Como Destiny segue cativando Guardiões três anos depois
Guardiões amam Destiny por vários motivos.
“Todos os fins são começos. A nossa luta ainda não acabou”.
Quando A Estranha diz isso na cena final de Destiny, bate aquela sensação boa e ruim ao mesmo tempo. É tipo o que todo Guardião está sentindo neste mês de agosto. O Destiny que conhecíamos acabou. Depois de incontáveis missões, assaltos, incursões e partidas no Crisol, chegou ao fim uma trajetória de três anos.
Mas, como os fins são sempre começos, em 6 de setembro estreia Destiny 2. A sempre engajada comunidade do FPS da Bungie não poderia estar mais animada. Por que? Como Destiny chegou a esse ponto? O que cativou tanta gente a ponto de deixá-los jogando dois a três anos o mesmo jogo e agora estarem ansioso por uma sequência?
Conversamos com alguns jogadores do game para entender este fenômeno. Ouvimos as opiniões dos membros do grupo Destiny Brasil e da galera do Destiny da Depressão, dois streamers e também amigos, jogadores casuais, que viveram as muitas emoções e tribulações que o jogo proporcionou nos últimos três anos.
Comunidade
A comunidade de Destiny é apontada por muitos destes gamers como uma das razões principais do sucesso do jogo. Todos eles adicionaram muitas pessoas aos seus perfis da PSN para jogar Destiny. Fazer raids, assaltos e eventos PvP. Isso graças aos grupos e páginas nas redes sociais.
Ultimamente, a gente vê bastante gente emocionada com histórias que eles passaram dentro do jogo, amigos que foram formados pelo jogo que ajudaram com coisas pessoais, financeiramente ou até mesmo emocionalmente – conta Fernando Bernard, 20 anos, diretor de vídeo da UM Music e dono da Destiny da Depressão.
É claro que há “tretas”, mas, no geral, grupos como o Destiny Brasil servem como um ponto de encontro entre quem precisa de ajuda e quem está disposto a ajudar. Além, claro, de servir de local para trocar informações e opiniões sobre o que a Bungie faz pelo jogo e pelos jogadores.
A comunidade é bem legal, a galera realmente ama ou odeia o Destiny, o que gera até alguns debates até legais, mas é uma comunidade no geral disposta, que chega junto, e tem muitos membros sempre dispostos a ajudar – destaca Philipe Cavalcante, 28 anos, designer gráfico e membro do grupo Destiny Brasil.
Variedade
Destiny é um game para todos os gosto dentro de um FPS. Ele mistura PvE e PvP de forma muito eficiente. No PvE, conteúdos extras, missões e diversos tipos de missões, sejam histórias, assaltos ou incursões. No PvP, partidas amigáveis, vários modos para batalhar e eventos periódicos.
O que define o maior volume de apaixonados ou de players mais fiéis, são dois quesitos: pré disposição do player (preferência de tipo de jogo) e conteúdo. Por exemplo: Players que curtem PvP mas não são tão adeptos, podem abandonar o game, caso ele evolua em 100% do conteúdo PvE e a produtora não libere novos conteúdos regularmente. Isso pode afastar o player apaixonado! Daí só ficariam os players de PvP. O Destiny equilibra bem isso – explica o streamer William Aquino, o salaef no Twitch.
Harllen Rodrigo, 34 anos, coordenador de recepção, é um dos jogadores que têm o Destiny desde sua primeira versão. E foi justamente essa possibilidade de explorar diversos cenários dentro do jogo que fez com que ele se tornasse um jogador assíduo, tanto no PvE como no PvP.
O que me cativou foi a variedade. E depois tem aquela vontade de ganhar aquela peça para sua armadura que você ainda não tem. E só tem apenas uma chance por semana de pegar, na Raid. Enquanto isso, nos outros dias da semana abrem outros eventos que não deixa o jogo morrer, como Bandeira de Ferro, Osíris e tudo mais. É uma experiência bem completa.
