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Diretor de Detroit: Become Human, David Cage recomenda: “siga sua história”

Deixe pra "rejogar" cenas após zerar!

por Thiago Barros
Diretor de Detroit: Become Human, David Cage recomenda:

Los Angeles (CA) – A tentação de “rejogar” uma cena de Detroit: Become Human após ela acabar, e você ver a “árvore” das possibilidades com tantas coisas diferentes que poderiam acontecer, é enorme. Mas David Cage, diretor do jogo, recomenda que você não faça isso – pelo menos, não na primeira vez em que jogar.

Em entrevista exclusiva ao Meu PS4, em evento de preview do jogo na última semana, ele falou sobre a jogabilidade, o longo trabalho de desenvolvimento e, claro, os temas bastante polêmicos abordados no game. Segundo ele, a maneira mais indicada de aproveitar toda a experiência criada é seguir a sua história sem parar.

Você pode voltar e jogar novamente todas as cenas a qualquer momento que quiser, mas minha recomendação, é só uma recomendação, é de que você siga jogando e não pare, pelo menos da primeira vez. Assim você terá a sua história real, sem trapacear de alguma forma (risos). E será a sua história, baseada nas suas decisões iniciais. Mas a qualquer momento você pode voltar e jogar novamente, ver o que perdeu e desbloquear o que passou – afirmou.

David falou que demorou dois anos e meio para fazer o roteiro do jogo, que tem milhares de páginas, destacou a preocupação da Quantic Dream com fazer com que a história do game seja contada com gameplay e não só cutscenes, confirmou sua preferência pelos jogos com narrativas e ainda revelou que pretende vir ao Brasil em um futuro próximo.

Confira a entrevista completa abaixo:

Meu PS4: Todo mundo já sabe que a história é ótima, foi bastante divulgado, então vamos falar de outra coisa, o gameplay. A jogabilidade é excelente! Como foi o trabalho de vocês nessa área?
 
David Cage: Trabalhamos muito no gameplay e tentamos muitos controles exóticos no passado, mas queríamos algo mais tradicional e acessível para os gamers. E queríamos que a história fosse contada pelo gameplay, não cutscenes. Conforme você joga, e tem interações com o cenário, você cria sua história. Você controla a câmera, pela primeira vez fizemos isso em um jogo nosso, e pode explorar bastante. Você tem controle total do personagem o tempo todo. Tem um sistema de movimento muito legal com o analógico. E há muitas características especiais, como Connor que tem um módulo de simulação que permite que ele reconstrua o que houve no passado baseando-se nas pistas que encontra.

Meu PS4: Outra coisa bem legal é que você se sente recompensado quando termina uma cena – e claro, o final é positivo. Foi algo que vocês pensaram: fazer o jogador se conectar com os personagens?

David Cage: A importância de criar uma empatia com os personagens é enorme, e foi algo que nós nos preocupamos muito. A ideia é fazer que o jogador sinta as emoções quando o personagem passar por alguma situação. Você compartilha as emoções com eles quando algo acontece. Você quer que eles sejam bem sucedidos. Isso é importante demais. Além disso, nós mostramos também o caminho que você tomou ao fim de cada cena, e assim é possível ver tudo o que você perdeu. Nosso foco era criar uma história com vários ramos, com muitas opções, escolhas… Há cenas inteiras que você pode ver ou perder dependendo de como você joga. As escolhas realmente importam, assim como o relacionamento com os outros personagens. Cada coisa tem consequências, então você realmente tem que prestar atenção aos detalhes na hora de jogar.

Meu PS4: Nós jogamos Detroit antes, e as missões que jogamos tiveram finais totalmente diferentes agora. Conta para a gente como foi o trabalho para criar tantas possibilidades.

David Cage: Esse foi processo foi realmente especial. Criar uma narrativa com esse tanto de ramificações foi intenso. Eu levei 2 anos e meio para escrever o roteiro, que tinha entre 4 e 5 mil páginas, com 65 mil variáveis que rastreamos para saber exatamente o que cada jogador fez. Foi muito trabalho para fazer com que as escolhas que você faz não sejam só formas diferentes de chegar a uma mesma coisa, mas realmente façam diferença. Como falei antes, você pode perder cenas inteiras ou só ver determinadas cenas de acordo com suas decisões. Além do trabalho na escrita, também trabalhamos muito na gravação, na iluminação, na filmagem, nos testes com todas as possibilidades… A ideia é que esse jogo seja uma experiência única para o jogador.

Meu PS4: Não sei se você já pode falar, mas temos aquelas árvores ao fim de cada missão nas versões em que jogamos. No jogo final, será assim? Você poderá fazer isso assim que uma cena acabar?

David Cage: Você pode voltar e jogar novamente todas as cenas a qualquer momento que quiser, mas minha recomendação, é só uma recomendação, é de que você siga jogando e não pare, pelo menos da primeira vez. Assim você terá a sua história real, sem trapacear de alguma forma (risos). E será a sua história, baseada nas suas decisões iniciais. Mas a qualquer momento você pode voltar e jogar novamente, ver o que perdeu e desbloquear o que passou.

Meu PS4: Muitos jogos com foco na narrativa estão sendo lançados agora, como o próprio God of War. O que você pensa sobre isso? É algo que vem para ficar?

David Cage: Acredito que até em jogos de ação, quando você tem uma narrativa, tudo fica ainda melhor. Porque você sabe o motivo de estar lutando e progredindo. Quando você tem um objetivo na narrativa e possui uma conexão emocional para progredir, acredito bastante que storytelling é fundamental nas mais variadas experiências. Mas isso é muito meu gosto pessoal, claro.

Meu PS4: Você tinha me falado que gostaria de ir ao Brasil, que já foi convidado para ir lá. Detroit está totalmente localizado em português. Isso é muito legal para a gente. Gostaria que você desse um recado para a galera do Brasil que está acompanhando.

David Cage: Espero que vocês, no Brasil, gostem de Detroit: Become Human. Está tudo traduzido para o português e trabalhamos muito para que vocês possam aproveitar essa experiência da melhor forma possível. E espero estar com vocês em algum momento no futuro próximo. É um país fascinante e adoraria encontrar meus fãs do Brasil em breve!