Resident Evil 4 – Remaster: vale a pena?
Falar de um jogo da série Resident Evil é sempre um desafio, principalmente por ser uma franquia bastante aclamada e querida entre os jogadores. Um dos maiores desgostos deste público é ainda não ter experimentado algo com a mesma essência na atual geração de consoles.
Pouco antes de anunciar o próximo título da série, Resident Evil VII, a Capcom tratou de disponibilizar os 3 últimos títulos de RE. O último a ser lançado para os consoles atuais foi Resident Evil 4, originalmente lançado para PlayStation 2 e GameCube, e posteriormente com uma versão para PlayStation 3.
Mas será que, mesmo após mais de dez anos de seu lançamento, no que pode ser chamada de segunda remasterização, vale a pena o investimento?
Un Forastero!
Mesmo sendo um jogo tão conhecido, vale a pena relembrar a história que o rege.
Resident Evil 4 é um jogo de survival horror em terceira pessoa cujo protagonista, o ex-policial Leon Scott Kennedy, é enviado em uma missão especial para resgatar a (abominavelmente irritante) filha do presidente, Ashley Graham, que foi sequestrada por adeptos de uma seita misteriosa, chamada de “Los Illuminados”, situada em uma aldeia na Europa.
A partir daí, o agente especial precisa, além de encontrar a “donzela” em perigo, gerenciar os contratempos que encontrar pelo caminho.
Sobreviva, ou morra tentando
Um dos pontos altos de RE4 é fazer juz à categoria de survival. Os recursos, desde balas, armas até itens de cura são contados. Economizar munição é a palavra-chave.
Havia tempos em que esta que vos escreve não reiniciava sucessão de capítulos porque havia esbanjado tiros ou mesmo as ervas ou combinações destas, sabendo que faria falta mais para frente.
Mesmo já tendo jogado anteriormente, após tantos anos, é impossível lembrar-se de tudo e a sensação do “novo” toma conta. Por isso, mesmo já estando avançado em determinado capítulo, ao lembrar de um item esquecido ou perceber que os recursos estavam muito escassos para o próximo boss, a melhor decisão era recomeçar.
(Confissão: muitas vezes essa decisão era tomada ao ver que eu não venceria o chefe com o que eu tinha).
Já jogou no PlayStation 2?
Talvez aqui entre uma das questões mais importantes de se pontuar para aqueles que querem (re)jogar Resident Evil 4.
Aqueles que jogaram no saudoso PlayStation 2 lembram-se de que a jogabilidade é bem diferente da que conhecemos atualmente, o que pode incomodar os que já estão acomodados acostumados com o PS4.
A visão muitas vezes é bastante limitada na movimentação que é executada pelo analógico esquerdo. O direito fica com a função de olhar ao redor. Nos momentos de combate, é possível configurar a mira da arma para o analógico direito, mas nada de facilidades como regular a sensibilidade ou algo do tipo.
Claro que isso não incomodou anteriormente, quando estávamos acostumados aos controles desta natureza, mas depois de tantas evoluções, isso pode gerar alguns estresses no gameplay.
Você está (mais) bonito, Leon!
Chegamos, finalmente, na parte onde há alguma diferença nítida no jogo do PlayStation 4 para seus anteriores. O visual de RE4 sofreu pequenas alterações mesmo da versão que já havia sido remasterizada para PlayStation 3.
Um dos pontos plausíveis na versão de PS4 é que as faces dos NPCs estão mais nítidas, o visual do protagonista está mais bonito. Nos cenários, a luz reverbera nos objetos destacando os detalhes antes não visíveis.
Talvez toda essa iluminação gere também um pequeno incômodo: em ambientes mais sombrios, esse polimento e brilho tirou parte do aspecto sujo e escuro de alguns cenários, deixando aquela sensação de estarem meio fora do contexto.
Outro detalhe observado são as cut-scenes que parecem não ter recebido um trabalho de “make-up” e que contrastam com o jogo sempre que surgem na tela.
Mas enfim, vale a pena?
Está aí a pergunta de um milhão de reais, difícil de ser respondida com apenas uma afirmação, mas tentarei ser clara ao respondê-la.
Com o perdão dos clichês, um clássico sempre vale ser revivido, e mesmo após tantos anos, jogar Resident Evil 4 é empolgante, misterioso e de certa forma novo.
RE 4 no PlayStation 4 é também uma oportunidade para aqueles que estão começando agora neste mundo vasto de games e querem experimentar uma das melhores experiências do survival horror.
Aqueles que são indiferentes e procuram novas experiências não encontrarão motivos para “aplicar” seu capital.
Outro ponto a se considerar é que a lista de troféus, que se esperava vir com uma platina desta vez, frustrou completamente os caçadores mais ávidos, e aqueles que se interessam em manter suas conquistas atualizadas. Ela é a mesma da versão do PS3, o que pode fazer com que aqueles que o jogariam repensem sua decisão.
E para finalizar, o preço a que o título está sendo comercializado no Brasil é um tanto salgado. Somando-se tudo, a Capcom dificulta a justificar o investimento, visto tantos jogos novos que serão lançados neste segundo semestre.
*O jogo foi cedido pela Capcom para avaliação