Raids
Os eventos do Crisol são sempre um sucesso, mas o que pega mesmo a comunidade brasileira em Destiny é formar um esquadrão com 6 guardiões e encarar uma Raid, ou Incursão. Quase todas as pessoas com quem conversamos disseram que estas foram as atividades que mais marcaram os três primeiros anos do jogo.
Sou muito suspeito em relação ao conteúdo, porque eu realmente gosto de tudo, apesar de alguns furos do jogo, mas as Raids são sensacionais pela sinergia que os jogadores precisam ter e pelo momento de importância que cada um tem na atividade.
A Queda do Rei pra mim é uma das mais desafiadoras junto com a do Atheon, que é a Câmara de Cristal. As duas são bem divertidas para fazer com um grupo de amigos – lembra Philipe Cavalcante.
Harllen Rodrigo lembra de como era difícil passar dos desafios das Raids assim que elas eram lançadas – e como isso era divertido. Depois que muita gente superava os obstáculos, os vídeos no YouTube com passo a passo ajudavam. Mas antes disso, a busca por conhecimento do que fazer era natural e dava uma sensação de descoberta.
Me lembro quando saiu a do Oryx e ninguém queria ver na internet como fazia para passar certos trechos. Resultado: um dia inteiro não foi suficiente (risos). Mas foi muito bom.
Cooperação
O trabalho em equipe, seja nas Raids ou em outros conteúdos do jogo, é algo também apontado como um diferencial. O nível de cooperação que Destiny exige, tanto no PvE como no PvP, é algo que aproxima as pessoas e faz com que o nível de entretenimento que o jogo seja muito alto.
O que me marcou foi o trabalho em grupo, pois o nível de dificuldade inicial do jogo era incrível. O Anoitecer da primeira semana precisava de muita comunicação e de estratégia, já que todos eramos fracos e ainda não tínhamos bons equipamentos e habilidades. O que me cativou foram as mecânicas de gameplay, raids e missões que o jogo possui – observa Ramon Boff, o Near, do canal NearPlays no YouTube.
Em Destiny 2, é claro, haverá mais missões, raids, assaltos… Tudo para fortalecer ainda mais este aspecto cooperativo do jogo. O que faz com que Bruno Lopes, estudante de geografia, de 34 anos, fique animado para reunir o esquadrão e desbravar estas novas possibilidades no game.
Acredito que entre os jogos do PS4, o que mais foi feliz com aquele ideal de co-op foi o Destiny. Porque você realmente dependia do trabalho em grupo pra obter o sucesso no final das raids, assaltos e missões. É muito bacana jogar assim e isso é uma das coisas que me fazem ficar animado para o Destiny 2, reviver momentos como esses.
Loot
Muita gente reclamava do loot aleatório de Destiny, tanto que ele foi passando por uma série de mudanças ao longo dos últimos três anos. Mas, pelo que conversamos com os jogadores, hoje eles sentem saudade do grind que era necessário para formar a build mais competitiva possível.
O que me prendeu mesmo ao jogo foi o fato dele ser um jogo difícil (no início pelo menos, antes dos dois últimos DLCs), as grandes amizades que eu fiz enquanto jogava, e também a questão de ter sempre um item muito bom e muito raro, no início era Vex, depois a Gjallarhorn, comos resets semanais sempre me dando novas chances e recompensas também… – diz Brayan Quarterzani, 23 anos, estudante de Ciência da Computação.
Quem não suou para pegar uma Gjallarhorn? Ou vibrou quando dropou a Vex depois de matar o Atheon? Ou quando saiu a Quebra-Gelo no loot de um Anoitecer? E quando um engrama exótico caiu quando um Três de Ouros foi usado? Realmente, os drops eram a cereja no bolo das muitas atividades.
Gosto muito do sistema de loot do Destiny, porque não era fácil conseguir aquelas armas mais raras, então meio que te dava uma sensação de que você tinha algo que nem todo mundo tinha – diz Bruno Lopes.
