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Wipeout: Omega Collection: Vale a Pena?

Vida Longa a Wipeout!

por Hugo Bastos
Wipeout: Omega Collection: Vale a Pena?

Ao ser anunciado, Wipeout: Omega Collection, coletânea que reúne Wipeout HD/Fury (PS3) e Wipeout 2048 (Vita) trouxe um alento ao coração dos fãs mais calorosos. Após o fechamento da SCE Studio Liverpool, especulou-se que o futuro da franquia estava ameaçado. No entanto, é necessário notar que este pode ser, de fato, o Omega da saga.

No alfabeto grego, a letra Omega (Ω) é a última das letras. Em diversos campos, desde a literatura até a religião e filosofia, representa o final. O ponto de chegada de uma jornada. Quando tudo se completa, de forma definitiva. Talvez esta seja, de fato, a razão pela escolha do nome.

Não há ao certo como saber. Mas o certo é que as desenvolvedoras Clever Beans, EPOS Game Studios, e XDev Studio Ltd. realizaram um trabalho maestral. Os três jogos (a expansão Fury pode ser considerada um jogo a parte) receberam melhorias substanciais, tanto em jogabilidade quanto nos gráficos. A parte sonora, da mesma forma, está grandiosa.

Seja qual for o destino da saga, Wipeout: Omega Collection já é um marco. Mesmo que o final.

Beleza que salta aos olhos

A tela inicial do jogo é basicamente idêntica ao de sua contraparte do PS3, com algumas pequenas alterações. No entanto, ao iniciar a primeira corrida – especialmente se esta for na Temporada 2048 – fica evidente toda beleza dos detalhes gráficos. Talvez um “uau!” seja a única coisa que o jogador consiga dizer por algum tempo

(Nota: Este autor diz isso por experiência própria)

Esta verdade é ainda mais chocante para aqueles que sempre acompanharam a franquia. O nível de detalhes é altíssimo. Sem qualquer sombra de dúvidas, um dos melhores e mais belos remasters para o PlayStation 4. E tais melhorias podem ser observadas em todos os pontos do jogo.

A torcida, agora, se  comporta de forma mais orgânica. Os efeitos de luz e sombra são especialmente bem trabalhados. Especialmente quando observados em alta velocidade. Até mesmo os efeitos de partículas estão belíssimos. Ver a poeira e detritos se levantando do chão no grid de largada é hipnotizante.

Mas a contraparte HD/Fury também não foi esquecida. A resolução / taxa de quadros por segundo no PlayStation 3 já era 1080p/60 fps. Mas as desenvolvedoras conseguiram tornar seus gráficos ainda mais suaves e nítidos. Os detentores do PS4 Pro não ficarão desapontados, uma vez que tais melhorias estão ainda mais destacadas.

O Futuro das Corridas

A saga Wipeout sempre foi sobre velocidade. Pura e simples. Desde sua primeira entrada ainda em 1995. A ideia de naves antigravidade, competindo em pistas sinuosas, correndo quase tão veloz quanto (ou até mais rápido que) a velocidade do som foi imediatamente bem recebida pelos jogadores. Todos os jogos da saga sempre mantiveram este espírito.

Em Wipeout: Omega Collection, tal assertiva não é diferente. Seu objetivo é ser sempre o mais rápido. Independente do tipo de prova, o jogador sempre precisará estar um passo a frente de seus adversários. Como recompensa, o jogo transmite uma das melhores sensações de velocidade já vistas em jogos de corrida.

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Especialmente no modo Zona, a sensação de velocidade é soberba. Prepare-se para sentir aquele frio na barriga. Fonte: Captura de Tela

E esta sensação de velocidade é gratificante. Com gráficos tão afiados, a sensação de se correr a velocidades supersônicas é fantástica – especialmente com a visão “cockpit”. Não é algo, contudo, que venha a causar qualquer tipo de mal estar (a sua versão para PS3 precisou ser atrasada por alguns meses por falhar em testes de epilepsia).

Mas para que haja apenas diversão, sem qualquer frustração, os controles precisam responder à altura do que se joga. Wipeout – a série – sempre prezou pela jogabilidade precisa. Este é um aspecto técnico onde não há reclamações. Os controles respondem com perfeição aos comandos. Não há input lag, ou mesmo qualquer outro problema no gameplay.

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O jogo não perdoa os fracos. Aprenda a jogar, ou perca. Fonte: Captura de Tela.

