Conheça os jogos da PlayStation Plus de Janeiro de 2017
Com as festas de fim de ano já no passado, é hora de olhar para o que este ano tem a reservar. Planos, preocupações, projetos e desafios que aguardam a todos nos próximos 365 dias.
Para os felizes proprietários de consoles da Sony, fica ainda a curiosidade sobre os jogos que serão disponibilizados gratuitamente para os assinantes da Plus.
Após a revelação do line-up da PlayStation Plus de Janeiro, esta curiosidade se tornou, ainda, uma preocupação.
Isto porque tais jogos provocaram sentimentos mistos nas diversas comunidades de jogadores ao redor do mundo. E mesmo que existam vozes que os defendam, é unânime o descontentamento da grande maioria dos jogadores. Para quem não conferiu, o anúncio oficial pode ser verificado aqui.
O fato é: esta é uma lista sem jogos Tripo-A, e com diversas opções cross-buy. Mas, como dito na análise dos jogos disponibilizados em Dezembro, melhor conhecer o que está sendo ofertado antes de elogiar/reclamar. Dessa forma, seguem abaixo micro-análises dos jogos da Plus de Janeiro.
THIS WAR OF MINE: THE LITTLE ONES (PS4)
“Na guerra, nem todos são soldados. Crianças ainda são crianças”.
Jogos cuja temática principal seja o campo de batalha são comuns nos dias atuais. Seja você um entre muitos (Call of Duty, Battlefield) ou alguém destacado entre os demais (Sniper Elite). No entanto, poucas vezes somos apresentados ao lado mais frágil dos conflitos. This War of Mine nos apresenta a realidade cruel e impactante dos sobreviventes civis.
Inspirado pelas condições miseráveis de vida e atrocidades de guerra do cerco à Sarajevo (1992 – 1996), durante a Guerra Bósnia, o jogo se passa na cidade fictícia de Pogoren, Graznavia.
A jogabilidade é assustadoramente real. É necessário vasculhar escombros por recursos para construção, alimento, água e remédios. O objetivo principal é sobreviver até o fim da guerra, com o anúncio do cessar-fogo. Mas não existe um tempo específico para isso (o jogo determina o dia do cessar-fogo de forma aleatória, podendo ser algo entre 10 e 80 dias). Até lá, é necessário cuidar do grupo, superando grupos saqueadores, e os abusos físico e metal da guerra.
É responsabilidade do jogador manter os níveis de fome, sede e sanidade dentro do normal. E o mais interessante é que, durante as investidas para procurar materiais para o acampamento, o jogador se depara com outros personagens não-controláveis. Tais situações o forçam a tomar, por vezes, decisões complicadas (como ajudar com comida e remédios, diminuindo o estoque, ou roubar e matar).
Um jogo que vai testar a resistência e estômago de muitos, This War of Mine retrata com fidelidade os horrores que a guerra traz às maiores vítimas: os civis pegos no fogo cruzado.
Veredito: Um jogo que incomoda, ao ponto de não haver vontade de jogar. Mas não por ser um jogo ruim. E sim por ser cruel e sádico, como a difícil realidade dos campos de batalha. Mais que recomendado.
THE SWINDLE (PS4/PS3/PSVITA)
O ano é 1849. Em uma Londres steampunk, a Scotland Yard irá, em breve, ativar sua mais nova tecnologia em segurança, de condinome The Devil’s Basilisk. Sua capacidade de vigilância é total. Então, sua carreira de crimes estará acabada. Cabe ao jogador rouba-la antes que isso aconteça. The Swindle é o casamento (quase) perfeito entre Spelunky e Deus Ex.
O jogador tem 100 “dias” (as vidas do jogo) para conseguir este feito. E para isso, precisará dos materiais certos, habilidades e dinheiro. Muito dinheiro. Com isso em mente, é necessário começar de baixo. Ou seja: primeiro, rouba-se dos distritos mais pobres. Depois, “compra-se” acesso aos armazéns e mansões e, por último, ficam disponíveis para roubo os cassinos e bancos.
A Size Five Games, desenvolvedora do título, criou um jogo em que as pistas visuais são o suficiente para entender o ambiente ao seu redor. No entanto, este está longe de ser um título fácil. Roubos progressivamente difíceis, ambientes gerados proceduralmente e um número limitado de tentativas antes de começar do zero o tornam quase injusto.
