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Final Fantasy XV: Episódio Gladiolus: Vale a pena?

Episódio Gladiolus erra mais do que acerta. Confira a análise completa.

por Raphael Batista
Final Fantasy XV: Episódio Gladiolus: Vale a pena?

ATENÇÃO! ESTA ANÁLISE CONTÉM SPOILERS!

O primeiro conteúdo adicional de Final Fantasy XV chegou. A expansão, Episódio Gladiolus, permite-nos controlar o Escudo do Rei em uma busca por poder e novas habilidades após ter sido afrontado no game original.

O DLC apresenta, no entanto, uma brevidade desmotivadora, uma jogabilidade falha em momentos cruciais e um complemento fraco à história original. Por outro lado, as batalhas contra os chefes são os melhores pontos, juntamente com os diferentes modos de jogo presentes.

Para conferir a análise deste DLC, saque sua espada!

As provações de Gigalmesh

É possível afirmar que a aventura solo de Gladiolus começa a partir do momento em que, no enredo original, Noctis e seus companheiros encontram pela primeira vez Ravus, comandante do império Niflheim. Ravus, então, humilha o Escudo do Rei, exibindo apenas uma pequena parte do seu poder para o quarteto.

Após o conturbado encontro, Gladiolus abandona o grupo temporariamente para se tornar mais digno de proteger o príncipe de Lucis. Na busca, o personagem recorre a Coru, o Imortal, o único a ter sobrevivido às provações de Gigamelsh.

O enredo então baseia-se na aventura de Gladiolus para vencer estas provações, conquistar um poder maior e ser merecedor do título “Escudo do Rei”.

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O misterioso Gigalmesh. Fonte: Final Fantasy XV: Episódio Gladiolus.

Apesar de um consistente pano de fundo, a história em nenhum momento apresenta a complexidade e o aprofundamento como de costume da franquia Final Fantasy. Toda a narrativa acontece em momentos de diálogos entre Gladiolus e Coru, sendo estes superficiais.

O DLC não está comprometido em apresentar uma narrativa interessante, mas sim em permitir que o jogador acompanhe os passos do “paizão” da party em um momento do jogo base onde havia ficado com uma lacuna.

O único ponto que cativa dentro do enredo é Gigalmesh, um ser que transpassa um ar de mistério e instiga ao jogador conhecê-lo mais profundamente. No entanto, assim como os próprios acontecimentos da expansão, os relatos sobre Gigalmesh são rasos.

Uma espada incontrolável

Em Episódio Gladiolus, a jogabilidade mantém o mesmo padrão apresentado no título original: um combate em tempo real com a possibilidade do uso de itens e ataques especiais.

Entretanto, assumir os controles de Gladiolus, é totalmente diferente dos de Noctis. Este é mais rápido, ágil, possui habilidades de translocação e magias. Aquele, muito pesado, com ataques ferozes e um escudo para inibir as desferidas do inimigo.

Acostumar-se com as diferenças não é difícil, mas o problema reside na mecânica descontrolada dos movimentos de Gladiolus. Por utilizar uma arma pesada, a Claymore, os ataques são lentos em execução. Isso impossibilita totalmente o jogador de utilizar o escudo. É frustrante.

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Em vários momentos do combate, é frustrante a lentidão de Gladio. Fonte: Final Fantasy XV: Episódio Gladiolus.

É muito comum ficar com medo de atacar, em virtude do tempo necessário para defesa. É óbvio que não haveria como obedecer as leis da física se o ataque parasse no meio da execução para utilizar o escudo. Mas a movimentação do Gladio é lenta de modo exagerado, e resulta em danos sequenciais dos inimigos sem a possibilidade de defesa.

A câmera contribui para uma frustração maior. Por se tratar de um ambiente mais fechado do que o original Final Fantasy, é comum momentos onde a visualização é travada ou posicionada em ângulos “cegos”, impedindo quaisquer perspectivas para o combate.

