[Análises] Conheça os jogos da Playstation Plus de outubro
Setembro foi um mês que os usuários do serviço PlayStation Plus não puderam reclamar (tanto). Foram disponibilizados vários jogos Triplo-A e alguns gêneros pouco conhecidos, mas curiosos e interessantes. Tivemos dois jogos ruins, três bons jogos e Journey (que dispensa comentários). Como, geralmente, temos um bom mês, seguido de alguns meses “ruins”, era de se esperar que, no anúncio da próxima lista de jogos, houvesse uma avalanche de reclamações. E então veio a lista da Plus de outubro.
E até mesmo os mais céticos tem que concordar que a Sony surpreendeu. Uma lista contendo apenas um jogo indie. Diversos jogos de grandes produtoras (Techland, Capcom, Ubisoft). Nenhum jogo de compra cruzada. Uma nova oferta de jogos com propostas semelhantes e curiosas, como no mês passado. Realmente, outubro será como há um tempo não víamos. Especialmente se considerarmos que a concorrência recebeu, ainda, uma “caixa” de jogos nem tão atrativos para este próximo mês.
Então, vamos conhecer um pouco mais do que nos aguarda, jogadores do universo PlayStation, a partir do dia 4 de outubro.
Resident Evil (PS4)
Conhecido de 11 entre 10 jogadores, mesmo aqueles que não se interessam pelo gênero, Resident Evil certamente foi um divisor de águas quando lançado em 1996. Considerado o jogo que definiu as bases do gênero survival horror, foi idealizado com base em diversos outros trabalhos, como Alone in the Dark (jogo de 1992), os cenários de O Iluminado (1980), e o design estético dos filmes de George A. Romero.
Foi um sucesso estrondoso à sua época de lançamento, e propiciou a criação de todo um universo. Uma homenagem a altura era mais que merecido. E, em 2002, o seu remake foi lançado, sendo trazido para o PlayStation 3/4 no final de 2014 para o Japão, e no início de 2015 para o resto do mundo.
O novo jogo, também produzido por Shinji Mikami, mantém muito do original. Os zumbis estão presentes, mas possuem novas versões mais mortais se não forem destruídos apropriadamente. Adicionalmente, outros monstros ganharam uma nova versão, ou se tornaram mais inteligentes (capazes de abrir portas e perseguir o jogador pela mansão). O personagem agora pode usar armas defensivas e as diferenças entre Jill e Chris são mais notáveis que apenas estéticas.
A história básica do jogo permaneceu a mesma, mas foi substancialmente incrementada. De acordo com o próprio diretor, devido à limitação técnica do primeiro PlayStation, muito do que ele havia dimensionado precisou ser retirado da versão final. Com o avanço tecnológico, o jogo pôde ganhar a proporção que ele almejou. A jogabilidade também foi extensivamente revista e ampliada. É um jogo novo, aclamado pela crítica. Um triunfo como um novo jogo, e um exemplo como um remake. E, até hoje, considerado um dos melhores jogos da série.
Veredito: Apenas pessoas que REALMENTE não gostam do gênero vão pensar em deixar passar esse jogo. E mesmo a essas, nossa mais forte recomendação é: jogue. De noite. Com fones de ouvido no máximo. E divirta-se.
Transformers Devastation (PS4)
Jogo desenvolvido pela PlatinumGames (responsável por Bayonetta e Vanquish, bem como por Metal Gear Rising: Revengeance), difere dos demais jogos da saga Transformers em alguns pontos. Primeiro, é baseado na linha Transformers: Generations, de 2010, da Hasbro, mas seu visual é fortemente inspirado pela série original (de 1984). Segundo, é ao estilo hack ‘n slash, contrariando a tendência de jogos de tiro. E terceiro, foi relativamente bem recebido pela crítica.