Além da dificuldade abusiva, o jogo sofre com a problemas de posicionamento dos elementos na tela. Minas, alarmes e entre outros podem ser ativados ao menor deslize, por não terem sido percebidos a tempo. Isso pode afastar alguns jogadores.
No entanto, o título está longe de ser ruim. É um jogo que fará com que muitos prendam a respiração enquanto terminam a invasão a um sistema momentos antes de serem flagrados por guardas fortemente armados. E a sua extrema dificuldade poderá ser vista como um desafio, apenas mais um obstáculo a ser superado.
Veredito: Um jogo divertido, com alto fator replay. Mas demasiadamente difícil e com alguns problemas de design que o atrapalham. Nada, no entanto, grave demais. E exatamente por isso, é recomendado.
DAY OF THE TENTACLE REMASTERED (PS4/PSVITA)
O mesmo estúdio que remasterizou o fantástico Grim Fandango, Double Fine (Brütal Legends), traz agora um outro jogo que fez bastante sucesso em sua época. De tal forma que, desde então, figura nas listas de “top games” de todos os tempos. Este é Day of the Tentacle. E você achando que era apenas mais um “joguinho indie”.
Obviamente, o comentário acima é sarcástico.
Mas a verdade é que Day of The Tentacle está longe de ser “apenas mais um jogo”. Trata-se de uma influente aventura gráfica (ao estilo dos jogos da Telltale) point-and-click. O jogador deve, então, interagir com outros elementos do ambiente para prosseguir com a história. E as mecânicas viagens temporais tem uma importância salutar na jogabilidade.
O jogador controla três personagens diferentes, que lutam para impedir o temível Tentáculo Púrpura – um tentáculo decepado e consciente – de dominar o mundo, viajando por diferentes períodos da história. Com essa formula, a LucasArts – desenvolvedora do jogo original – trouxe à vida uma das histórias mais engraçadas e divertidas dos games.
Uma das poucas críticas ao jogo é que ele, por ser tão imersivo e divertido, acaba por ser demasiadamente curto. Influente a ponto de até mesmo a Telltale pensar em lançar um jogo episódico baseado neste. No entanto, por temor de que as vendas de seu outro jogo, Tales of Monkey Island, pudessem ser diminuídas, a ideia não foi para frente à época.
Veredito: Um jogo extremamente cativante e divertido. Perfeito para jogar em qualquer ocasião (graças ao cross-buy), e em qualquer idade.
TITAN SOULS (PS4/PSVITA)
De uma forma bem simples e direta, Titan Souls pode se traduzido como “o jogo onde Dark Souls e Shadow of the Collossus encontram The Legend of Zelda”.
Um arqueiro viaja a terras desoladas, para derrotar os titãs lendários, armado com nada além de uma única flecha e um único ponto de vida.
A história do jogo é simplista. As Titan Souls, a fonte espiritual de todos os seres vivos, são guardadas pelos titãs, espalhadas pelas ruínas do mundo. O herói solitário armado parte, então, em busca dos seus fragmentos, em uma jornada pelo conhecimento e poder.
A jogabilidade lembra muito The Legend of Zelda. Trata-se de um jogo de mundo aberto estratégico com visão top-down. O objetivo do jogador é derrotar os titãs, que também só precisam de um acerto para morrer.
Mas para tanto, é necessário estudar seus golpes e saber a hora perfeita para o disparo. Isso porque o jogador conta apenas com uma única flecha, e o disparo precisa ser carregado. Tal situação só pode ocorrer com o personagem parado, o que o faz alvo fácil.
As similaridades com Shadow of the Collossus vão desde os monstros que precisam ser mortos até o fato de apenas estes inimigos existirem no mundo. Isso acaba por ser um ponto negativo, visto que esta proposta torna o mundo aberto bastante vazio.
Além disso, este é um jogo também insanamente difícil, especialmente para os caçadores de troféus, visto que um deles requer terminar o jogo sem morrer.
Mesmo assim, é um jogo que recebeu uma ótima avaliação. Controles simples, uma grande variedade de chefes, uma atmosfera cativante e desafios extras tornam Titan Souls uma pedida para aqueles que se deleitam com um bom desafio.
