Fantasma de Esparta: relembre a história de God of War
Meu PS4 lança série sobre a saga de Kratos
Coloque “Deuses da Guerra” na busca do Google e entenda a representatividade de Kratos para quem tem um PlayStation. Logo no primeiro resultado, da Wikipédia, ele aparece com uma lista de divindades cultuadas em diversas mitologias quando o assunto é guerra. Ares, Marte, Odin, Ogum e… “Kratos, Deus da Guerra na mitologia sonista”.
Tudo começou em 22 de março de 2005, ainda no PlayStation 2, com o lançamento de God of War. Desde então, entre PSP/Vita, PS3 e PS4, foram mais cinco títulos inéditos, além de uma série de coletâneas e um jogo para celulares. Dezenas de milhões de cópias vendidas, nenhuma nota abaixo de 80 no Metacritic e muitos fãs no mundo inteiro.
Mas por que tanto sucesso? “O que que o Kratos tem”? O Meu PS4 relembra a história de God of War – que de apenas um capitão do exército de Esparta se tornou nada mais, nada menos do o cara que destronou Zeus, pôs fim ao Olimpo, e agora, quando todo mundo pensava que estivesse morto, simplesmente vai aparecer na Mitologia Nórdica.
Este é o primeiro capítulo da série “Fantasma de Esparta”, que preparamos para elevar o seu hype ao máximo antes do lançamento do novo God of War, no próximo dia 20 de abril.
Cronologia da Guerra
A história da saga começa com God of War Ascension, último jogo lançado, em 2013. Ele é uma prequel para o God of War de 2005. Na cronologia, até mesmo God of War Chains of Olympus (2008), lançado para os consoles portáteis, também vem antes do jogo-título da franquia, que é só terceiro na ordem dos fatos.
Depois dele, vem God of War: Ghost of Sparta (2010), outro lançado para os portáteis, e só então God of War II (2007) e God of War III (2010). Cada jogo é um capítulo da incrível trajetória de vingança de Kratos contra os deuses, que fizeram com que ele perdesse sua família de um modo muito cruel: pelas suas próprias mãos.
Os games portáteis foram lançados em uma coletânea, God of War: Origins Collection, em 2011, e junto com os três da trilogia principal, em 2012, em God of War Saga. Ambos para PlayStation 3. Quatro anos depois, em 2015, veio God of War III Remastered, uma versão remasterizada do último capítulo (até então) da saga para o PlayStation 4.
“Entendi a referência”
Um dos principais motivos do sucesso de God of War, sem dúvidas, é o seu enredo. Para quem tem o mínimo de conhecimento de mitologia grega, ou simplesmente curte os jogos focados no desenvolvimento de uma história, a série é um prato cheio. Além de ser muito bem contada, é uma aventura com a qual o jogador se identifica e na qual fica imerso.
Vamos em ordem cronológica, tá? Kratos era o comandante de um exército de espartanos. Conhecido como o Fantasma de Esparta, ele se aliou ao Deus da Guerra, Ares, quando ia perder uma batalha. Jurou fidelidade à divindade em troca de uma virada histórica que lhe daria a vitória no conflito. E isso mudou a sua vida.
A história é contada em flashbacks no primeiro God of War – e revisitada em God of War Ascension. O que acontece é que Ares engana Kratos e faz com que ele acabe matando sua própria família. O guerreiro, então, jura vingança. Neste jogo, vemos o comecinho da jornada, quando ele é preso pelas Três Fúrias, torturadoras das almas pecadoras.
Elas são personagens que, de fato, existem na mitologia grega, e são comandadas pelos seus pais, Hades, deus do submundo, e Perséfone. Eram as encarregadas de castigar as pessoas que cometessem crimes, especialmente os de sangue. Mas Kratos consegue sair do domínio da tríade e roda a Grécia atrás de uma forma de derrotá-las.
Em uma longa jornada, Kratos sofre com visões terríveis e pesadelos, criados pelas fúrias. Ele derrota Pólux e Castor, irmãos de Helena de Troia, e reavê os olhos de Aleteia para se proteger das invasões em sua mente. Assim, consegue ir ao encontro de Tisífone, Megera e Alecto e derrotá-las uma por uma.