https://www.youtube.com/watch?v=AWnl5k_fe5E
A história é bem básica. Ao investigar um ataque de Insecticons no centro de Nova York, e batalhar contra Megatron, os Autobots precisam derrotar Devastator. Megatron foge para o subterrâneo e revela que o ataque foi orquestrado pelas defesas automáticas de Proudstar, uma nave Autobot que caiu na Terra há milhões de anos, e que agora está sob o domínio de Megatron, que planeja construir uma nova Cybertron na Terra. Bastante original…
Sendo um jogo da PlatinumGames, espere por algo brutal, em termos de jogabilidade. Combos ferozes, ataques concentrados, ataques especiais específicos para cada personagem, ranking de missões baseado no desempenho do personagem, a lista é longa. Os gráficos são o ponto alto do jogo. Quem assistiu ao desenho original sentirá uma nostalgia sem fim, tamanha a fidelidade. Há problemas sérios com a câmera, e o jogo é relativamente curto.
Veredito: Recomendado, se tiver paciência com a questão da câmera. E como o jogo é curto, pode ser finalizado em um final de semana. Aproveite e chame seus filhos (ou filhas, como no caso deste redator) para mostrar como eram os desenhos antigamente (sabemos que você tem mais de 30, admita…)
From Dust (PS3)
Um jogo no qual você brinca de Deus. Sucessor espiritual de Populous, o jogador encarna O Sopro (The Breath), entidade sobrenatural que foi invocado por uma tribo, para ajuda-los a recuperar o conhecimento. Senhor responsável por proteger aqueles que o adoram, ele deve criar novas vilas ao redor de imagens, e proteger a tribo das forças da natureza. Para tanto, O Sopro tem o poder de manipular a matéria, como água, solo ou lava.
O jogo é de um gênero peculiar, denominado God game (Jogo de Deus), onde o jogador encarna uma entidade sobrenatural ou divindade, e encontra-se em uma posição de controle do jogo em larga escala. Não deve ser confundido, contudo, com jogos de estratégia em tempo real. O jogo possui mecânicas essenciais de manipulação de terreno, com uma física bastante elaborada. O jogador pode, por exemplo, usar a lava e construir uma parede para evitar um tsunami que está prestes a exterminar a vila.
Apesar de parecer simples, possui uma jogabilidade bastante complexa. O Sopro deve construir novas vilas, semear terrenos, proteger as tribos de ameaças naturais, enfim, ser uma divindade realmente dedicada. Além do modo história, existe ainda o modo Desafio, onde o jogador é colocado em fases mais curtas, porém mais difíceis, com um ritmo mais acelerado, com mais quebra-cabeças, e o jogador deve cumprir certos requisitos antes de passar de fase.
O jogo foi muito bem recebido pela crítica. Mesmo não ganhando uma sequência, o conceito de uma pequena equipe dentro de uma grande desenvolvedora continuou na Ubisoft, e dessa forma surgiram os grandiosos Child of Light e Valiant Hearts.
Veredito: Para aqueles que gostam do gênero, é uma excelente pedida. Para os que não gostam, os desafios complexos e a alta necessidade de gerenciamento podem afasta-los do jogo.
Mad Riders (PS3)
Um jogo para quem gosta de velocidade. Mad Riders foi desenvolvido pela Techland (de Dead Island e Dying Light). Trata-se de um game de corrida off-road, onde o jogador controla ATVs (veículos para qualquer terreno, geralmente quadriciclos), e com grande foco nas manobras radicais. A sensação de velocidade é boa, e apesar das críticas, possui uma extensa variedade de pistas, veículos e modos de jogo.
Os cenários são muito belos, e os gráficos se comportam de forma bem realista. Lembra um pouco jogos como Motorstorm. Apesar de belo de se olhar, a física foi bastante criticada. Há problemas frequentes de controle dos veículos. E o jogo possui um bug que faz com que o jogador seja recolocado na pista à menor saída, como se tivesse sido completamente jogado para fora. Isso frustra bastante em alguns momentos.