Veredito: A dificuldade punitiva e as mecânicas da jogabilidade deste jogo podem afastar alguns. Se isso não for problema, ou se você é fã da série Souls/SoTC, é uma pedida certa.
BLAZERUSH (PS3)
Diversos jogos tentam copiar outros de grande sucesso do passado. Este é um daqueles bem sucedidos nesta empreitada. A desenvolvedora russa Targem Games conseguiu trazer todo sentimento presente em Rock n’ Roll Racing para um sólido jogo no qual o objetivo maior não é vencer, mas permanecer inteiro.
Com uma visão isométrica, tal qual Rock n’ Roll Racing (ou ainda Motorstorm RC, para os mais novos), trata-se de um jogo de corridas arcade com foco na sobrevivência. Tal fato é verificado nos modos de jogo presentes: a maioria requer, além de ficar em primeiro, ser aquele que mais sobreviveu nas pistas.
O jogador conta ainda com itens especiais durante as corridas, para ataque e defesa. Dessa forma, cada corrida é um caos pulsante. Soma-se isso à competente trilha sonora, que não é soberba mas cumpre bem seu papel, e tem-se uma jóia escondida na PSN. Especialmente quando se leva em consideração o fato do jogo suportar multiplayer local para até quatro jogadores.
A dificuldade do jogo por vezes é frustrante. O jogador pode perder uma corrida no último momento por nada. O que, claro, é fantástico quando ele ganha a corrida no último momento, usando os mesmos recursos que o fizeram perder anteriormente. Aliado a isso, ainda há o fato de as pistas serem repetitivas, apesar de belos gráficos.
Um jogo para se apreciar sem moderação.
Veredito: Sozinho, ou com amigos, Blazerush acaba se mostrando um excelente jogo para aquelas tardes de sábado, ou aquele fim de dia estressante.
AZKEND 2 – THE WORLD BENEATH (PSVITA)
Jogos puzzles ao estilo match-3 – em que é necessário alinhar peças para que estas sejam removidas do tabuleiro – já foram bastante famosos. A exemplo destes temos Candy Crush, Bejeweled e, mais recentemente, Frozen Free Fall. Azkend 2, da 10 Tons, Ltd., tenta dar nova vida a este nicho, adicionando um modo história dentro do jogo.
A história do jogo chega a ser bem intrincada, apesar de bastante rasa. Uma garota viaja da Europa para os E.U.A., em 1896. Durante a travessia, o navio acaba sofrendo um acidente. Ela, então acorda em um novo mundo, abaixo do mar, para explorar.
Os níveis são jogados como entradas de diário. Como outros jogos do mesmo estilo, é necessário alinhar três ou mais ícones do mesmo estilo. Dessa forma, o jogador deve guiar um artefato até o fim da tela para completar o estágio. Tais artefatos, são, então, unidos, fornecendo habilidades que podem ser usadas em níveis futuros.
No entanto, o jogo acaba se tornando tedioso se jogado longas horas seguidas. Além destes desafios, existem outros fora dos estágios principais, mas que não adicionam nada ao contexto original. E ainda há o problema de não se poder destravar todas as conquistas logo na primeira jogada, o que irrita profundamente.
Veredito: De uma forma ou de outra, para os fãs incondicionais desse modelo de jogo e que estejam procurando algo diferente a todo custo, vale a pena dar uma conferida. Do contrário, será apenas mais um jogo a ser adicionado ao gabinete virtual, e esquecido definitivamente.
Como se pode perceber, a lista de jogos deste mês vem ensinar uma valiosa lição a todos. Julgar antes de conhecer nos faz perder ótimas oportunidades na vida. Como aquela pessoa que pensávamos ser introvertida e sem sal, e acaba se tornando nossa melhor amiga. E que este ano de 2017 traga mais listas assim: com muitos jogos ótimos, independente da produtora.
E para cementar de vez essa ideia, temos o excelente artigo do nosso redator Thiago Lima, que fala exatamente sobre isso. Não deixe de conferir.
Compartilhe conosco suas experiências nos jogos, e a sua opinião sobre a lista que será liberada na terça-feira próxima!