As batalhas contra os chefes são os melhores momentos da expansão. Ao todo, são seis monstros mais difíceis. Três são das provações, dois estão pelo mapa e o último é o próprio Gigalmesh.

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Os bosses são os melhores momentos da expansão. Fonte: Final Fantasy XV: Episódio Gladiolus.

Os confrontos não apresentam uma dificuldade tão elevada – exceto o último boss. Mas ofertam uma boa dose de diversão, quando não frustrada pelos problemas acima citados.

Um RPG ou Hack and Slash?

A expansão apresenta uma peculiaridade. Ela não possui elementos semelhantes do gênero RPG, como aqueles consagrados em Final Fantasy XV.

Não há possibilidade de alterar equipamento, sejam armas ou armaduras. Ainda, não há personalização das habilidades do Gladio – elas são estabelecidas automaticamente -. Se serve como consolo, consumíveis como poções estão presentes.

O conteúdo adicional apresenta um comportamento parecido com hack and slash, em que o objetivo do jogador é finalizar a área apertando o botão de ataque, alternando entre as defesas e usando os poderes especiais.

Claramente, é preciso ter timing para evitar danos constantes. Mas é possível concluir todo o modo campanha sem se preocupar com os perdas.

Outro ponto que merece menção, é o tempo de gameplay. É possível finalizar o DLC em apenas uma hora. O que oferece uma vida útil maior ao conteúdo são os dois modos de jogos inseridos.

Competitivo e a Provação Final

O Competitivo trata-se de terminar a campanha realizando a maior pontuação possível. Para isso, é preciso realizar combos com o escudo e executar ataques para conquistar as melhores pontuações.

Os inimigos são os mesmos, assim como os chefes e as fases. O único diferencial é a existência de um cronômetro em que o jogador deve terminar cada uma das 5 fases antes do tempo esgotar.

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Alcance a maior pontuação, este é objetivo do Modo Competitivo. Fonte: Final Fantasy XV: Episódio Gladiolus.

É um modo para aqueles que querem realizar os 100% dos troféus ou estar entre os placares dos líderes.

Já a Provação Final é apenas uma batalha, contra um inimigo em especial: Coru, o Imortal. O modo de jogo põe à prova as habilidades do jogador, já que consumíveis estão em quantidade reduzida e o seu adversário é ágil, poderoso e com uma quantidade de vida alta.

Contudo, assim como o Modo Competitivo, a Provação Final serve para aqueles que buscam todos os troféus da expansão e oferta uma vida maior ao conteúdo.

O Escudo ofuscado

Episódio Gladiolus não é uma experiência ruim. Mas fica abaixo das expectativas, ainda mais por se tratar de Final Fantasy, uma franquia consolidada pela produção em excelência. Por isso não contribui efetivamente para agregar valor à experiência original.

A expansão oferta muito pouco, visto que a campanha principal é concluída em torno de uma hora. Os modos de jogo, apesar de serem divertidos, atraem somente aqueles que querem extrair o máximo possível do título.

A história, um dos pontos que deveria ser o foco, abordou uma mitologia interessante de forma superficial e não foi além daquilo que já sabíamos sobre o próprio protagonista Gladio.

A diversão fica por conta dos inimigos a serem enfrentados. Os bosses são bacanas e é interessante enfrentá-los. Porém, com a dificuldade da câmera e os controles dos ataques nas batalhas são, em certos momentos, frustrantes.

O custo benefício pode agradar alguns, pelo preço de R$ 15,90. Entretanto, ainda sim, é um risco a ser tomado diante dos expostos.

Resta-nos esperar pelos próximos Episódios – em Junho, é a vez de Prompto – e torcer pelo melhor.

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Que venha o Episódio Prompto! Fonte: Final Fantasy XV: Episódio Gladiolus.
Raphael Batista
Raphael Batista
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Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.