Ghostbusters: Spirits Unleashed: vale a pena?

Poucos anos após trazer Predator: Hunting Grounds, a IllFonic agora aposta em uma nova proposta de terror assimétrico com Ghostbusters: Spirits Unleashed. O jogo conta com sessões onde quatro jogadores precisam prender um fantasma, este também controlado por um player, sendo preciso ter estratégia para lidar com as traquinagens das criaturas.

A equipe do MeuPlayStation pôde testar o game no PS5. O jogo não apresenta interações com o DualSense, é bastante divertido, mas acaba pecando em algumas situações, principalmente por ser um pouco repetitivo.

O título estreou no dia 18 de outubro para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.

Entrando no quartel dos Caça-Fantasmas

A sua caça aos fantasmas em Ghostbusters: Spirits Unleashed começa criando seu personagem. As ferramentas de personalização permitem escolher o sexo, tipo de corpo e demais customizações na roupa, cabelo e outros elementos. Depois disso, você pode explorar o quartel da corporação.

Primeiro, você passará por um treinamento, onde aprenderá a mexer nos principais equipamentos (vamos falar disso mais pra frente) utilizados para capturar as assombrações. Daí, uma missão teste para colocar o conhecimento em prática começa.

A partir desse ponto sua evolução como parte dos Caça-Fantasmas se inicia.

O gameplay de Ghostbusters: Spirits Unleashed

Ghostbusters: Spirits Unleashed é um game multiplayer online onde quatro caçadores lutam para prender uma assombração. Claro, para a experiência ficar completa, quem controla o fantasma também é um humano. 

Cada missão é iniciada de dentro do quartel ao interagir com um telefone, objeto onde é possível escolher o local no qual a partida será realizada e como o player prefere jogar (como caçador ou como espírito). O crossplay é habilitado nativamente no matchmaking, mas é possível desligá-lo se o líder do grupo assim preferir.

“Quem você vai chamar?” A jogabilidade com os Ghostbusters

Para salvar os mapas das assombrações em Ghostbusters: Spirits Unleashed, os caçadores de fantasmas precisam fazer bom uso das ferramentas entregues pela corporação. Em posse de um Lançador de Partículas capaz de laçar os espíritos, sua missão é elaborar uma estratégia em grupo para colocá-los dentro de uma armadilha.

Até aqui é muito simples, né? Nem tanto. Sua arma para capturar os inimigos conta com um sistema de superaquecimento. Assim, você precisa ter em mente o tempo necessário para prender o monstro e aprisioná-lo em sua armadilha, acionada e posicionada manualmente por cada integrante do grupo.

Conforme seu personagem sobe de nível, mais opções de equipamentos, além do medidor de PKE — oferecido no início do game, para facilitar o rastreio de fendas espirituais (recurso que traz os fantasmas de volta ao game) e de objetos assombrados — serão disponibilizados. 

Para vencer o jogo, é necessário capturar seu adversário antes que ele assombre todo o local. Esse objetivo é medido com uma barra que fica bem na parte de cima da tela indicando as porcentagens do avanço da operação. 

Assim, o esquadrão precisa fechar as fendas para acabar com as chances de ressurgimento do fantasma e guardá-lo o quanto antes. Além de todas essas tarefas, os caçadores precisam evitar o status “melecado”, causado pelas skills dos espíritos, pois podem ser abatidos antes do jogo terminar e dar a vitória de bandeja ao fantasma.

Jogar como um fantasma é um convite para “tacar o terror” no recinto

Ao jogar como um fantasma sua missão é provocar o caos em todo o ambiente. Isso inclui possuir e assombrar cadeiras, ursos de pelúcia e lixeiras encontrados pelo cenário. Dessa forma, seu “nível de assombração” no local sobe — ao atingir 100%, o player só precisará se esconder dos caçadores para cumprir sua missão.

