A revolução do botão analógico: uma nova experiência
Se você é um daqueles jogadores que, assim como eu, cresceu com joysticks mais simples, sem os modernos botões analógicos, deve, em algum momento, ter se perguntado como surgiram esses complementos nos controladores de videogame.
A pergunta realmente é interessante. Mas que apresenta uma resposta, provavelmente, diferente do que imaginávamos.
O controle analógico não é uma novidade tão recente assim. Mesmo que diferente do modelo que conhecemos hoje, claro. O console Atari já tinha seus acessórios baseados nessa tecnologia, ainda que fosse algo bem mais simples que os controladores modernos.
Mas, a fragilidade e a ineficiências desse analógicos antigos foram logo substituídos pelos chamados D-pads. Eles se baseavam em contatos elétricos bem mais responsivos, agregando leveza, eficiência e baixo custo para a fabricação dos manetes.
O modelo D-pad facilmente ganhou espaço e conquistou adeptos. Gamers que, até a primeira metade dos anos 90, curtiam seus jogos em 2D com muita tranquilidade.
Mas em seguida, em 1996, novas tecnologias entraram no mercado. Momento no qual os jogos 3D começaram a ganhar força. E, com isso, necessitavam de um pouco mais de sensibilidade dos joysticks, para movimentos mais refinados.
Uma das soluções foi apresentada pela Sony. Em 1996, a empresa apresentou um modelo de controlador analógico, de mesa, que atendia aos anseios dos jogadores mais exigentes. Apesar de sua pouca elegância, como você pode ver abaixo.
Delineando o Futuro
Foi no mesmo ano que a concorrência mudou definitivamente o mercado e apresentou o que viria a ser o primeiro modelo do analógico que conhecemos hoje. O Nintendo 64 mostrou ao mundo a possibilidade de um botão analógico acoplado ao controlador mais tradicional.
Uma tecnologia muito parecida com a de mouses de computadores mais antigos. Neles, uma esfera captava o movimento, em discos duplos, executado pelo jogador.
Esta primeira tentativa falhou no quesito durabilidade. Contudo iniciou um processo de profunda mudança na forma de experimentar os jogos desde então.
Com potencial, a tecnologia avançou ao ponto da ser possível incluir um potenciômetro nesses botões analógicos, possibilitando uma captação de intensidade do movimento. Com isso, a amplitude e força, impostas pelo jogador, definem como será a reação na tela.
Os botões analógicos apareceram ainda no PSOne. E foi ao refinar a tecnologia do potenciômetro nos controles, em 2000, com a chegada do DualShock 2 no PlayStation 2, que o mercado foi redefinido.
A movimentação fluída, advinda do par de botões analógicos nos joysticks, mudou radicalmente a forma de jogar e de desenvolver os games. Jogos de tiro e em primeira pessoa se desenvolveram ao extremo nos consoles. E ainda possuem um enorme potencial de melhoria.
Sendo assim, a Sony e a Nintendo, mais uma vez, foram protagonistas de mudanças e evolução no mundo dos games. Mudanças estas que, mesmo nos dias de hoje, em meio a câmeras e realidade virtual, o essencial, o controle com os polegares, parece que continuará sendo, ainda por algum tempo, o verdadeiro comando gamer.
Quem vê o moderno DualSense de hoje, com resposta tátil e gatilhos adaptativos, às vezes nem se lembre – ou não sabe mesmo – como a jornada até aqui foi longa. E o que será que vem por aí hein!?