Veredito: Com tantos problemas, sendo tão curto e com poucos troféus, não é um jogo recomendado para aqueles que querem algo mais profundo. No entanto, é bom para passar o tempo, ou para uma tarde onde não haja nada mais interessante pra jogar.
Code: Realize -Guardians of Rebirth- (PS Vita)
No mês passado, tivemos uma Visual Novel, gênero pouco conhecido no ocidente, como jogo para PSPlus. Neste mês, temos outra. Code: Realize conta a história de Cardia, cuja pele flui com um veneno mortal a quem a toca. Dessa forma, seus conterrâneos a tratam como “Monstro”. Ela, então, vive isolada na sua mansão, em uma versão steampunk da Inglaterra do séc. XIX. Um dia, sua paz e quebrada com uma tentativa de sequestro, e então sua aventura começa.
Como é de costume em jogos desse gênero, o jogador possui uma história a seguir, com inúmeras escolhas ao longo do “caminho”. Diferentemente, contudo, de outros jogos, como Danganronpa e Zero Escape, que possuem quebra-cabeças pelo caminho, este se assemelha mais a Amnesia: Memories. O jogador apenas tem escolhas, e estas escolhas é que delimitam o destino de Cardia.
Como de costume, o jogo possui finais diferentes, dependentes de escolhas diferentes. Alguns deles estão longe de serem felizes. Os gráficos das imagens – que são estáticas – são em estilo anime. Muito bem feitas e detalhadas, não deixam a desejar. A história é intrincada, e acaba por aumentar o valor de replay do jogo. Tem um apelo mais para garotas, e isso é um fato, então seu público pode ficar restrito.
Veredito: A recomendação é a mesma de Amnesia: Memories, em setembro. Ótimo para aqueles dias sem coisas pra fazer, para aquelas tardes com chuva, pra curtir com a namorada, ou para ganhar troféus bem rápido e fácil. Se suas preferências não se alinham, então não se arrisque.
Actual Sunlight (PS Vita)
Antes de prosseguirmos com este review curto, gostaríamos de deixar claro que os assuntos tratados por este jogo são extremamente pesados. O jogador deve ter discrição para joga-lo. E, se sentir necessidade, pode procurar números de ajuda, ou conversar com alguém sobre a situação. E não, não estamos brincando. Este aviso está, também, na tela inicial do jogo.
O jogo é uma aventura textual criada por Will O’Neill, que explora, de maneira direta e profunda, a interação com depressão e suicídio. O jogador controla Evan Winter, um homem com seus 30 anos, de Toronto, Canadá, gordo, solitário e extremamente infeliz com sua vida. Muito do jogo dar-se-á em forma de textos, e entre eles, o jogador poderá interagir com pessoas e coisas ao seu redor, que lhe darão ainda mais textos para ler e descobrir um pouco mais sobre a vida e os pensamentos de Evan.
Actual Sunlight é uma demonstração brutal de uma vida auto-destrutiva, um jogo onde o personagem somente encontra esperança na própria morte. É sobre a miséria da sua depressão profunda, e seu caminho inexorável até um colapso mental certo é o que há de mais sombrio no jogo. É tão real que os sentimentos de Evans quase começam a ser sentidos pelo jogador.
Um jogo que tenta mostrar que a morte pode ser o único caminho. Mas acaba mostrando que é uma mentira. Sempre há esperança. E não importa o que uma mente depressiva irá pensar, a vida sempre terá mais a oferecer que a morte. Esta e a nossa mensagem.
Veredito: Jogue com discrição. Um jogo que rasteja às profundezas da sua mente. Brilhante e sombrio, mas que deve ser “apreciado com cautela”. Sempre, e queremos dizer isso: sempre que se sentir para baixo ou triste com estes acontecimentos, procure ajuda, ou alguém pra conversar.
Preparado para jogar todos estes games a partir de 04 de outubro? Deixe suas opiniões aqui…