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[Análise] NBA Live 19: Vale a Pena?

"Trust the Process": EA Sports segue "rebuild" da franquia de basquete, com a cara de Joel Embiid, astro da capa do jogo

por Thiago Barros
[Análise] NBA Live 19: Vale a Pena?

NBA Live 19 é a continuação do processo de reconstrução da franquia de basquete da EA Sports. O “rebuild“, como se chama na NBA, é famoso. Acontece quando a equipe decide dispensar ou trocar a maior parte dos seus jogadores e apostar no futuro – seja com draft picks ou até free agents. Tem até uma frase famosa para o processo: Trust the process.
 
O Philadelphia 76ers, de Joel Embiid, é um baita exemplo. Nos últimos anos, ele usou muito bem essa estratégia para montar um time que é um dos favoritos ao título da Conferência Leste na próxima temporada. Mas o rebuild é um processo longo, que exige paciência dos fãs e muito trabalho nos bastidores. Acreditar no processo é mesmo fundamental.

Acontece o mesmo com NBA Live. Depois de nem ser lançado na temporada de 2017, ele teve um retorno satisfatório com NBA Live 18, e agora evolui com NBA Live 19. Mas, novamente, é um processo longo. Na vida real e nos jogos. Com o Sixers, tudo começou lá em 2013 até dar os frutos de hoje, com o time sendo um dos favoritos na Conferência Leste da Liga.

Joel Embiid mesmo, por conta de lesões múltiplas nos pés e joelhos, ficou as duas primeiras temporadas inteiras dele na Liga afastado. Mesmo quando, enfim, estreou, ele jogou apenas 31 partidas em 2016/2017. Foi só em 2017/2018 que ele chegou ao nível que se esperava – e começou até a usar “The Process” como seu apelido, que pegou e se tornou um grande marketing.

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Joel Embiid: perfeito para estrelar NBA Live (Foto: Reprodução Thiago Barros)

Por isso, é loucura achar que em dois anos, NBA Live já estaria no nível do rival, NBA 2K, que está há mais de uma década em grande forma. Mas, mantendo os pontos positivos e desenvolvendo alguns detalhes, é possível, sim, que isso seja uma realidade em alguns anos. Só que NBA Live 19 ainda precisaria de diversas melhorias em pontos importantes.

Das ruas

Lembram daquele comercial do “inglês das ruas”, do Open English? Então, NBA Live 19 é o “NBA das ruas”. Não em termos de vendas ou algo do tipo, mas, sim, pelo gameplay. O jogo é muito focado em “The One”, o seu modo carreira, que é muito voltado para o chamado streetball.

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Jogo é focado no streetball (Foto: Reprodução Thiago Barros)

Você cria um personagem, homem ou mulher (adição bem bacana, inclusive), e participa de um tour de competições de basquete de rua pelos vários lugares do mundo (incluindo uma quadra no Rio de Janeiro), ganhando seu nome e a partir disso buscando uma vaga na NBA.

A premissa é bem interessante, mas o modo não é tão cativante quanto deveria. Tem opções bacanas de customização, sua e da quadra e o gameplay é legal, mas falta imersão. Fica bem abaixo do nível de Longshot e A Jornada, das séries Madden e FIFA, também da EA, e do próprio MyCareer de NBA 2K.

Uma coisa bastante incômoda é que você segue toda a historinha do game até a oportunidade de ser draftado aparecer. Aí você é escolhido por um time, mas em seguida recebe uma “mensagem de texto” dizendo que pode ser trocado. E aí os players podem escolher para qual time querem ir. Qual a graça do draft então?

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Você pode criar jogadora no modo carreira (Foto: Reprodução Thiago Barros)

A progressão de evolução do personagem mesmo é rasa e demorada, fazendo o jogador perder bastante tempo (pelo menos, não é dinheiro, né 2K?) para que os personagens possam evoluir de fato. O que, novamente, prova que o foco desse jogo é The One – e não Ultimate Team, que até existe, mas é bem aquém do FIFA.

Mas dentro de quadra é tudo muito melhor do que era no NBA Live 18. As ações ofensivas estão mais fluidas, como dribles e pick and roll, e a defesa mais sólida, especialmente na marcação homem a homem. O tempo de pulo que ainda é um problema, sendo necessário quase que “adivinhar” para dar um toco.

As animações de movimentos também evoluíram, assim como as faces da maior parte dos jogadores. O jogo tem um ar mais realista, especialmente porque suas quadras também são bem feitas. Só que ainda falta muito para NBA Live 19 ser referência. Por enquanto, ele segue sendo uma alternativa justa.

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Jogabilidade está bem street (Foto: Reprodução Thiago Barros)

Os comentários são “meh”, os modos de jogo preguiçosos e, para quem mora no Brasil, o online ainda acaba decepcionando. O que é uma pena, porque o “Court Battles” é uma das gratas surpresas do game. Você cria uma quadra e um time e pode desafiar equipes do mundo todo para partidas estilo street.

Só que com a conexão ruim, amigo, perde quase toda a graça. Assim como NBA Live 19 só ter times atuais, da NBA e da WNBA. Um atrativo interessante do seu rival, NBA 2K19, é também ter equipes históricas e até times com os melhores de todos os tempos de cada franquia.

Mas algo que incomoda mesmo é como o jogo nas partidas da NBA não se parece com jogos da liga. O gameplay é muito mais de streetball. As animações de tocos e bandejas, por exemplo, têm toda a cara de AND1. Cheias de firulas. Até crossovers são bem ousados, mas isso tem gente na liga que faz, né Kyrie?

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Sistema de jogadas está bem construído (Foto: Reprodução Thiago Barros)

Ficou muito claro que NBA Live 19 é um game focado nisso – e talvez a EA Sports precise admitir mais essa faceta no seu próximo título. Deixar a NBA, em si, como segundo plano. Criar um modo carreira super robusto, dar mais visibilidade para o Court Battles, e distanciar-se do realismo da Liga e do concorrente, NBA 2K.6

Por ora, ele segue evoluindo, porém ainda nas sombras do rival. Por isso, só vale a pena comprá-lo com uma boa oferta. Pelo preço cheio, de R$ 240, que vem sendo cobrado na PlayStation Store brasileira, deixe passar. Ainda mais se você já pegou o NBA Live 18 com alguma das muitas promoções que ele teve.

O jogo não muda tanto assim em relação ao seu antecessor, apesar de ter evolução visível, especialmente na jogabilidade, e como vimos na última temporada, é muito provável que não demore até o preço de NBA Live 19 cair um pouco, algo que não costuma acontecer com NBA 2K.

Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Silent Hill 2
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.