O que significa que, se você, caro jogador, não conseguir chegar em primeiro, será por única e exclusiva responsabilidade sua. Treine para ficar melhor!

“And let the beat control you body”

Todas a parte sonora de Wipeout: Omega Collection foi trabalhada com um cuidado. Para começar, a trilha sonora é completamente diferente, com exceção de uma única música. Todas as músicas foram substituídas, e o resultado é algo realmente agradável. As batidas eletrônicas envolvem o gameplay como devem.

Fica aqui um porém: para os mais saudosistas, não é possível utilizar a trilha sonora original de qualquer dos dois jogos. O que certamente agregaria valor ao título, visto que existem jogadores que apreciam as antigas faixas.

(Para os que gostaram, a trilha sonora completa pode ser ouvida aqui)

Mas é nos efeitos sonoros que todo esforço da equipe desenvolvedora se destaca. Como exemplo, citar-se-á os sons das naves de corrida. A temporada 2048 age como uma prequência a toda saga (Wipeout 2048 se passa em, bem, 2048; Wipeout HD/Fury em 2206).

Os sons das naves de 2048 são crus. Pode-se ouvir engrenagens e marchas sendo mudadas. O ranger dos metais. Toda brutalidade que ainda impera em uma era que ainda utilizava combustíveis fósseis. As naves de Wipeout HD/Fury transmitem leveza e suavidade. Deslizam no ar como jatos.

Essa diferença perceptível, esse detalhe básico, mostra o empenho e dedicação não apenas da desenvolvedora original, mas daquelas responsáveis pela remasterização. O jogador sente exatamente essa diferença na pele.

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À esquerda – Wipeout 2048; à direita, Wipeout HD/Fury.
Fonte: Captura de Tela.

Outros efeitos sonoros merecem destaque. A torcida, no início das corridas. O/a narrador/a, que agora anuncia o início das provas. As armas soam ameaçadoramente bem. Enfim, a sonoplastia do jogo é outro ponto forte.

Tudo junto, misturado e mais difícil

Tudo de ambos os jogos está neste pacote. As pistas, veículos, e provas. Dessa forma, aqueles que assim desejarem poderão experimentar opções exclusivas de um ou outro jogo, como o modo Eliminator, de ambos os jogos, que agora possui a arma Quake Disruptor, exclusiva da versão 2048.

O multijogador também está presente, tanto local quanto online. Este último com a conquista de emblemas em suas disputas. Apesar de certa dificuldade em encontrar partidas, uma vez que elas se iniciem, não há queda de qualidade ou mesmo problemas de conexão (a não ser que a conexão do jogador seja algo muito abaixo do recomendado).

No entanto, é necessário comentar que, apesar de acessível, o jogo se tornou ainda mais difícil para aqueles que gostam de desafios. A própria equipe desenvolvedora atestou essa afirmação. E, durante a análise, pôde-se verificar que, de fato, o título está bem mais desafiador.

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Chegar “na hora” está bem mais complicado. Fonte: Captura de Tela.

Lamentavelmente, especialmente para os caçadores de troféus, os três títulos contam com apenas um troféu de platina. As conquistas são distribuídas pelos três jogos, o que pode frustrar alguns. E algumas delas tiveram suas dificuldades elevadas ainda mais. O que já era difícil, tornou-se bem mais desafiador.

O Gran Finale

10

Wipeout: Omega Collection é o que todo fã da saga poderia pedir. Desafiador e belíssimo, mostra como um bom trabalho de remasterização pode fazer toda diferença no produto final. Um título obrigatório a qualquer fã de jogos de corrida, e mais que recomendado a todos os jogadores.

E, como Wipeout não se trata apenas de corrida, mas há também uma intrincada história por trás de sua velocidade alucinante, o Meu PS4 publicou, anteriormente, um especial, contando toda saga da franquia, cronologicamente. Para conferir, acesse:

Com um visual totalmente novo, é correto até mesmo dizer que Wipeout: Omega Collection se trata de um jogo que honra o legado de seus antecessores. E, como já dito nesta matéria: se esta for a apresentação final, então as cortinas se fecharão, e uma calorosa salva de palmas deverá ecoar pelos salões do universo gamer.

Hugo Bastos
Hugo Bastos
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Jogando agora: Nada no momento.
Hugo Bastos e revisor do Meu PS4, apreciador de uma boa comida, e de platinas difíceis. E viciado em Rogue Legacy, OlliOlli2, Dead Cells, e não dispensa uma boa noite de jogatina.