Mas a vingança estava só começando. Em God of War Chains of Olympus, Kratos vai atrás da mãe delas, Perséfone. Após derrotar o Basilisco do Rei da Pérsia, a pedido dos deuses, ele tenta solucionar o rapto de Hélio, o Deus do Sol. Enganado pela Rainha do Submundo, ele acredita que poderá viver feliz com sua filha nos Campos Elíseos.
Quando percebe a armação, se corrompe. Destrói almas puras só para voltar ao Inferno e matá-la. Quem também sofre com a ira do guerreiro é o titã Atlas, também parte da cruel conspiração contra Hélio, que é condenado a carregar o mundo nas costas após tentar a destruição do pilar que o segurava.
Mas ao fim desse capítulo da história, Perséfone, próxima da morte, avisa a Kratos que o sofrimento dele nunca teria fim. Chegamos, então, a God of War, o primeiro, que começa novamente com o guerreiro ajudando os deuses. Nesse caso, Poseidon, que conta com a força do Fantasma de Esparta para derrotar a temida Hidra.
Na hora de pedir sua recompensa, ele ouve de Atena que precisa ainda cumprir mais uma tarefa: matar Ares, o Deus da Guerra. Com a chance de, enfim, se vingar, ele aceita. Roda mais uma vez a Grécia inteira atrás da Caixa de Pandora, com a qual poderia derrotá-lo. E no fim das contas consegue, mas nem tudo são flores.
A única coisa que Kratos queria era que as visões sobre tudo de terrível que ele fez fossem apagadas, mas Atena diz que isso é impossível. Que os deuses até perdoam pecados, mas não podem fazer a sua história sumir. Irritado, ele até tenta se matar, porém não só é salvo como recebe novos prêmios: as Lâminas de Atena e o cargo de novo Deus da Guerra.
Só que, em God of War: Ghost of Sparta, uma profecia diz que “o fim do Olimpo não viria pela vingança dos grandes Titãs, que tinham sido aprisionados após a Grande Guerra, mas por um guerreiro marcado”. Então, vimos que Deimos, irmão de Kratos, foi levado para os Domínios da Morte, onde foi torturado por Tânato, Deus da Morte.
Esse é um capítulo mais “família” da série. Além de tentar libertar seu irmão, que acaba morto por Tânato, ele também encontra sua mãe, Calisto, pouco antes de ela revelá-lo quem é seu pai. Atena implora por perdão, mas Kratos a ignora e avisa: “Os deuses irão pagar por isso”.
Ou seja, tudo, até este momento, é apenas uma introdução para o que acontece nos jogos seguintes, God of War II e God of War III, quando Kratos declara guerra ao Olimpo. Tudo começa quando Zeus decide puni-lo por não aceitar os conselhos de Atena. Ele retira uma parte dos poderes do guerreiro e coloca em um colosso.
Kratos, então, decide enfrentar esse gigante. Até o vence, mas só usando uma espada que foi dada pelo próprio Zeus. Era uma grande armadilha, pois quando o colosso morre, a sua mão cai por cima de Kratos e destrói sua armadura divina. Enfraquecido, ele é atacado pelo Deus dos Deuses, “morre” e é levado por Hades para o Submundo.
Mas Gaia, Mãe dos Titãs, cura o guerreiro, que parte para destruir as Três Irmãs do Destino no caminho até reencontrar Zeus. Na batalha final, ele quase mata o Todo Poderoso, porém Atena entra na frente do golpe final, e acaba usando a própria vida para proteger seu pai – e todo o Monte Olimpo.
Antes disso, ela revela que Zeus também é pai de Kratos, que na verdade é um semideus. Mais um motivo para o Fantasma de Esparta seguir com sua vingança. Com a ajuda dos Titãs, ele parte rumo ao Olimpo para acabar com cada um dos deuses que ainda restam: Poseidon, Hades, Hermes e Helio, além do próprio Zeus. Começa assim God of War III.
