 10 anos, tenho certeza que o Brasil está entre os países que mais consomem o FIFA, UT, FIFA points… O que eu queria de presente seria um servidor dedicado aqui no Brasil e não um servidor alugado, que é o que temos. Assim o jogo se tornaria bem mais saudável, porque o que deixa qualquer player irritado, independentemente de ser casual ou profissional, é lag, DC e delay”, afirmou.
O desejo é o mesmo de Casimiro. Ele lembra que a conectividade à Internet no Brasil não é das melhores, e com os servidores ruins, com certeza, acaba se prejudicando.
“Acho que o melhor presente que a EA poderia dar é um servidor melhor. A gente sabe que a comunidade brasileira merece isso. A Internet aqui não é muito boa, e o servidor não ajuda em nada. Acaba prejudicando a experiência do jogador online. Seria um bom presente de 10 anos de Ultimate Team esse servidor pro Brasil. Alegraria todo mundo”.
Ele também frisa que os eventos que a EA vem fazendo no FIFA 19 podem ser vistos como um ponto positivo, a ser mantido para o futuro, porque diversificam bastante o game e fazem com que os players possam montar times diferentes. Esse ano, teve Carna-Bol, Future Stars, Headliners e até novos Icons superiores aos Prime.
“Eu acho muito legal, porque chama o cara para jogar. Sendo honesto, essa visão que o pessoal tem de que a EA ganha mais dinheiro no evento, pra mim não é tão certa, pois esses eventos tem DMEs e outras formas dos jogadores ganharem cartas novas e sem precisar gastar muito. Claro, pra pro-player, não faz tanta diferença, tem um meta, mas para o grande público, acho que quanto mais eventos, melhor. E eu acho que ainda tem muito para a EA avançar em termos de ideias. Trazer recursos como o Modo Arena para treinar seus jogadores, fazer cutscenes quando jogadores completarem números legais pelo clube e por aí vai. Tem muito para caminhar nesse mundo. De uns 3 anos para cá, acho que a galera e a EA entenderam melhor o produto, e na minha opinião é um dos modos mais inteligentes dos jogos. É genial: une tudo o que um gamer gosta. Figurinha, futebol, videogame, abre o pacote, remete à infância… É muito maneiro”, encerrou.
Os 10 anos foram ótimos, com seus altos baixos, e que venham mais 10, mais 10, mais 10. Sempre ouvindo o feedback da comunidade e trazendo novidades para tanta gente que é apaixonada por esse modo de jogo. Parabéns, FIFA Ultimate Team!