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Awaken: Astral Blade: vale a pena?

Respeitoso em relação aos populares metroidvania, Awaken faz o feijão com arroz, mas tropeça na parte técnica e na condução

por André Custodio
Awaken: Astral Blade: vale a pena?

Novo jogo do China Hero Project da Sony, Awaken: Astral Blade é a aposta da Dark Pigeon Games para o cenário de metroidvania. Inspirado em franquias importantes do estilo, ele se destaca por absorver sua raiz, introduzindo elementos já marcantes.

Fãs do gênero certamente repararão diversas semelhanças entre o game e seus “primos distantes”. Desde os primeiros instantes, já possível perceber referências visuais e no conceito de Bloodstained, mas há algumas originalidades no projeto.

Infelizmente, as coincidências, ao menos positivas, param por aí. Sem ambição e muito menos personalidade, Awaken: Astral Blade é apenas um protótipo de algo que poderia ser bom. Vem com a gente conhecer essa nova aventura.

A resposta para a sua origem

Enviada pelo Dr. Herveus para procurar e resgatar uma equipe de investigação desaparecida nas Ilhas Horace, Tania possui apenas um propósito de vida: assumir, como uma máquina, as ordens de seu criador.

Porém, ao entrar em uma Terra obscura e afetada por uma catástrofe, ela começa a ter pensamentos que desafiam a lógica de sua existência. Um ser inteligente e fisicamente poderoso, fundado pela bioengenharia, poderia questionar seus próprios pensamentos?

awaken: astral blade
Fonte: André Custodio

Enquanto explora um mundo em ruínas, Tania descobrirá que os mistérios são ainda mais profundos. Com isso, ela logo perceberá que todos os ensinamentos obtidos em vida podem ser algo muito distante do que aparentam.

Awaken: Astral Blade é um jogo metroidvania desenvolvido pela Dark Pigeon Games. Com uma campanha de quase 10h, o título desafia os jogadores em cenários naturais e futuristas, contando uma história baseada na distopia e cheia de problemas.

awaken: astral blade
Fonte: André Custodio

Além de Tania como protagonista, a trama revela personagens secundários pouco interessantes e mal desenvolvidos. A jornada também chama a atenção negativamente pelo péssimo ritmo, exibindo animações “em power point” com um estilo artístico de má qualidade.

Nesse aspecto, Awaken: Astral Blade se destaca por realmente não fazer brilha os olhos com seus aspectos visuais. Os mapas, apesar de volumosos e bem feitos em termos de level design, estão longe de possuírem originalidade e parecem ser apenas um fundo estático.

awaken: astral blade
Fonte: André Custodio

Esses problemas de ritmo impactam diretamente a experiência de jogo. Em poucas horas, o metroidvania se torna cansativo e prova ter uma lore pouco interessante e até mesmo confusa — em resumo, há detalhe demais em relação ao que realmente é necessário contar.

Fãs do gênero até que se contentarão com a boa quantidade de missões secundárias e de segredos. Porém, tudo isso se torna quase irrelevante quando não há incentivo, no sentido de experiência geral, para ir atrás de cada evento escondido pelos mapas.

Combate profundo pode agradar

Awaken: Astral Blade consegue brilhar no combate. A movimentação do game é levemente travada — algo que fica mais nítido ainda durante os péssimos encontros com um monstro perseguidor —, mas a batalha consegue contornar alguns desses problemas.

O sistema melee é fluido e bem realizado, com golpes dinâmicos que podem ser combados entre fracos e fortes. Além disso, a boa árvore de progressão permite aprimorar as três armas, bem como vantagens passivas e habilidades de sobrevivência.

awaken: astral blade
Fonte: André Custodio

Enquanto em outros metroidvania lutar contra hordas de inimigos é um verdadeiro pesadelo, Awaken: Astral Blade tem um hack ‘n’ slash agradável. Os combates são rápidos e precisos e contemplam tanto alguns monstros desafiadores quanto os chefões.

Há trechos bastante complicados no game, mas é muito fácil manter o controle das arenas. Os mapas cheios de plataformas ajudam a dar aquela escapada para se recuperar e reavaliar sua estratégia enquanto você domina os fundamentos e os aprimora.

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Fonte: André Custodio

Além disso, como Awaken: Astral Blade possui muitas áreas secretas e recompensas entre itens de upgrade, XP e acessórios, o tempo todo você está ganhando algo. Possivelmente isso é o que motiva ir até o final: a sensação de ver Tania se fortalecendo.

Problemas técnicos deixam game ainda mais sem graça

Enquanto o combate se sobressai, tecnicamente Awaken: Astral Blade é muito frustrante. Há muitas quedas de FPS em áreas pontuais, impedindo que ações de maior velocidade — e obrigatórias — sejam realizadas sem algo que atrapalhe.

O título também possui muitas telas de carregamento. Seções de perseguição e lutas mais desafiadores, que farão você morrer de uma forma ou de outra, ativam telas longas e repetidas. Não exageramos ao afirmar que você desligará o console algumas vezes.

awaken: astral blade
Fonte: André Custodio

A sensação de explorar um jogo pouco original é regular. Awaken: Astral Blade, em termos de conceito do mundo, está longe de ser uma experiência com personalidade ou impacto — atrapalhado pela história sem graça e trilha sonora de baixíssima imersão.

As animações prejudicam ainda mais por serem exibidas em telas estáticas e com uma estética de qualidade duvidosa. Tudo isso, adicionado a uma dublagem pouco convincente e até mesmo estereotipada, resulta em uma jornada bastante sem graça.

Awaken: Astral Blade: vale a pena?

Awaken: Astral Blade é um metroidvania que respeita o gênero, trazendo intenso backtracking, incontáveis segredos, progressão por meio de habilidades adquiridas, ação em plataformas e combate cadenciado contra chefes e outros inimigos.

Porém, isso apenas arranha a superfície de algo que é um jogo. Simples: um jogo qualquer. Sem personalidade e cheio de problemas técnicos, o título parece ainda inacabado, mas não pelo gameplay efetivo, e sim por falhas cruciais características da falta de carinho.

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Fonte: André Custodio

Por ser exclusivo de PS5 nos consoles, o game deixa bastante a desejar e não é recomendado mesmo para quem curte experimentar todos os lançamentos em metroidvania. Seu preço de R$ 133,90 na PS Store, aliás, se justifica apenas pela quantidade de conteúdo.

Caso você esteja procurando algo simples, acessível e com bom tempo de campanha (missões secundárias e finais alternativos), essa aventura até pode lhe agradar. Mas se você for ligeiramente mais eficiente e gostar de analisar bem os produtos, passe longe.

Veredito

Awaken: Astral Blade
Awaken: Astral Blade

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Dark Pigeon Games

Jogadores: 1

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55 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Sistema de progressão satisfatório
  • Mapa variado e bastante extenso
  • Combate melee eficiente
  • Bom direcionamento das missões
  • Jogabilidade bastante acessível
Desvantagens
  • Mecânicas de movimentação relativamente travadas
  • Trilha sonora enjoativa
  • História pouco interessante e com ritmo ruim
  • Quedas de FPS
  • Longos tempos de carregamento
André Custodio
André Custodio
Redator
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Jogando agora: Awaken: Astral Blade, Diablo IV
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.