O começo do jogo tem um plot twist em que Gaia se volta contra Kratos, mas ele sobrevive guiado pelo espírito de Atena. Ele volta, corta a mão de Gaia, e segue viajando para bater o Deus Hélio, vencer o mensageiro Hermes, acabar com o irmão Hércules e, por fim, ir atrás da Caixa de Pandora para derrotar Zeus.
Na Batalha Final, ele vence, mas é confrontado pelo espírito de Atena, que lhe pede que devolva o poder da Caixa a ela – que havia guardado a Esperança no artefato. Kratos, já sem confiar mais nos deuses, prefere se matar, usando a Espada do Olimpo, para que o poder seja espalhado por toda a humanidade.
Mas, porém, no entanto, entretanto, todavia… Na verdade, ele não morreu. E dava para saber disso desde a cena pós-créditos do jogo. Afinal, há um rastro de sangue que corre em direção a um precipício, e um símbolo de fênix aparece exatamente no local onde foi visto pela última vez o corpo de Kratos.
Batalhas Épicas
A jogabilidade de God of War é outro ponto extremamente positivo. Desde o sistema hack and slash dos combates contra hordas de inimigos até épicas boss fights – com destaque para as lutas de God of War III, quando Kratos derrota, um a um, os deuses do Olimpo e, enfim, derrota Zeus.
A luta com Posseidon, por exemplo, é inesquecível. Você enfrenta o Deus dos Mares com um formato gigante, dando golpes, voando com suas correntes, desviando de ataques, e, obviamente, usando as combinações de botões nas horas certas, algo que se tornou uma característica marcante da série, até derrotá-lo de vez.
O momento em que Kratos deixa de ser um mortal para se tornar um Deus também é uma sequência empolgante. A batalha entre ele e Ares é bem old school, lembrando até jogos tradicionais de luta. É muita porrada, com combos, magias e bloqueios… Até o golpe final, com a Espada que recebeu de Atena.
Mas não eram apenas as lutas contra chefões que se destacavam na jogabilidade da série God of War. Tinha muito mais. Por exemplo, o hack and slash era fluido, bem natural, com os golpes de Kratos sendo eficientes na medida certa. Sua movimentação, mesmo com os tweaks de um jogo para o outro, também era perfeita.
God of War também tem muitos puzzles em que é preciso usar mais a sua cabeça do que as poderosas armas do Deus da Guerra. O game também ajudou a popularizar comandos com sequências de botões (no estilo Guitar Hero). Prova de que suas mecânicas eram tão boas é que ela pouco mudou do PlayStation 2 até o PlayStation 4.
E agora?
Após tudo isso, não havia mais o que Kratos fazer na Grécia. Ele matou um Deus, tomou o seu lugar e depois destruiu todo o Monte Olimpo. Por isso, os produtores de God of War já sabiam que, para continuar a série, precisariam de um novo cenário. O Egito chegou a ser considerado, mas acabaram optando pela Mitologia Nórdica.
Isso mesmo: aquela dos nove mundos, dos seres sobrenaturais como as valquírias e os anões, dos deuses como Thor e Odin, dos primórdios na Dinamarca, Noruega, Suécia e Islândia. São muitas as lendas escandinavas do período pré-cristão, e ainda não temos, infelizmente, a exata noção de onde Kratos irá se encaixar.
Mas já sabemos que os vikings não estarão no jogo, pois a história vai se passar antes desse período. Temos algumas teorias rolando na Internet, mas nada concreto. Mas na sequência da série Fantasma de Esparta, falaremos um pouco mais sobre esse novo mundo em que Kratos vai se aventurar.
O Meu PS4 vai detalhar alguns pontos importantes da Mitologia Nórdica, e claro, abordar alguns detalhes que possam se relacionar à história do novo God of War. Você já tem uma teoria sobre o que vem por aí? De onde saiu esse filho de Kratos? Qual será o seu objetivo na nova aventura? Os gregos já são mesmo passado? Conta pra gente!