[Jogamos] Star Wars Outlaws encanta até quem não é fã da saga

Star Wars Outlaws é ambientado entre os filmes O Império Contra Ataca e o Retorno de Jedi. Já pensou como seria fazer esse game voltado apenas para quem entende profundamente sobre a saga? Você assistiria dois filmes lançados em 1980 e 1983 para se divertir em um jogo de 2024? Se sua resposta é não, temos uma boa notícia.

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Outlaws tem uma história fresca, inédita e inexplorada até então. A Ubisoft escolheu Kay Vess, uma malandrona solta pelas galáxias que não controla a força e não tem um sabre de luz. Seu diferencial? A habilidade de se meter onde não é chamada e deixar esse universo atraente até mesmo para quem não é fã da franquia.

Vamos começar com polêmica? Claro

Lembram quando compararam Star Wars Outlaws com Uncharted buscando diminuir a qualidade do jogo de alguma forma? Esqueça isso. Eles se parecem, mas a principal qualidade de ambos está no casamento entre uma narrativa envolvente e um gameplay que te deixa livre para atuar como quiser.

Experimentamos essa aventura com Kay Vess através de um teste antecipado onde ficamos por dentro do que está por vir.

(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Mas não adianta fugir das comparações inevitáveis. Vess tem um quê de Nathan Drake. Não é uma cópia nem nada disso, ela é uma ladra e tem que pensar bastante antes de irritar algum peixe grande nessa galáxia. Porém, ela pisou no calo de um dos tubarões desse mar, roubou sua nave e tem uma espécie de recompensa pela sua cabeça.

Sua única companhia nessa galáxia é Nix. Você até monta uma equipe depois com outros renegados, mas no campo de batalha, apenas o merqaal, uma nova espécie criada pela Massive, segura as suas mãos — e umas granadas.

As motivações da aventureira foram um mistério. Onde ela quer chegar e o que quer fazer não foram questões muito levantadas nesse teste, porém, entendemos como ela pode conquistar os jogadores, mesmo não sendo uma JEDI.

Gameplay de Star Wars Outlaws é prato principal

Mesmo com a história bem aberta para todos compreenderem como o universo funciona sem a necessidade de ser um expert em Star Wars, Outlaws brilha mesmo é na jogabilidade.

A Ubisoft traz traços da época de ouro da Naughty Dog para o gameplay. Mecânicas com escalada como a de Uncharted, o stealth de The Last of Us e a mira característica dos jogos em terceira pessoa da desenvolvedora servem como exemplos. Apesar de ser básica e direta, a receita é o suficiente para deixar tudo conectado.

Nossa demonstração começa em Toshara, um planeta desértico, onde Kay Vess é recebida por inimigos logo na porta de sua nave após uma aterrissagem não planejada. Sua nave está com vários problemas e ela precisa buscar ajuda, enfrentando um confronto inicial.

Um grupo de rebeldes robôs cerca a espaçonave, e Vess prontamente saca seu Blaster, sua principal arma para avançar na história. O equipamento não tem limite de recarga e, assim como a pistola de Selene em Returnal, possui um timing específico para a recarga. Se você acertar, o reload é instantâneo. Se errar, é preciso esperar até o fim da animação.

Nesse momento, percebemos que Vess gosta de momentos de alta tensão.

Similar ao estilo de Michael em GTA V, ela consegue desacelerar o tempo e marcar seus alvos. Depois de posicioná-los na mira, vários projéteis são disparados, eliminando os inimigos. Essa habilidade é o principal “poder” de Vess. Em seguida, partimos para a exploração a bordo de um Speeder, uma moto voadora.

O mundo aberto está repleto de eventos aleatórios. Piratas tentam saqueá-la, os cenários têm variações, e muitas curiosidades são discutidas de forma natural pelos personagens.

Essas conversas ajudam a entender melhor como o universo está lidando com a notícia de que uma pessoa comum conseguiu irritar o alto escalão, aumentando a importância de Kay Vess.

Para manter sua fama de ladra, ela precisa cumprir favores em Toshara para juntar recursos e melhorar sua nave. É aí que entendemos o motivo da Ubisoft destacar tanto os sindicatos e o sistema de moral.

Vess é astuta e se adapta a qualquer situação, mas como não é um “peixe grande”, enfrenta dificuldades para acessar certos lugares e conversar com determinadas pessoas.

(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Aqui é onde as relações com sindicatos e facções se tornam cruciais. Dependendo da lealdade de Vess a um grupo, ela pode frequentar áreas dominadas por eles, andando armada e sem medo de ser vista, para cumprir suas missões.

(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Por outro lado, se Vess não for bem-vinda em determinada área, a jogabilidade stealth se torna essencial. É possível ser um pouco mais ousado em alguns momentos, mas evitar ser visto é crucial. Se for pega pelos capangas, a missão deverá ser reiniciada. Mas como se manter nas sombras com apenas um Blaster e uma tendência a se meter em problemas? É aí que entra Nix!

Como explicamos no início da prévia de Star Wars Outlaws, Vess não possui poderes, mas Nix oferece truques interessantes para o gameplay. Além de abrir portas e despistar guardas para que a protagonista possa dar o golpe final, Nix evolui suas habilidades para aumentar o perigo aos alvos de sua companheira.

Como sabemos disso? Também exploramos uma parte mais avançada do jogo. Em Kijimi, uma área coberta de neve, Vess foi apresentada com um conjunto mais amplo de truques e Nix tinha mais poderes para ajudá-la.

(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Nessa parte, os recursos eram suficientes para que Vess não precisasse se manter tanto na defensiva. Com uma barra de vida maior e uma capacidade aumentada de cura, a ladra incentiva uma abordagem mais ousada. Nix, que antes agia na surdina e apenas confundia os inimigos, agora se mostrava uma ameaça fatal para os guardas durante as invasões.

Star Wars Outlaws tem o molho?

Concluindo nossa sessão em Kijimi, nosso tempo chegou ao fim, e o veredito é claro: Star Wars Outlaws vai surpreender muita gente. Mesmo aqueles que não são fãs de Star Wars podem se encantar com Kay Vess. Seja pelo gameplay envolvente ou pela forma como ela lida com os desafios, Kay Vess foi uma criação bem pensada pela Massive.

Não é necessário ser um grande conhecedor do universo de Star Wars. O fato de o jogo se passar entre dois dos filmes é apenas um detalhe. Algumas coisas serão muito imersivas para alguns, outras nem tanto, como aconteceu com Hogwarts Legacy e outros títulos repletos de fan service.

Está animado para jogar Star Wars Outlaws? O jogo já está em pré-venda e tem até uma belíssima edição em stellcase.