Review

Smalland: Survive the Wilds: vale a pena?

Game indie oferece um jogo de sobrevivência robusto mesmo com algumas limitações

por Raphael Batista
Smalland: Survive the Wilds: vale a pena?

É inegável que jogos de sobrevivência com elementos de construção se tornaram muito populares a partir de Minecraft. O fenômeno estabeleceu o gênero e uma cultura na comunidade, ocasionando em projetos conhecidos como Subnautica e Ark. Com a premissa de ser acessível e menos complexo, Smalland: Survive the Wilds oferece uma jornada até que robusta para um game indie.

Embora sua ênfase seja justamente na praticidade do aprendizado das mecânicas de um survival game, também é evidente como sofre da repetitividade excessiva e da falta de um objetivo grande. Se o jogador quiser um alvo maior para alcançar que não seja explorar todo o mapa, ele pouco se sentirá incentivado a permanecer no título.

Dito isso, é hora de juntar os gravetos, construir sua casa e conferir nossa review na íntegra de Smalland: Surive the Wilds.

Uma história de fadas

Smalland: Survive the Wilds também conta com sua história, apesar de não ser o foco da experiência. Os jogadores assumem o controle de um Pequenino, uma criatura que tem aspectos parecidos as fadas, em sua missão de preparar a superfície para o retorno de sua raça que estava há muito tempo escondida no subterrâneo.

Ao longo da jornada, as missões vão aparecendo, como estabelecer o contato com outros heróis, criar estruturas para abrigar a raça e até mesmo enfrentar inimigos que podem impedir a vitória dos Pequeninos, como aranhas, libélulas e formigas. Contudo, os objetivos são apenas pretexto para as mecânicas de sobrevivência.

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O jogador pode criar mais de um herói para diferentes mundos. Fonte: Raphael Batista.

Vida de Inseto

O jogador, embora controle um ser místico, se depara com demandas similares com as dos humanos. É preciso se alimentar, curar a vida e encontrar um abrigo. Então, há todo esse universo selvagem para explorar onde é possível coletar os recursos para desenvolver estruturas ou até mesmo para satisfazer a fome.

De um jeito ou de outro, todos os materiais têm seus propósitos, alguns mais gerais e, outros, mais específicos. No entanto, o título peca nos tutoriais e apresentações de mecânicas com textos enfadonhos e menus pouco interativos. Por mais que exista a localização em PT-BR, há bugs nas traduções e as grandes leituras não são convidativas. Para uma experiência voltada mais para o público novato no gênero, Smalland dificulta sem razão nesses processos.

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Vários textos de tutoriais sofrem com problemas de tradução. Fonte: Raphael Batista.

Por outro lado, temos um sistema de construção e estruturas simples que não exige tanto tempo para compreender em sua totalidade. Basta apenas conferir os materiais necessários para a sobrevivência, encontrá-los na exploração e executar a obra desejada. Infelizmente, a simplicidade sofre um pouco após algumas horas em razão da repetitividade excessiva das atividades.

Ainda há os comandos de combate que até são funcionais. Lutar contra um inseto para obter os recursos que ele oferece é uma dança: se afastar para não receber o dano, então, atacar de volta. Seguir esses passos nem sempre representam a vitória porque acontecem umas travadas no desempenho que impedem a precisão dos golpes e das esquivas.

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O combate cumpre seu propósito embora não tenha tanto esmero. Fonte: Raphael Batista.

Brilho na exploração

Para quem busca se aventurar em jogos de sobrevivência, Smalland: Survive the Wilds consegue fazer uma introdução satisfatória e é nisso que ele consegue acertar: um mundo interativo cheio de coisinhas para explorar. Se Subnautica entrega o mar e Ark toda a era jurássica, Smalland aposta em uma linda floresta com insetos, plantas, cavernas, etc.

A Merge Games soube muito bem como traduzir a sensação de ser uma pequena criatura diante da gigantesca biodiversidade. Além de “monstros” que intimidam o jogador pelo tamanho, é curioso encontrar rios, árvores e uma fauna vasta com possibilidades diferentes de abordagem.

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Há momentos surpreendentes ao se deparar com grandes criaturas e segredos especiais. Fonte: Raphael Batista.

Este ponto positivo merece ainda mais louvor em razão de ser um estúdio independente. A qualidade técnica visual e até mesmo auditiva, com sons da natureza presentes constantemente, indicam o esmero na produção. Como se não bastasse, a transição do dia para a noite afeta todo o universo, resultando no surgimento de novas criaturas, seres que só existem neste período e outra dinâmica com o uso do fogo para clarear o mundo que fica escuro.

Vale a menção que o título conta com modo multiplayer que torna a experiência de sobrevivência mais divertida com um amigo. No entanto, é necessário criar um servidor para tal opção e a progressão só acontece quando os players estão conectados simultaneamente. É uma limitação, mas compreensível devido ao tamanho da equipe que trabalhou no projeto.

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As opções de personalização de salas multiplayer são variadas e bem interessantes. Fonte: Raphael Batista.

É possível criar mundos que funcionam na estrutura de salas. Deixando a sessão aberta, outros players podem conectar para construir o universo juntos ou se tornar alguém hostil e pronto para derrubar o progresso do anfitrião. Há várias opções para personalizar a sessão, até mesmo impedir o Fogo Amigo ou Modo Pacífico, dando ao jogador a liberdade de construir o game que desejar.

Embora a superficialidade dos outros elementos do game sejam pontos negativos, a exploração consegue entregar características robustas o suficientemente para engajar o jogador. Até porque a estrutura do gênero exige isso e cumpre tais requisitos.

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A aventura na noite em Smalland é uma experiência igualmente divertida e desafiadora. Fonte: Raphael Batista.

Smalland: Survive the Wilds: vale a pena?

O propósito do game é ser uma aventura introdutória para o gênero de sobrevivência e o título sabe fazer isso. A limitação de alguns elementos como na história ou até mesmo no combate podem incomodar pela simplicidade excessiva, mas o game encanta na exploração de uma selva viva, divertida e com muitos recursos.

É muito possível que os jogadores que estão acostumados com esse tipo de game encontrem mais pontos negativos do que positivos. No entanto, para os novatos, o game pode funcionar muito bem e atender o desejo de conhecer mais dessa estrutura.

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Uma aventura de um universo bem único. Fonte: Raphael Batista.

Para um projeto independente, Smalland: Survive the Wilds surpreende pela robustez e pela qualidade geral.

Veredito

Smalland: Survive the Wilds
Smalland: Survive the Wilds

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Merge Games

Jogadores: 1

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70 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Exploração com riqueza nos detalhes
  • Gameplay simples
  • Servidores multiplayer e opções de sessões
  • Bons momentos de surpresas na jogabilidade
Desvantagens
  • Tutoriais pouco intuitivos
  • Repetitividade excessiva
  • História mal apresentada e desenvolvida
Raphael Batista
Raphael Batista
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Jogando agora: Dragon Age: The Veilguard | LEGO Horizon Adventures
Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.