História
A história de Destiny é cativante. Os personagens são carismáticos e você acaba se sentindo imerso naquele universo. Mas uma reclamação que muitos jogadores têm é que, nos primeiros três anos, a narrativa não recebeu tanta atenção quanto deveria – algo que deve mudar no futuro, e que ajuda a criar ainda mais hype para Destiny 2.
Eu espero mais história, que ela seja mais longa, bem explicada, que tenhamos atividades mais legais de serem feitas e novos desafios! Eu posso te afirmar que jogo Destiny 1 desde seu lançamento e hoje tenho tudo que é possível obter. Quero continuar assim no Destiny 2 – pede Fernando, do Destiny da Depressão.
Philipe Cavalcante espera que Destiny 2 tenha mais detalhes nos diálogos e mostre aos jogadores um enredo mais profundo. Segundo ele, o que se viu até hoje foi superficial e pode ficar bem melhor no próximo game. A Bungie, inclusive, já avisou que haverá mais de 80 missões no Modo História de Destiny 2. Bom sinal?
Que coloquem as histórias e motivações em evidência, é o que realmente falta, foco na história. que deu a impressão de falta de foco em manter uma narrativa, parece mais que pegaram vários cortes de determinados contos e costuraram num remendo meio sem pé e nem cabeça.
Pesquisa
Fizemos uma rápida pesquisa com alguns membros do grupo Destiny Brasil usando as seguintes perguntas:
– Há quanto tempo joga Destiny?
– Vai comprar Destiny 2?
– Qual o seu conteúdo favorito de Destiny?
– Por que você “se apaixonou” por Destiny?
– Por que você acha que Destiny é um sucesso há três anos?
– Destiny vai durar os 10 anos que a Bungie falava?
Confira as respostas deles na publicação:
O que podemos perceber é que a comunidade é mesmo bem participativa, e já tem um grande número de jogadores que vem desde a versão Beta do jogo. Eu, por exemplo, testei Destiny pela primeira vez na versão Alpha. Mas por que tanta curiosidade, por que tanta gente foi atrás de Destiny? Porque ele misturou FPS e RPG.
Quando botei os olhos em Destiny na apresentação da E3, achei o game incrível. Toda a sua exploração, temática Sci-Fi, um “MMORPG DE TIRO” como o pessoal costumava falar na época. Comprei meu PS4 para poder jogar já nos primeiros momentos, ainda na fase beta – comentou Ramon Boff.
Vem, Destiny 2!
E agora que já entendemos um pouco do que fez os jogadores se apaixonarem por Destiny e terem ficado nele três anos (mesmo que entre idas e vindas, a cada DLC lançado), vamos falar sobre o que os jogadores querem para o Destiny 2?
Uma história mais consistente e in-game, sem precisar ler nada por fora (risos), missões mais longas e desafiadoras, que a procura de partidas de raid realmente funcione e as habilidades sejam eficientes e equilibradas classe a classe – pediu Tatiane Inês, companheira de Meu PS4 que também é viciada em Destiny.
Se vai durar os 10 anos que se falava no lançamento dele, em 2014? Bem, depende somente de manter este fogo aceso na comunidade.
Potencial tem, comunidade tem, apaixonados tem. Mas precisa voltar a impactar, tão como impactou quando chegou. “Gráfico não ganha jogo” – Não mesmo! Mas, acredito inovações gráficas em Destiny 2, se fazia necessário. Não desqualifica o jogo, mas talvez não traga de volta players que concluíram o game há tempos atrás e não se sintam motivados, pela “falta de inovação”. Mas é fato, que o game alcançará grandes volumes de venda e público. Mas, pensando em 10 anos, precisa voltar a inovar! – diz William Aquino.
Nós testamos Destiny 2 na E3 2017 e gostamos muito. O feedback que a Bungie teve da versão Beta, no mês passado, também foi super positivo. Por isso, a expectativa é de que, no dia 6 de setembro, quando ele chegar ao PS4 completinho, os gamers não se decepcionem e tenham um jogo à altura das suas expectativas.