Diferente dos operadores da corporação, é possível desbloquear novos fantasmas com habilidades distintas conforme sua conta de nível aumenta — esse progresso é compartilhado para ambos os lados da brincadeira, ou seja, subir de nível jogando de fantasma, também libera novas funções para seu caçador.

Sua missão é simples: ser pego o menor número de vezes possíveis e tentar dar o máximo de trabalho aos caçadores para não fecharem suas fendas pelo mapa a tempo. O dispositivo deles detecta tanto as anomalias feitas pelo jogador quanto os buracos por onde ele ressurge após acabar capturado.

Claro, é possível dificultar o trabalho dos agentes durante o gameplay. O fantasma consegue sabotar as mochilas caso posicione-se bem durante os confrontos e pode até destruir as armadilhas dos operadores — embora eles possam repor esses itens no carrinho de compras na entrada do local.

Resumindo, quando você não tiver mais fendas (podemos chamar de vidas ou chances, pois funcionam de forma semelhante) e for capturado, é game over e vitória para os adversários.

Os monstros não são personalizáveis como seu personagem principal. O menu para acessar o “mundo espiritual” é liberado após completar o Ato 2 de Ghostbusters: Spirits Unleashed.  

Ghostbusters: Spirits Unleashed não tem foco narrativo

O jogo é totalmente focado no multiplayer, então não espere um ato heroico para seu personagem se sair bem. Após conhecer as instalações e os NPCs disponíveis para interações no Ato 1, onde se aprende a ser um Caça-Fantasmas, o jogador é apresentado ao livro do mundo espiritual, no Ato 2.

Depois disso, o game se baseia em pequenos objetivos a serem cumpridos para subir de nível enquanto joga online com seus amigos ou no matchmaking. A verdadeira diversão está nas partidas, fora disso, você só gasta seu tempo customizando seu personagem.

Aproveitando a deixa para falar de narrativa e diálogos, as conversas com os NPCs estão em inglês, mas com legendas em PT-BR (assim como os menus). No início do teste, os personagens não tinham nem voz, mas após o mais recente patch lançado, isso foi corrigido.

Divertido, mas repetitivo e com algumas “falhas”

A proposta de terror assimétrico de Ghostbusters: Spirits Unleashed é divertida e sem jumpscares, mas por não contar com elementos de narrativa e ter seu principal foco no gameplay, acaba sendo repetitiva.

Espere apenas seis cenários para jogar, o que torna o gameplay cansativo em determinado ponto, pois as mesmas situações acabam acontecendo mais e mais vezes.

Esse fator negativo fica ainda mais perceptível, porque as partidas foram feitas para terminar rapidamente — não que acabar rápido seja ruim, muito pelo contrário. Em cinco ou sete minutos já é possível determinar um vencedor, dependendo do ritmo dos acontecimentos em uma sessão.

Outro ponto interessante para ressaltar: as interações com os civis precisam melhorar um pouco. Eles podem avistar o fantasma ou os objetos possuídos e, às vezes, nem tomam sustos. Você acharia normal ver uma placa se movimentando em círculos na sua frente? Esse cidadão, sim:

Além disso, em determinados momentos a ação fica desequilibrada. Os caçadores têm um gancho para subir e descer em algumas fases, porém, os fantasmas podem ficar flutuando livremente entre os andares das construções para ganhar tempo, deixando o game um pouco desbalanceada neste sentido.

Ghostbusters: Spirits Unleashed: vale a pena?

Quando se pensa em terror assimétrico, propostas como Dead by Daylight são referências, mas esse ainda é um nicho com poucas opções de peso no PlayStation. Pela diversão entregue e por adaptar uma franquia amada por muitos como Caça-Fantasmas, Ghostbusters: Spirits Unleashed vale a pena.

O preço do jogo é de R$ 199,50 na PS Store. Se você é um fã da série e o investimento parecer uma boa ideia, siga em frente, não irá se arrepender.