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Saviorless: vale a pena?

Primeiro jogo independente feito em Cuba surpreende pela experiência competente

por Raphael Batista
Saviorless: vale a pena?

A indústria de games passa por um momento delicado por grandes demissões e notícias pouco agradáveis. No entanto, ela permite conhecer histórias de superação como a dos criadores de Saviorless. O jogo indie foi desenvolvido em Cuba pela Empty Head, onde os devs passaram por desafios como falta de energia elétrica, falta de acesso à internet e outras situações até concluir o projeto.

Diante de tantas dificuldades, Saviorless merece elogios por entregar uma experiência divertida. É um jogo independente, então, óbvio que seu escopo não é grande. Porém, a arte de desenhos feitos à mão, a criação de cenários diferentes e a própria jogabilidade que mescla ação, puzzles e plataformas são justificativas plausíveis para dar uma chance ao game.

A criança Antar

A história de Saviorless narra a aventura de Antar, uma criança que deseja se tornar um Salvador nas Islas Sonrrientes. A sua história é contada pelos Narradores, seres divinos que jamais controlam mais de um protagonista por vez. Porém, quando os sobrinhos do Grande Narrador iniciam uma segunda jornada, controlando o caçador Nento, os personagens se cruzam em destinos de morte, desesperança e violência.

A atmosfera do jogo é peculiar e bem sombria. Os monstros e os ambientes promovem uma atmosfera pesada, macabra e assustadora. Tais características são potencializadas graças ao estilo de arte de desenhos feitos à mão. É como se o jogador estivesse passeando por pesadelos horripilantes e enfrentando criaturas que só a imaginação pudesse produzir.

Saviorless faz questão de apostar na bizarrice. Fonte: tela de captura.
Monstros desenhados à mão. Fonte: Raphael Batista.

Sobre a narrativa, ela aposta em um modelo de difícil compreensão. Os personagens falam apenas em espanhol, embora todos os textos estejam localizados. O que realmente dificulta o entendimento da história são os símbolos, referências e as poucas explicações para certos eventos. O jogo não precisava dar tudo de bandeja, mas parece não fazer questão de nem entregar o mínimo.

O destruidor Nento

É muito legal ver como a Empty Head casou a atmosfera sombria com o estilo de jogo dos personagens. Ao longo do game, o jogador controla Antar, a criança inocente; Salvador, o alter ego de Antar; e Nento, o brutal caçador. Cada um possui características que definem o gameplay, como a criança inocente que é frágil e pode apenas correr, e o caçador dominado pela sede de raiva que destrói tudo na sua frente.

Por isso que Saviorless é surpreendentemente competente. Ele entrega elementos equilibrados, como os puzzles e os desafios de exploração. A maioria é bem tranquilo de resolver, enquanto há momentos mais desafiadores, seja no combate ou até mesmo na plataforma para pular em algum lugar. Cada elemento conversa diretamente com o estilo do personagem controlado.

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As perseguições intensas são bem legais. Fonte: Raphael Batista.

E é importante ressaltar: Saviorless entrega desafios de perseguição muito bacanas. São momentos-chave no enredo onde o jogador precisa correr, esquivar e combater enquanto a morte o persegue pelos cenários. Além disso, as lutas contra os chefões também são legais, exigindo diferentes skills para cada um deles.

Por mais que haja boas batalhas contra chefes, perseguições intensas e vários puzzles para completar, a campanha de Saviorless tem no máximo umas 4h ou 5h de duração. Para platinar, é preciso completar o jogo duas vezes para ver os diferentes finais, mas conhecendo-o, é possível zerar em até 1h30. Felizmente, o preço na PS Store condiz com o tamanho do jogo: acessíveis R$ 69,90.

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As boss battles são criativas e fogem da mesmice. Fonte: Raphael Batista.

O desesperançoso Salvador

Saviorless não é isento de problemas e alguns deles técnicos. Em determinando momento da jornada, o personagem ficou impedido de usar o botão de ataque e não era possível continuar o game. Felizmente, o ponto de salvamento era próximo e, ao fechar e abrir o arquivo do jogo, o comando de combate voltou à ativa normalmente.

O problema acima aconteceu novamente em outra hora na segunda playthrough, mas é uma situação chata porque o game usa de checkpoints para voltar em áreas específicas caso o jogador não vença o desafio da área. Então, por causa de um problema técnico, o player pode ser punido e acabar frustrado.

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Em casos pontuais, houve a necessidade de recomeçar o jogo. Fonte: Raphael Batista.

Saviorless: vale a pena?

O título indie da Empty Head vence os desafios locais para entregar uma jornada divertida e, ao mesmo tempo, assustadora. Os designs dos cenários, monstros e dos principais personagens causa um certo desconforto e traz curiosidade para descobrir até onde aquela história vai.

Com momentos de perseguição intensos, lutas contra chefões variadas, puzzles e movimentações de plataforma, o título supera até mesmo seus problemas de narrativa e alguns técnicos para mostrar como os devs superaram todas as circunstâncias contrárias e encontraram esperança mesmo diante de um cenário não muito favorável. Por isso que Saviorless merece sua atenção.

Veredito

Saviorless
Saviorless

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Empty Head

Jogadores: 1

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80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Arte à mão de cenários e monstros
  • Momentos de perseguição intensos
  • Lutas contra chefões variadas
  • Jogo de plataforma com comandos competentes
Desvantagens
  • História é vaga
  • Bugs pontuais em certos momentos
Raphael Batista
Raphael Batista
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Jogando agora: Dragon Age: The Veilguard | LEGO Horizon Adventures
Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.