Tales of Kenzera: ZAU: vale a pena?

“Quando não existe inimigo no interior, o inimigo no exterior não pode te machucar”.

Nada melhor do que um provérbio africano para descrever Tales of Kenzera: ZAU, a ousada, emocionante e desafiadora experiência de estreia do Surgent Studios, fundado pelo ator Abubakar Salim, que usa o seu próprio luto e a cultura afro para “imergir, iluminar e inspirar”.

Tudo começa com a morte do pai dele se transforma em uma bela história, contada de forma magistral em um metroidvania que consegue ser, ao mesmo tempo, clássico e moderno, com visual indo, jogabilidade agradável e um nível de dificuldade que combina com a proposta.

Mesmo se não fosse ser lançado como um título Day One no PS Plus, ele já valeria a pena. “De graça”, então…

Coração

“A mocidade é como a água da ribeira: entregue a si própria, destrói as pontes”.

Ser jovem é difícil. Especialmente quando se tem que encarar a perda prematura dos pais. É por isso que Zau está passando em Tales of Kenzera. Inconformado com esta grande única certeza da vida, a morte, ele está decidido a pedir a ajuda de Calunga, divindade da criação na mitologia bantu, para recuperar seu Baba, seu pai, que se foi.

A missão é relativamente simples: derrotar três espíritos que estão nas diferentes regiões de Kenzera. Só que, obviamente, a jornada para isso não é nada fácil.

Em lindos cenários, que parecem labirintos algumas vezes, e são repletos de desafios não só em forma de inimigos, como também no próprio level design, com caminhos aparentemente ótimos, mas que viram becos sem saída, espinhos venenosos, armadilhas e muito mais, Zau vai encarar não só o exterior, como o interior.

Afinal, precisa tomar decisões difíceis e ter diálogos bem intensos e emocionantes não só com Calunga, como também com outros personagens que aparecem na aventura.

O que traz um ponto fundamental de Tales of Kenzera: Zau, que já havia sido abordado em entrevista exclusiva do MeuPS com Abubakar Salim: todo mundo sabe que ele queria contar uma grande história, e obviamente tem as ferramentas para isso, por seu estrelado trabalho na TV e até mesmo nos games. Mas e o gameplay?

Abu, então, prometeu que o jogo teria um equilíbrio. Segundo ele, por isso que esta foi a mídia escolhida. Para não ser apenas um conto com a sua própria visão, mas sim a experiência de vivenciar tudo aquilo com o protagonista. E os desenvolvedores acertaram na veia. Ou melhor, no coração.

Equilíbrio

“O amanhã pertence aos que se preparam hoje”.

Tudo em Tales of Kenzera: Zau conversa muito bem. O estilo gráfico, os cenários bem construídos, os diálogos, as cutscenes e, claro, a jogabilidade metroidvania que pode encantar os players old school e também uma galera mais jovem, que certamente ficará atraída pelas cores, pela beleza do universo e pelo que está sendo contado.

Basicamente, você tem comandos de dash e pulo, além de skills que vão ser liberadas de acordo com seus poderes – as máscaras de fogo e gelo, que podem ser alternadas ao tocar no L1 e vão ganhando cada vez mais habilidades de acordo com o progresso no jogo.

Você pode, por exemplo, congelar os inimigos e as águas, usar um gancho para acessar locais mais distantes, flutuar e por aí vai.. Tudo em cenários variados, com diferentes ambientações e desafios – como puzzles bem inteligentes de vez em quando. O equilíbrio realmente existe e faz parte da experiência.

A narração é excelente, a trilha sonora combina perfeitamente com o jogo e toda a construção da narrativa até o seu épico final fazem com que Tales of Kenzera: ZAU tenha muitos pontos positivos, tornando-se mais um game com o selo EA Originals que merece todo o reconhecimento.

Tales of Kenzera: ZAU: vale a pena?

Pode-se dizer que o sonho de Abu se tornou uma baita realidade para todos os jogadores. Tales of Kenzera: ZAU é um ótimo jogo e uma história inspiradora. Vale muito a experiência, seja só para se divertir em mais um metroidvania, seja para entender a mensagem por trás dele.

O game está agendado para chegar nesta terça-feira, dia 23 de abril, ao PS5, Xbox Series, Nintendo Switch e PC, terá uma campanha de até 10h de duração — cerca de 12h para quem quiser obter os 100%. O jogo será adicionado ao catálogo do PS Plus sem custo adicional para os assinantes.