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A E3 morreu, e precisamos aceitar isso

Feira é apenas uma sombra do que foi no passado. Talvez seja a hora aceitar que ela precisa partir

por Thiago Barros
A E3 morreu, e precisamos aceitar isso

Desde a sua primeira edição, em 1995, a Electronic Entertainment Expo, mais conhecida como E3, tornou-se o grande evento gamer no mundo. Todas as principais companhias estavam lá, ano após ano, para fazer os maiores anúncios da indústria dos jogos eletrônicos. O planeta estava sempre de olho no Los Angeles Convention Center.

Em 2017, pela primeira vez, o público pôde comprar ingressos para participar da festa. Visitar os booths, participar de dinâmicas, assistir apresentações, ganhar brindes… O MeuPS estava lá, e realmente é um momento mágico. Seja nos eventos ao redor da E3, como o EA Play e a PlayStation Showcase, seja nos próprios pavilhões do evento.

Parecia uma mina de ouro. Um baita sucesso pelos anos que viriam. Em 2018, não foi diferente – e o MeuPS marcou presença novamente. Contudo, mal sabíamos que aquele seria o último ano da “E3 de verdade”. Pelo menos para quem é fã de PlayStation. Afinal, em 2019, até teve público de novo e houve anúncios de outras empresas, mas a Sony não foi.

PLAYSTATION E3
O estande de PlayStation era um dos mais movimentados da feira.

E isso já mudou um pouco o cenário do que estávamos acostumados. Até que, em 2020, com a pandemia, o evento foi cancelado. E, agora, em 2021, voltou em um formato totalmente digital, mas com pouquíssima atenção de grandes empresas, com anúncios não tão incríveis e um engajamento não tão grande do público.

E agora? Qual o futuro dessa feira que marcou gerações, mas parece cada vez mais esvaziada?

A E3 vai acabar?

É difícil pensar numa E3 como era até 2018. O investimento feito pelas empresas para estar lá, provavelmente, era enorme. Atualmente, com tudo sendo online, há uma economia enorme, e as pessoas são impactadas do mesmo jeito. A PlayStation Experience, por exemplo, também foi encerrada. Agora, temos o State of Play, como já temos o Nintendo Direct, da Nintendo.

Mas também é complicado imaginar um mundo sem E3, não é? Mesmo com o Summer Game Fest crescendo, o The Game Awards sendo já uma referência, e as transmissões online bem sucedidas, é bem provável que a Electronic Entertainment Expo continue existindo. No entanto, ela parece ter uma relevância cada vez menor no cenário.

The Game Awards
The Game Awards assume o posto de “evento mais importante” para os gamers.

É preciso uma mudança de formato, um acordo com as grandes empresas, e inovar. Esse é o único caminho possível para nossa amada feira não cair no esquecimento. Ainda é possível – e até diria que provável. Mas o trabalho para a E3 2022, com público ou não, precisa começar agora. De preferência, trazendo a PlayStation de volta.