Porque não houve exclusivo da Sony no GOTY?
Todo ano o universo gamer dirige suas atenções a Video Game Awards, que em dezembro, premia os jogos mais inovadores e originais em categorias que prestigiam tanto o gênero quanto as plataformas. De uma forma geral, 15 categorias, que vão desde o jogo com melhor narrativa até melhor jogo da plataforma.
Não muito raro, sonystas estão sempre em gozo por conta da alta qualidade dos jogos que concorrem à categoria mais cobiçada: Jogo do ano ou GOTY, para os mais próximos.
Cronologia dos competidores GOTY
Só para relembrar: em 2009, Uncharted 2 levou o troféu GOTY como melhor jogo e a crítica não despertou muitas opiniões adversas, isso porque agradou muitos gamers, resgatando tanto um enredo original como uma jogabilidade dinâmica, pois as outras já estavam desgastadas. Foi sobre ele que a Naughty Dog ganhou a redenção, pois, além de jogo ano, foi o melhor jogo para PS3.
Em 2010, não levou, mas não quer dizer que não mereceu. God of War III disputou o pódio contra Red Dead Redemption. Kratos lutou e subiu ao Olimpo para matar o deus dos deuses, mas o charme de John Marston cativou mais os gamers que não viam um GTA faroeste tão bem desenhado e uma representação tão fiel, que faria até Clint Eastwood se surpreender.
Em 2011, todos sabem que Skyrim levou o troféu, mas se levou, ele muito suou porque além de Zelda Skyward, havia Batman Arkham City e Uncharted 3, este que já disputava como ganhador de melhor game de PS3.
Em 2012, não precisou de muitos gigas no disco blu-ray para concorrer porque apenas da PSN, Journey foi ao pódio com apoio da Metacritic em 92/100 e contra Mass Efect 3 e, o vencedor, The Walking Dead, cuja sacada foi o apelo emocional e a originalidade da Telltale em não proporcionar um jogo de tiro, cover e hordas de zumbis, mas em um point and click, mais modesto que Heavy Rain que ao mesmo tempo proporcionasse uma imersão intuitiva e caprichada que ganhasse as lágrimas e o coração do mais hard dos gamers.
Em 2013, The Last of Us disputou contra GTA V, Bioshock Infinite e Mario 3d Land com 90/100 do Metacritic. Algo que frustrou muitos gamers, porque Joel e Ellie foram mais originais num game que só utiliza o Havok de motor gráfico, porque a originalidade do game e seu enredo foram vencedores no melhor de ps3.
Momentos atuais
Desde 2009, assistimos a jogos da Naughty Dog por 3 vezes no pódio, num revezamento por 2, porque em 2014, não subiu nenhum jogo exclusivo da plataforma PlayStation.
Ao que se deve tamanha “afronta aos costumes”, não foi a crítica errada dos gamers, mas responsabilidade das próprias desenvolvedoras.
O lançamento do PS4 asseverou muitas mudanças no mercado e foram marcantes suas vendas, entrando para a história como o maior empreendimento com resposta ao investimento. Em que pese, o tiro no pé da concorrente Microsoft e a frustração nintendística com relação ao software de base do Wii U, no ano de 2014 não se repetiram tendências de outrora. Phil Spencer atracou com mudanças de marketing e desenvolvimento de jogos exclusivos do XOne e Fils-Aime, com ousada disposição, foi para a entrevista no Wall Street Journal, com os dizeres “Os gamers encontrarão no Wii U, algo que jamais terão nas outras plataformas…”. Citou, além do custo-benefício, os seus jogos exclusivos.
Todos os fatores que contribuíram para a tendência de se elevar sempre um game exclusivo PlayStation a concorrente de GOTY, este ano não se repetiram.
Talvez, em que pese discordância, as remasterizações tenham banalizado a plataforma atual, que tem competência para expandir experiências mais inusitadas, com jogos que se quer deram saudades (como The Last of Us que teve apenas um ano para ser promovido a Remastered).
O certo é que a concorrência cria um ambiente de competição que dá ao gamer fã da Sony um ambiente de conforto, já que ela é sinônimo de concorrência pela qualidade, mas ao mesmo tempo, nos faz acostumar a sempre estar lá na chegada.
Referências: Metacritic, Wall Street Journal, Adrenaline
*Escrito por: Éderson Martins Pereira