Por Dentro do Inferno: as hierarquias celestial e infernal em Diablo IV
Segundo capítulo de série especial sobre Diablo IV traz as hierarquias celestial e infernal da franquia; entenda
No universo de Diablo, as forças divinas e demoníacas respeitam hierarquias. A ordem e a organização dentro dos reinos são essenciais para entender a importância de cada personagem dentro do contexto do Conflito Eterno. No novo capítulo da saga, Diablo IV, há novas ramificações a serem exploradas e consequências importantes para os destinos de Anjos, Demônios e todos ao seu redor.
Conforme explicado no primeiro capítulo da série Por Dentro do Inferno, tudo começou com a batalha entre Anu e Tathamet — um dos eventos mais importantes e épicos da mitologia de Diablo. Foi dali que nasceram o Conselho Angiris e os Males Infernais. É nesta parte da lore que o MeuPlayStation vai entrar agora, apresentando os personagens e os levando ao momento de Diablo IV.
“Desde a primeira fagulha da criação, os anjos enfrentaram um Conflito Eterno para derrotar as forças da escuridão” – Deckard Cain, Diablo II.
Dos males, o maior
De cada uma das sete cabeças de Tathamet, nasceu um “Mal”. Divididos entre Superiores e Inferiores, estas são poderosas entidades demoníacas que representam o ápice da maldade no universo de Diablo – que tem este nome justamente pelo “maior dos males”.
Diablo, o Senhor do Terror, personifica o horror e busca corromper tudo o que encontra. Ele é o antagonista em Diablo I, Diablo II e Diablo III, e sua influência sombria é uma constante ameaça. “A representação do medo humano” usa a ilusão como principal arma.
Mephisto, o Senhor do Ódio, é um mestre da manipulação. Conhecido por sua crueldade implacável e seu poder de controlar as mentes dos mortais, é um dos principais antagonistas em Diablo II, onde os jogadores devem enfrentá-lo em seu próprio reino.
Ele é também o pai de Lilith, mas isso a gente vai falar no Capítulo 3 da série Por Dentro do Inferno. E, claro, tem o nome de um dos mais misteriosos e poderosos vilões dos quadrinhos, Mephisto, que é uma das principais representações do Mal no Universo Marvel.
Baal, o Senhor da Destruição, é sedento de poder e quer apenas aniquilar tudo o que encontra, deixando apenas caos e desespero no seu rastro. Ele quer a aniquilação completa do universo e é o chefe final do Ato V de Diablo II. Seu nome também é famoso – é a primeira e principal entidade de uma lista de demônios de Arte da Goécia, um grimório medieval conhecido como A Chave Menor de Salomão.
Coincidências? Claro que não…
Bom, abaixo dos “Prime Evils”, estão os chamados quatro Males Inferiores. Começando por Andariel, a Donzela da Angústia, conhecida por sua habilidade de infligir dor e sofrimento, e Duriel, o Senhor da Dor, que governa o Deserto Lut Gholein com brutalidade e sangue.
Belial, o Senhor das Mentiras, é o mestre da trapaça e da enganação, e um dos principais antagonistas em Diablo III, onde busca espalhar o caos e assumir o controle da cidade de Caldeum. Azmodan, o Senhor do Pecado, completa a lista. Um estrategista astuto e líder militar.
Ou seja, são sete males – assim como são sete os pecados capitais e os seus respectivos Príncipes do Inferno, como teorizado pelo teólogo e bispo alemão Peter Binsfeld, no século XVI. Ou as horcruxes de Lord Voldemort… Não, pera.
Meu(s) zeloso(s) guardador(es)
Na série Diablo, os Anjos e Arcanjos são figuras poderosas e influentes que desempenham um papel importante na batalha entre o Céu e o Inferno. E os responsáveis por isso formam o Conselho Angiris, composto pelos cinco Arcanjos que regem os Altos Céus – em Diablo, a figura de um Deus Todo-Poderoso não existe.
Eles determinam as leis, e cada um representa um aspecto fundamental da criação: Bravura, Justiça, Esperança, Destino e Sabedoria.
Imperius, o Aspecto da Bravura, é o líder do Conselho, conhecido por sua coragem, determinação e força. Ele personifica o valor e é um guerreiro formidável, sempre pronto para lutar. Porta Solarion, a Lança da Bravura, e é responsável pelos Salões da Coragem.
Tyrael, o Aspecto da Justiça, é um dos maiores defensores dos mortais. Em alguns momentos da história, Tyrael renunciou ao Conselho Angiris e se tornou um anjo caído, mas manteve sua dedicação em lutar pelo bem, empunhando El’druin, a Espada da Justiça, e com a responsabilidade sobre os Tribunais de Justiça.
Auriel, o Aspecto da Esperança, é conhecida por sua gentileza, empatia e benevolência. Auriel oferece orientação e apoio aos mortais em momentos de desespero e é uma fonte de inspiração. Empunha Al’maiesh, o Cabo da Esperança, e gere os Jardins de Esperança.
Itherael, o Aspecto do Destino, vê as linhas do tempo e as possibilidades futuras (alô, Doutor Estranho!). É um dos mais enigmáticos do Conselho, mas suas visões com o Talus’ar, o Pergaminho do Destino, ajudam a guiar os outros arcanjos. Domina a Biblioteca do Destino.
Malthael, por sua vez, era o Aspecto da Sabedoria, mas se afastou do Conselho e virou o Anjo da Morte, buscando de forma implacável (além de obscura) um equilíbrio entre as forças.
E, assim como com os demônios, há semelhanças com crenças religiosas da vida real. Basta ver a grande maioria dos nomes que têm o final “el”, exatamente como acontece com os anjos descritos na Bíblia, por exemplo.
Como todo isso se junta em Diablo IV
Em Diablo IV, este panorama é apenas um plano de fundo para uma batalha muito maior entre Lilith e Inarius.
50 anos depois dos eventos da expansão Diablo III – quando Malthael voltou pra Santuário, foi derrotado e abriu um vácuo de poder – deixando o local “refém” de possíveis invasões. No entanto, os anjos e demônios estão enfraquecidos e nos seus domínios, então nada deveria abalar muito as estruturas, certo?
Bom, aí é que entra Lilith. Ou melhor, o sacerdote Elias que foi revelado no primeiro trailer do jogo e é quem realiza o ritual de sangue para trazer de volta à vida a mãe de Santuário. Ela retorna para, novamente, derrubar o inferno inteiro, mas também buscar vingança pelo que Inárius, o ex-arcanjo e seu ex-amante, fez com a demônia – aprisioná-la no Vazio por pensar de forma diferente sobre o futuro da raça que eles criaram.
Inárius, assim como o Céu e Inferno, considerava acabar com os nefalem, por ter medo de o poder deles superar os das criaturas originais. Lilith, por sua vez, queria usar essa força para derrotar o Inferno, e ao saber dos planos de genocídio de seu povo, resolveu contra-atacar. Foi uma carnificina, que só parou quando Inárius retornou de um exílio para banir sua “esposa” de Santuário para o Vazio.
Agora é a hora da verdade. Lilith está de volta, enquanto Inárius espera para cumprir uma profecia que ele acredita que mostra que o destino dele é derrotá-la.
No entanto, cabe a você, jogador, decidir o verdadeiro destino do Santuário.