Destroy All Humans! 2 — Reprobed: vale a pena?
Game faz um excelente trabalho gráfico para a nova geração, mas esbarra em problemas técnicos
Dois anos se passaram desde que a THQ Nordic lançou o remake do primeiro ‘Destroy All Humans!‘, experiência nostálgica e recomendada para os fãs dos alienígenas matadores de humanos. Agora, a editora fez o mesmo tratamento com ‘Destroy All Humans! 2’, ao trazer a versão ‘Reprobed’, tão divertida quanto a sua antecessora.
Assim como no primeiro remake, a responsável pelo desenvolvimento foi a Black Forest Games. A questão, no entanto, é que a empresa parece ter regredido um pouco desde 2020: apesar de ser uma edição melhorada do título lançado em 2006 para PS2, o projeto contém problemas técnicos que podem dar dorzinhas de cabeça nos jogadores.
Crypto está de volta
A história de ‘Destroy All Humans! 2 — Reprobed’ se passa dez anos após a do primeiro jogo, em 1969. Crypto-137 foi morto e dissecado por humanos, mas acabou clonado para ‘reencarnar’ como Crypto-138, este disfarçado como o presidente dos Estados Unidos da América.
Ao contrário do original, a missão do alienígena não é aniquilar a humanidade, mas sim, “só” os russos. Isso porque, a KGB (serviço secreto russo) atacou e destruiu a espaçonave onde se encontrava Pox, líder dos Furon — que, por sorte, ‘baixou’ sua mente para um computador antes de ser morto. Agora, seguindo as ordens desse líder, mas em forma de holograma, Crypto precisa se vingar.
Ao longo da narrativa, o protagonista se vê em situações que fazem referência aos anos 60: hippies pra todo lado, a Guerra Fria, etc. Inclusive, ele até pode diversas piadas nesses momentos: depende do jogador, afinal, este tem a opção de falar certas coisas em meio aos diálogos.
Gameplay seguindo o título original
Se você espera mecânicas inovadoras para este remake, é melhor tirar o cavalinho da chuva. Reprobed segue a mesma linha do jogo de 2006, tanto na jogabilidade, quanto no design das missões.
O game aposta um estilo de mundo aberto, com cinco mapas distintos, onde Crypto pode explorar para coletar itens para fazer upgrades em suas diversas armas e na espaçonave. As quests principais, por outro lado, são bastante lineares: converse com um NPC, atinja seu objetivo (matar alguém, normalmente), fale com o próximo e prossiga na narrativa.
A simplicidade na jogabilidade de ‘Destroy All Humans! 2 — Reprobed’ é o seu ponto forte. Não existem missões mirabolantes, onde é necessário criar uma estratégia de alto Q.I. para terminá-las. Na verdade, basta pegar suas várias armas e se divertir fritando humanos por aí. Também há um grande número de missões secundárias, para aumentar o tempo de gameplay.
A boa notícia para quem gosta de explorar, é a presença do jetpack, das “botas skate” de Crypto e do disco voador. Com o primeiro, ele pode sobrevoar o mapa, o segundo o faz deslizar pelas ruas (muito melhor do que só caminhar, né?), enquanto o último te permite destruir prédios. Ainda dá para tomar o corpo de um NPC para evitar ser visto como um alien pelas outras pessoas (elas chamarão a polícia se te avistarem nessa forma).
Um dos pontos de baixa do jogo são as boss fights. Infelizmente, nenhuma delas faz jus ao divertimento que o game proporciona: para derrotar um chefão, Crypto precisará suar bastante. Na dificuldade normal, o alien pode descarregar diversos cartuchos de seu raio desintegrador, que ainda assim, o inimigo terá muita HP — o “pico” da dificuldade no boss final, por exemplo, é alto.
Talvez, o problema aí é a diferença de poder entre NPCs normais e os chefões. Caso não houvesse uma disparidade tão grande de nivelamento entre eles, a dificuldade proposta não daria dor de cabeça.
Bugs e mais bugs
Talvez, a parte técnica seja o grande pecado de ‘Destroy All Humans! 2 — Reprobed’. Não é raro que o jogador se depare com crashes, mesmo na versão de PlayStation 5.
Certos trechos de gameplay podem frustrar. Às vezes, Crypto precisa tomar o corpo de alguém e ao fazê-lo, vai parar dentro de um objeto (uma árvore, um edifício, etc.), exigindo um ‘restart’ para retornar à ação. Além disso, não é raro observar o mapa carregar as texturas em meio aos diálogos, especialmente (novamente, um tanto estranho para um game que usa um hardware com velocidade de loading poderosa, o PS5).
Há de se elogiar o trabalho gráfico: assim como ocorreu no remake de ‘Destroy All Humans!’ (2020), Reprobed deixou os visuais bem atuais, com a característica caricata exigida para um game de humor ácido como este. Por fim, as legendas em PT-BR estão excelentes, com referências destinadas aos brasileiros, que também compreendem as piadas perfeitamente.
De qualquer forma, a Black Forest Games poderia ter segurado um pouco o lançamento do novo título. Ele ainda requer polimentos e, provavelmente, seria melhor recebido se tivesse sofrido um adiamento.
Destroy All Humans! 2 — Reprobed: vale a pena?
‘Destroy All Humans! 2 — Reprobed’ é um daqueles games feitos para um público-alvo bastante específico — é claro, não significa que não agradará outras pessoas. Mesmo assim, provavelmente, apenas os mais nostálgicos pela aventura de Crypto vão querer embarcar nessa jornada, por conta do humor ácido, especialmente. Além disso, os bugs acabam deixando a experiência insatisfatória.
Na PS Store, a versão padrão do título sai por R$ 199,50, um preço alto, mas também bem abaixo dos lançamentos atuais da indústria. Portanto, se dinheiro não for problema para você, talvez valha dar uma chance para o pequeno Furon dizimar as forças da KGB.
Veredito
Destroy All Humans! 2 — Reprobed
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: Black Forest Games
Jogadores: 1-2
Comprar com DescontoVantagens
- Nostalgia pura
- Belos gráficos
- Variedade de exploração
Desvantagens
- Muitos bugs em texturas e na física, mesmo no PS5